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Os militares da Venezuela aumentaram seu nível de alerta após a descoberta de uma suposta conspiração dos EUA para encenar um acidente em uma plataforma offshore da ExxonMobil

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 08/04/2025 às 13:46
Nicolás Maduro e ministro da Defesa, Vladimir Padrino López (Foto: Forças Bolivarianas)

A tensão geopolítica na América do Sul ganhou um novo capítulo. Os militares da Venezuela elevaram seu nível de alerta diante de suspeitas de que os Estados Unidos estariam por trás de um plano para simular um acidente em uma plataforma da ExxonMobil.

O Exército da Venezuela aumentou o nível de alerta após acusar os Estados Unidos de planejar um ataque forjado em plataforma da ExxonMobil, no mar disputado com a Guiana. A alegação foi feita pelo Ministério da Defesa e reforçada por líderes do governo de Nicolás Maduro.

As acusações surgem em meio à tensão crescente na região do Essequibo, área rica em minerais que a Venezuela reivindica há mais de um século, mas que segue sob controle da Guiana.

Governo fala em “plano de bandeira falsa”

No sábado, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou publicamente que há uma conspiração internacional em curso.

Ela acusou os EUA, o governo da Guiana, a opositora María Corina Machado e o empresário Erik Prince, fundador da Blackwater, de estarem envolvidos em um plano para justificar uma intervenção armada.

Segundo Rodríguez, o plano começaria com um ataque simulado a uma plataforma da ExxonMobil localizada em águas que se estendem até a região de Essequibo, ainda sem demarcação definitiva. O objetivo seria criar um pretexto para ações militares contra a Venezuela.

Este plano visa encenar um ataque a uma plataforma da ExxonMobil que opera em águas que se estendem até a região ainda não delimitada de Essequibo, com a intenção de justificar ações retaliatórias e hostis contra nossa nação”, declarou a vice-presidente, em rede nacional.

Militares seguem mobilizados

No domingo, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, reafirmou o alerta máximo das Forças Armadas. Ele disse que os militares levam a sério as acusações feitas por Rodríguez e que estão prontos para reagir a qualquer provocação externa.

A Força Armada Nacional Bolivariana continua em alerta em resposta às alegações feitas pelo vice-presidente Rodríguez sobre uma nova conspiração imperialista dos Estados Unidos para realizar uma operação de bandeira falsa”, afirmou o ministro em comunicado.

Padrino López também condenou o que chamou de “fabricação de falsos positivos” — termo usado para se referir a situações encenadas com objetivo de justificar conflitos. Segundo ele, trata-se de uma estratégia usada historicamente pelos EUA.

Esse modus operandi — provocar conflitos e então invadir nações soberanas com força militar e econômica — se tornou um roteiro desgastado que não tem mais credibilidade aos olhos da comunidade internacional”, disse.

ExxonMobil e o foco das tensões

A plataforma da ExxonMobil tem sido um ponto crítico nas relações entre Venezuela e Guiana. No fim de fevereiro, a entrada de um navio de guerra venezuelano nas águas disputadas provocou reações duras dos Estados Unidos. Washington respondeu com alertas e enviou representantes à região.

Durante visita a Georgetown, o secretário de Estado Marco Rubio mandou um recado direto a Caracas. “Seria um dia muito ruim para o regime venezuelano se eles atacassem a Guiana ou a ExxonMobil. Temos uma grande marinha, e ela pode chegar a quase qualquer lugar do mundo. Estamos comprometidos com a Guiana”, declarou.

Disputa histórica e tensões recentes

A disputa pelo Essequibo é antiga. A área tem aproximadamente o tamanho da Flórida e está sob controle da Guiana desde 1899, após uma arbitragem internacional. A Venezuela contesta essa decisão e reivindica o território.

Nos últimos meses, a tensão aumentou. Em dezembro de 2023, o presidente Nicolás Maduro realizou um referendo polêmico sobre o tema.

Segundo o governo, 98% dos eleitores apoiaram ações para recuperar o Essequibo. No entanto, a votação foi criticada por suspeitas de fraude e falta de transparência.

Depois disso, Maduro declarou a criação de um novo estado venezuelano no Essequibo, intensificou a presença militar na fronteira e anunciou a realização de eleições regionais para nomear um governador local. Essas medidas foram condenadas por diversos países e organismos internacionais.

A crise continua evoluindo. Por enquanto, não há sinal de recuo por parte da Venezuela ou dos Estados Unidos.

O governo de Maduro segue mantendo tropas em alerta nas regiões próximas à Guiana, enquanto a plataforma da ExxonMobil permanece no centro das atenções diplomáticas e militares.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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