Você já se perguntou quem é a mulher retratada nas cédulas do real? Descubra a origem e o significado dessa figura enigmática que estampa nosso dinheiro.
A instalação do Plano Real em 1994 trouxe mudanças muito importantes à economia brasileira e também à aparência do dinheiro no país. As novas cédulas, que substituíram o cruzeiro real, apresentaram ao público um rosto já conhecido, mas pouco compreendido: a figura feminina gravada na parte frontal de todas as notas, cercada por elementos que pareciam esculpidos em mármore.
Essa figura, frequentemente chamada de “efígie da República“, carrega uma rica história que atravessa séculos, culturas e revoluções.
Uma estrela antes do real
A efígie da República, antes de adornar as cédulas do real, já fazia parte da história monetária do Brasil. Sua estreia aconteceu em 1989, nas notas de 200 cruzados novos, durante o Plano Verão, implementado no governo de José Sarney.
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Mesmo com a troca de moeda para o cruzeiro em 1990, as notas continuaram em circulação, apenas com um carimbo indicando o ajuste.
Quando o real foi criado, a efígie deixou de ser exclusiva de um valor e passou a figurar em todas as cédulas, acompanhada por animais emblemáticos da fauna brasileira, como a arara-vermelha, a garoupa e o lobo-guará.
Seu design foi atualizado, mas a essência permaneceu: uma mulher com cabelos ondulados, coroa de folhas e expressão serena.
Quem é a efígie?
Apesar de ser conhecida como “efígie da República”, a figura não representa uma pessoa real. O termo “efígie” refere-se a qualquer imagem ou escultura de características humanas usada em moedas ou cédulas.
Isso inclui desde presidentes americanos nas notas de dólar até monarcas nas libras esterlinas. No caso brasileiro, a efígie é uma alegoria da República, inspirada em símbolos de liberdade e igualdade.
A origem da efígie remonta à proclamação da República, em 1889. Sua representação inicial foi influenciada por figuras semelhantes na França e em Portugal, como Marianne, símbolo da Revolução Francesa.
No Brasil, ela se consolidou como símbolo republicano e foi retratada em obras de artistas como Décio Villares, que, em 1919, criou uma versão que influenciaria os designs futuros.
A influência de Marianne
Marianne, a inspiração para a efígie brasileira, é um ícone da liberdade. Surgida durante a Revolução Francesa, ela representa os ideais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Seu rosto aparece em moedas, estátuas e pinturas, sendo a mais famosa delas “A Liberdade Guiando o Povo”, de Eugène Delacroix, de 1830.
Na versão brasileira, Marianne é adaptada para refletir elementos da nossa cultura. Seu barrete frígio, um tipo de chapéu, é um símbolo usado pelos revolucionários franceses e remete à Frígia, uma região da Antiguidade onde as pessoas não se deixavam escravizar. Esse mesmo adorno é parte do brasão de armas do Brasil.
Curiosidades e mistérios
Ao longo dos anos, surgiram rumores sobre a possível identidade real da efígie brasileira. Alguns especularam que o rosto foi inspirado em atrizes famosas da época, como Tônia Carrero, ou em mulheres anônimas que serviram como musas para os gravadores do Banco Central. Contudo, nenhuma dessas teorias foi confirmada.
O que se sabe com certeza é que a efígie foi projetada para simbolizar a República, incorporando valores como democracia, liberdade e união.
O gravador Benedicto Ribeiro, responsável por algumas das representações, buscou equilibrar traços clássicos e modernos, criando uma imagem que fosse ao mesmo tempo atemporal e familiar para o povo brasileiro.
A efígie pelo mundo
O uso de efígies não é exclusivo do Brasil. Em Portugal, por exemplo, as moedas da República apresentavam gravuras semelhantes, desenhadas por artistas como Cândido da Silva.
Nos Estados Unidos, os presidentes estampam as cédulas, enquanto no Reino Unido, as notas e moedas exibem a imagem da monarca reinante.
Essa prática reflete a importância cultural e histórica desses símbolos. Eles não apenas conferem identidade às moedas, mas também servem como uma forma de contar a história dos países que representam.
A Efígie nas cédulas do Real
Com a criação do real, a efígie passou a ser acompanhada por animais da fauna brasileira. Essa decisão tinha um objetivo duplo: destacar a biodiversidade do país e reforçar a conexão entre o dinheiro e os valores nacionais.
Cada cédula ganhou um animal específico, como a tartaruga-marinha na nota de R$ 2 e a onça-pintada na de R$ 50.
Mais recentemente, em 2020, a efígie voltou a ser destaque na nova cédula de R$ 200, que apresenta o lobo-guará como seu animal símbolo. Esse lançamento reacendeu o interesse pela história e significado da efígie, mostrando que, mesmo após décadas, ela continua relevante.