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Renault se alia a empresa para criar tecnologia que visa revolucionar carros elétricos e a combustão

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/04/2025 às 18:57
Renault e Geely criam tecnologia revolucionária que promete transformar carros elétricos e híbridos, mudando o futuro da indústria automotiva.
Renault e Geely criam tecnologia revolucionária que promete transformar carros elétricos e híbridos, mudando o futuro da indústria automotiva.

Uma inovação que promete mudar o jogo da indústria automotiva, combinando tecnologia avançada com eficiência energética e soluções acessíveis para o mercado global.

Uma solução inovadora e modular que promete transformar o futuro da mobilidade global foi apresentada no Salão de Xangai 2025.

A Horse Powertrain, joint venture entre a francesa Renault e a chinesa Geely, revelou o Future Hybrid Concept: um sistema que pode estender a autonomia de veículos elétricos ou transformar carros a combustão em híbridos com modificações mínimas.

A proposta oferece uma alternativa mais acessível à eletrificação total, sem exigir grandes mudanças nas linhas de produção atuais.

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A tecnologia chega em um momento estratégico, em que a indústria automotiva global ainda enfrenta os altos custos da transição energética e a resistência de parte do mercado aos modelos 100% elétricos, especialmente em países emergentes.

Com o Future Hybrid Concept, a Horse promete baratear essa transição com uma arquitetura versátil, que pode ser aplicada em múltiplos tipos de veículos e aceita diferentes combustíveis, inclusive os amplamente utilizados no Brasil, como o etanol.

Um sistema modular e adaptável

O Future Hybrid Concept foi projetado como uma unidade compacta e integrada que combina motor a combustão interna, propulsor elétrico e sistema de transmissão em um único módulo.

Seu maior trunfo está na modularidade e adaptabilidade, permitindo que seja incorporado a veículos de diferentes segmentos, desde SUVs urbanos até modelos de entrada, sem a necessidade de reestruturar as fábricas.

A tecnologia oferece tração integral nos modos elétrico ou híbrido, o que amplia suas possibilidades de uso em mercados com diferentes demandas de desempenho e infraestrutura.

Além disso, o sistema é compatível com uma variedade de combustíveis, como gasolina, etanol E85, metanol e até combustíveis sintéticos — uma vantagem considerável para países como o Brasil, onde mais de 90% dos carros novos são flex.

Impacto direto no mercado brasileiro

O Brasil surge como um dos mercados mais promissores para essa tecnologia.

A Horse já confirmou o fornecimento de motores 1.0 turbo HR10 para o Lecar 459 Híbrido, SUV de alcance estendido que será produzido em Curitiba a partir de 2026.

Com uma produção prevista de 12 mil unidades por ano, esse modelo pode abrir caminho para a aplicação do Future Hybrid Concept em veículos nacionais.

A flexibilidade do sistema pode, por exemplo, transformar o Renault Duster em um híbrido com tração 4×4, funcionando tanto com etanol quanto com eletricidade, e com capacidade de recarga rápida.

A compatibilidade com combustível flex é vista como essencial para a viabilidade dessa tecnologia no Brasil, considerando os incentivos fiscais e a tradição do país nesse tipo de motorização.

Adaptação sem reinventar a roda

De acordo com a Horse Powertrain, um dos grandes diferenciais do Future Hybrid Concept é sua capacidade de ser integrado sem a necessidade de redesenhar as plataformas existentes, reduzindo os custos de implementação para as montadoras.

Isso pode beneficiar fabricantes como Dacia, Volvo, Nissan e até concorrentes como BYD, Polestar e VinFast, que já demonstraram interesse no conceito.

“O Future Hybrid resolve um dos maiores dilemas da indústria automotiva: como avançar para emissões zero sem depender exclusivamente dos elétricos”, afirmou Matias Giannini, CEO da Horse.

Segundo ele, a tecnologia permite que fabricantes ampliem sua oferta de modelos híbridos e elétricos, mantendo a eficiência da cadeia de produção.

Estrutura robusta e moderna

A estrutura do Future Hybrid é compacta e eficaz.

A unidade ocupa o mesmo espaço de um motor elétrico convencional, mas inclui motor a combustão com ignição por pré-câmara — tecnologia que melhora a eficiência e reduz emissões.

O sistema também suporta carregamento ultrarrápido de 800 V, bombas de calor com o refrigerante R290 (menos poluente) e segue os mais rigorosos padrões internacionais de segurança veicular.

O engenheiro Ragnar Burenius, responsável técnico pelo projeto, destaca a simplicidade de instalação como um fator-chave para o sucesso da proposta.

“Integramos todos os componentes em uma única estrutura, o que reduz significativamente a complexidade de adaptação em plataformas existentes”, explica Burenius.

Aproveitamento de fábricas e estrutura existentes

No Brasil, a colaboração entre Renault e Geely já dá frutos. A Geely começará a utilizar a fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) para montar o SUV elétrico EX5 a partir de julho de 2025.

Esse movimento demonstra o potencial de sinergia entre as marcas e sugere que o Future Hybrid também poderá ser produzido em território nacional.

Especialistas do setor veem essa aliança como uma estratégia inteligente para alavancar a expertise da Renault com combustíveis flex e o know-how tecnológico da Geely na eletrificação automotiva.

Além disso, a presença industrial local pode facilitar a expansão da nova tecnologia sem depender de grandes importações.

Desafios de adoção e futuro da tecnologia

Embora o conceito seja promissor, a aceitação do Future Hybrid dependerá de fatores como competitividade de preços e viabilidade técnica para fabricantes menores.

Mesmo com adaptação mínima, os custos ainda podem ser significativos para marcas com menor capacidade de investimento.

Por outro lado, a tecnologia tem o potencial de baratear versões híbridas de SUVs compactos no mercado brasileiro, que carece de opções acessíveis.

Isso pode acelerar a eletrificação da frota nacional, oferecendo alternativas reais ao consumidor sem exigir um salto direto para os veículos 100% elétricos.

Especialistas apontam que o Future Hybrid poderá ser o “meio-termo” ideal na jornada para emissões zero, conciliando performance, economia e sustentabilidade.

Se tudo caminhar conforme o planejado, os primeiros carros equipados com o sistema devem chegar às ruas a partir de 2028.

Uma revolução silenciosa na mobilidade

Com o Future Hybrid Concept, a Renault e a Geely apostam em uma revolução silenciosa e progressiva na indústria automotiva, propondo soluções de fácil aplicação, custo reduzido e grande flexibilidade.

A proposta tem tudo para ganhar espaço em mercados estratégicos como o Brasil, onde o consumidor valoriza eficiência, versatilidade e custo-benefício.

Resta saber como o mercado — e o público — vai reagir a essa nova proposta.
Será que o Future Hybrid vai mesmo transformar a maneira como dirigimos nos próximos anos?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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