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Petrobras cobra distribuidoras por falta de repasse das reduções de combustíveis

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 16/05/2025 às 16:24
Mão abastecendo carro com combustível em posto de gasolina
Imagem mostra o momento do abastecimento, tema central na cobrança da Petrobras às distribuidoras por falta de repasse de reduções nos combustíveis

Apesar das reduções aplicadas desde 2023, preço nas bombas permanece elevado

Em entrevista ao jornal O Globo, em 11 de maio de 2024, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que os cortes nos combustíveis não foram percebidos pelos consumidores nos postos. Desde janeiro de 2023, início do atual governo, a Petrobras vem adotando uma política de redução gradual nos preços. Segundo o Relatório de Desempenho Financeiro da empresa, referente ao primeiro trimestre de 2024, o diesel caiu 26%, o querosene de aviação 36% e a gasolina 11%. O gás de cozinha (GLP) também teve reduções sucessivas. No entanto, conforme apontou a executiva, os valores não se refletiram nas bombas, nem mesmo em postos com bandeira da estatal. Isso porque a Petrobras comercializa seus produtos até as distribuidoras, sem controle sobre o preço final ao consumidor.

Declaração aponta distribuidoras como responsáveis pela manutenção dos preços

Durante a entrevista, Chambriard ressaltou que as distribuidoras deveriam repassar as reduções aos postos, de forma proporcional às quedas aplicadas pela estatal. A declaração foi repercutida por alguns veículos, que destacaram o incômodo da presidente com a falta de alinhamento entre os segmentos da cadeia de combustíveis. De acordo com a executiva, a manutenção de preços elevados compromete os esforços da Petrobras e prejudica diretamente a percepção do consumidor final. No entanto, ela deixou claro que a empresa não possui mecanismos legais para forçar as distribuidoras a realizarem o repasse. Dessa forma, a sugestão da presidente foi no sentido de criar meios regulatórios mais transparentes para garantir que o benefício chegue à população.

Petrobras testa modelo direto para grandes consumidores

Como alternativa para enfrentar esse descompasso, a Petrobras lançou em abril de 2024 um projeto-piloto de venda direta de combustíveis a empresas de grande porte. A iniciativa tem como foco o fornecimento para segmentos do agronegócio, transporte e mineração, com operações iniciadas em São Paulo e na região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Segundo nota institucional da própria Petrobras, divulgada em 20 de abril de 2024, o objetivo é aumentar a competitividade e diminuir distorções no preço final. Essa estratégia, ainda em fase de teste, visa encurtar a cadeia logística e permitir que grandes consumidores tenham acesso direto aos valores definidos pela estatal. Embora restrito a contratos específicos, o modelo pode indicar novas possibilidades de atuação no mercado futuro.

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Empresa reforça compromisso com matriz energética diversificada

Paralelamente às medidas operacionais, a Petrobras anunciou, em 10 de abril de 2024, seu plano de ampliação em energias renováveis, conforme aprovado em reunião de seu Conselho de Administração. Entre os projetos está a instalação da primeira biorrefinaria 100% renovável da companhia, que será localizada no estado do Rio Grande do Sul, com previsão de entrega até 2026. O plano estratégico da Petrobras para 2024–2028 prevê investimentos em hidrogênio verde, etanol, biodiesel, energia eólica e reflorestamento, alinhados às metas ambientais internacionais. A meta da estatal é manter, até 2050, 31% de participação na matriz energética brasileira, conforme projeção apresentada à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Tais iniciativas reforçam o papel da empresa na diversificação energética e na adaptação a um mercado global mais sustentável.

Especialistas defendem revisão do modelo de distribuição

Em consequência das declarações da presidente, entidades do setor energético passaram a debater a estrutura da formação de preços de combustíveis no Brasil. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP), em nota técnica de maio de 2024, o atual modelo favorece a concentração de margens nas etapas intermediárias. A falta de transparência entre a saída das refinarias e o preço nas bombas, conforme o instituto, representa um desafio para o consumidor final. Por esse motivo, especialistas propõem que o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) avaliem novas formas de monitoramento e incentivo ao repasse automático. Dessa forma, seria possível assegurar que as reduções promovidas pela Petrobras cumpram seu papel social, econômico e estratégico.



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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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