Na última quinta-feira, 8, a Petrobras desistiu de abdicar do campo de Albacora, que estava sendo negociado com a Prio. Em nota, a estatal afirma que, apesar dos grandes esforços mútuos, não foi possível encontrar condições que refletissem a avaliação do ativo para a Petrobras.

Paralelamente, a Prio afirmou que, embora Albacora seja um ativo com grande potencial, a empresa acredita que uma possível transação com valores acima dos já oferecidos não garantiria o retorno, nem traria o perfil de risco adequado para esse projeto. A comunidade foi divulgada no mesmo dia da desistência. Além disso, segundo o comunicado, a Petrobras dará continuidade a seu projeto de revitalização do Campo de Albacora, situado em águas profundas na Bacia de Campos, para desenvolver a produção do reservatório de Forno. Conforme a Petrobras, o projeto inclui a contratação de uma nova plataforma para o campo.

Para finalizar, ambas as companhias afirmaram que a decisão de encerrar a transação não afeta a venda do campo de Albacora Leste a Prio pela Petrobras, que ainda está sendo avaliada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Estima-se que a compra seja aprovada nos próximos meses. Em nota, a Petrobras afirma que segue completamente comprometida com seu programa de gestão ativa de portfólio. Segundo ela, é essencial ressaltar que a empresa segue reavaliando periodicamente seu porfil.io de ativos, conseguindo identificar continuamente quais devem ser desinvestidos, e quais deles devem ser foco dos investimentos da estatal. Paralelamente, a Prio afirmou que a empresa reforça seu comprometimento com a disciplina financeira, além da alocação de capital a taxas de retorno que reflitam seus objetivos de geração de valor para seus acionistas e clientes.

Sendo assim, a Petrobras dará continuidade ao projeto de revitalização do Campo de Albacora, que também inclui o desenvolvimento de produção do reservatório de Forno, situado no pré-sal de Albacora.

Venda da Albacora indica notícia negativa para a Prio, mas Petrobras segue firme na decisão

Diversos especialistas do setor avaliaram a notícia como negativa, especialmente para a Prio, pois remove da companhia uma potencial vantagem para o teste de investimento, apesar de não ter sido ainda incorporada no caso base. Paralelamente, a situação não impede as vias de crescimento da Prio, apesar da Albacora. Neste sentido, o time de research do Itaú BBA avaliou o anúncio da desistência como neutro, já que os investidores já estavam atribuindo uma alta probabilidade de um resultado negativo para a operação devido à lentidão para conclusão das negociações.

Por outro lado, o banco acredita haver uma indicação positiva por eliminar a incerteza de que esta realidade lançava sobre as perspectivas da empresa, conseguindo liberar a ação para responder adequadamente ao crescimento orgânico que vem apresentando a partir dos seus planos de revitalização da região. Sendo assim, a BBA reiterou a avaliação outperform — equivalente à compra — para a Prio, com prevalência de R$45, representando um potencial enorme de valorização de 64% diante da cotação de fechamento da véspera, de R$27,56.

Além disso, os analistas do Itaú BBA ressaltam que a estimativa de valor justo não considerou o Campo de Albacora, e abrange a criação de valor esperada a partir da contínua revitalização do Campo de Frade, além do desenvolvimento futuro dos Campos de Wahoo e Albacora Leste. Após o pronunciamento, o Bradesco BBI destacou que o valor do campo existente em seu preço-alvo para 2023 de R$49 por ação era de R$8 por ativo, sendo baseado em uma suposição consideravelmente conservadora do campo atingindo a produção de 80 mil barris por dia, durante um período de cinco anos, marcando 20kdpd no primeiro ano.