Entre as paisagens brancas da Antártida, uma estrutura misteriosa em forma de pirâmide surge, intrigando cientistas e despertando curiosidade global
Em meio à vastidão gelada da Antártida, uma estrutura misteriosa gerou curiosidade e alimentou teorias conspiratórias em escala global. Trata-se de uma formação com formato de piramide, localizada na Cordilheira Ellsworth, que tem sido alvo de debates.
Apesar da aparência intrigante, os especialistas destacam que nem tudo é o que parece. A seguir, desvendamos o que se sabe até agora sobre essa formação peculiar.
A origem das pirâmides e o fascínio pelo desconhecido
Quando pensamos em pirâmides, as antigas civilizações do Egito, México, Peru e até da Itália vêm à mente. Essas construções são testemunhos da engenhosidade humana e carregam mistérios e significados profundos.
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Assim, a descoberta de uma formação com traços piramidais na Antártida trouxe consigo e dúvidas. Seria possível que uma civilização antiga tenha alcançado essas terras geladas e monumentos construídos ali?
A formação da “pirâmide” antártica
Com a ajuda do Google Earth, imagens aéreas da formação na Cordilheira Ellsworth foram divulgadas, levando internautas a especular sobre a possibilidade de uma construção feita por seres humanos ou, até mesmo, extraterrestres.
Contudo, geólogos e cientistas rapidamente responderam mais plausíveis e científicos para as especificidades.
O professor Eric Rignot, da Universidade da Califórnia, acredita que a formação nada mais é do que uma montanha com um formato peculiar. Rignot explicou que “formatos piramidais não são naturais e ocorrem naturalmente em formações rochosas, especialmente em regiões de montanha”.
A perspectiva geológica
A teoria mais aceita entre os geólogos é que a forma piramidal é resultado de erosão, causada por milhões de anos de processos naturais. Mitch Darcy, do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências, esclareceu que a formação está localizada nas Montanhas Ellsworth, uma cordilheira extensa.
Segundo ele, “a semelhança da formação com uma pirâmide é mera coincidência, sendo apenas uma questão de como os picos rochosos se elevam acima do gelo.”
Nunataks: fenômeno comum em regiões glaciais
A formação, evolução como um “nunatak”, é um termo que se refere aos picos de rochas que emergem acima do gelo, comuns em áreas glaciais.
Muitos nunataks podem ser adquiridos de formas pontiagudas, dependendo da maneira como o gelo os envolve e se movimentam ao seu redor. Portanto, a “pirâmide” antártica, por mais intrigante que seja, é considerada uma formação natural.
Características das montanhas ellsworth
A Cordilheira Ellsworth é a mais alta da Antártida, com cerca de 360 quilómetros de extensão. Ela é dividida em duas subcadeias:
- Serra sentinela: Lar dos picos mais altos, incluindo o Monte Vinson, que atinge 4.892 metros e é o ponto mais alto do continente.
- Faixa do patrimônio: Caracterizada por picos cada vez mais baixos e formações geológicas diversas, que revelam detalhes sobre a história tectônica e sedimentar da região.
Estudos indicam que as Montanhas Ellsworth foram formadas há cerca de 150 milhões de anos, sendo compostas majoritariamente por rochas sedimentares e metamórficas.
Análises geológicas apontam que essa cordilheira já fazia parte de um continente maior, antes de se separar e migrar para o extremo sul, compondo a massa de terra atual da Antártida.
Clima e desafios ambientais
O clima nas Montanhas Ellsworth é um dos mais severos do planeta. Com temperaturas que podem cair abaixo de -50°C, ventos intensos e longos períodos de escuridão durante o inverno, a área oferece condições extremas para pesquisa e exploração.
No verão, o cenário é invertido, com luz solar contínua e temperaturas um pouco mais amenas, facilitando o trabalho de pesquisadores e alpinistas.
Exploração e pesquisa na região
As Montanhas Ellsworth atraem o interesse de cientistas e aventureiros. Entre as áreas de estudo estão:
- Glaciologia: Pesquisas sobre a composição do gelo e as alterações climáticas passadas, comprovadas por meio de amostras de núcleos de gelo.
- Geologia: As formações rochosas fornecem pistas sobre processos tectônicos antigos, contribuindo para a compreensão da história geológica da Antártida.
Para montanhistas, alcançar o cume do Monte Vinson é um feito especial. As expedições ocorrem durante o verão antártico (novembro a janeiro), quando as condições são menos rigorosas, mas ainda permitem habilidades e equipamentos especializados.
Curiosidade e conspiração
Apesar das evidências científicas, o fascínio humano pelo desconhecido mantém viva a curiosidade sobre a “pirâmide” antártica.
Como disse Mauri Pelto, professor de ciências ambientais do Nichols College: “Pelo menos eles estão pensando em alguma coisa”. Ele espera que, através dessa curiosidade, mais pessoas possam aprender sobre o planeta e suas características naturais.
A “pirâmide” da Antártida provavelmente não passa de um acidente geológico. Ela permanece, entretanto, como símbolo das maravilhas naturais de nosso planeta e da constante busca humana por respostas.