Os navios de grande porte, como cruzeiros e porta-contêineres, possuem motores de dimensões colossais. Essas máquinas não só impulsionam os navios, mas também geram energia para diversos setores a bordo. Pesando toneladas e com tecnologia avançada, esses motores permitem que grandes embarcações atravessem vastos oceanos e transportem cargas pesadas.
No passado, os navios utilizavam motores a vapor. Com o tempo, esses foram sendo substituídos por motores a diesel, que são mais eficientes, leves e requerem menos manutenção. Hoje em dia, além dos motores diesel, muitos navios também são movidos a eletricidade e gás natural, permitindo velocidades maiores e maior capacidade de carga.
A fabricação de motores para grandes embarcações é um processo demorado, que exige milhares de horas de trabalho. A maioria dos grandes navios utiliza motores diesel de dois tempos, que são mais eficientes no consumo de combustível e têm manutenção mais simples.
O cárter do motor
A produção de motores marítimos começa com a criação do cárter, que é o maior e mais importante componente do motor. Esse processo ocorre em uma fábrica de processamento de metal na Alemanha.
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Os trabalhadores preparam materiais como aço, ferro bruto, eletrodo de grafite, lâminas de metal e carbeto de silício. Esses materiais são fundidos em um forno a 1.500°C. O magnésio é adicionado à mistura fundida, que é então vertida em moldes enormes feitos de areia de quartzo.
Os moldes resfriam durante semanas antes de serem abertos. O cárter é removido do molde e limpo de qualquer areia aderida utilizando uma máquina vibratória e depois jateado com esferas de ferro.
O virabrequim
Outro componente essencial dos motores de navios é o virabrequim, feito de aço e materiais carbonosos. O material do virabrequim é aquecido e colocado em uma máquina de forjamento por impacto cruzado, utilizando um martelo hidráulico. O virabrequim aquecido é resfriado em água para ficar mais forte e duro.
O virabrequim é forjado novamente utilizando um molde pesado. O componente gira em altas velocidades para medir qualquer desequilíbrio. Após o balanceamento, o virabrequim passa por uma inspeção final e é lavado antes de receber um número de motor único.
A fabricação de motores de navios é um processo complexo e minucioso, que envolve várias etapas e a utilização de tecnologia avançada. Essas peças gigantescas são essenciais para a indústria naval, permitindo que grandes embarcações naveguem pelos oceanos e transportem cargas ao redor do mundo.
É quase assim mas não é Bem assim. Na década de 70, trabalhei para a Ishikawajima do Brasil, onde eram construídos os maiores navios e os maiores motores já construídos ao sul do Equador. Montamos muitos motores Sulzer RND-90, nacionalizando muitos componentes. Eixo, bielas, pistões, camisas, mancais e muitos outros componentes eram trazidos do Japão. Muita coisa importante foi nacionalizada, tal como cabeçotes, cabeçotes insertos, hastes de êmbolo e por aí… Esses motores trabalhavam com diesel apenas em situações excepcionais. Seu funcionamento era com “óleo pesado”, sendo a tubulação aquecida para permitir a solubilização de tal combustível. Sua rotação de trabalho ia de 90 a 110 rpm e seu consumo na época era de 115gramas de óleo por Hp em uma hora de funcionamento (115g/Hp/h). Era aplicado em navios de 131.000twd composto com 10 cilindros de 900mm de diâmetro, gerando 29.000 bhp. Poderia tem mais 2 cilindros, chegando perto de 40.000 bhp mas nunca fabricamos com 12 cilindros. É o que lembro.
Era motor de 2 tempos ou 4 tempos?
Certamente vc trabalhou na construção do “DOCE CORAL” navio da docenave onde eu tive o prazer de embarcar e ser mecânico, entrei por diversas vezes dentro do RND90, era muito sofrimento com o peso das ferramentas e temperatura mas foi um grande de prazer e me traz muita saudades lembranças
Boa noite
Meu nome é Afonso e também viajei num SULZER – 10 RND 90. Este motor é muito, mas muito bom.. Viajei na época pela FRONAPE. Foram quatro viagens ida e volta para o Japão, pegando todo tipo de tempo possível, até **** de furacão no Oceano Pacífico.
Fazer a manutenção à bordo, principalmente no pino da cruzeta, com troca do metal patente ( casquinha para alguns), tendo que remover o metal a base de ligaduras e mante-lo dentro das medidas para montagem logo após é tarefa para os verdadeiros “HOMENS DO MAR “.
Saudações marinheiros a quer ler este pequeno depoimento.
Jorge Afonso.
Parabéns pela resposta. Percebi que o escritor da reportagem não entende muito, aliás, nem de escrever, pq repetiu 3 vezes o mesmo parágrafo.
Deus uma aula,foi mais importante que a reportagem.
Para não queimar óleo diesel esses navios deveriam ter propulsão nuclear. Motores movidos à eletricidade possuem alto torque e baixa manutenção.
É muito impressionante ver este motor tão grande.
Só quem já viu a limpeza de cárter de um motor pequeno é que entende rápido como é feito um grandão desses e o moldes feitos de areia de quartzo..