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ONG Arayara solicita suspensão de projeto de termelétricas flutuantes da Karpowership no Rio de Janeiro e alerta para impactos ambientais

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 04/08/2022 às 09:06
A Arayara aponta que o projeto de instalação de termelétricas flutuantes da Karpowership no Rio de Janeiro segue em andamento e solicita a suspensão imediata, uma vez que o empreendimento trará impactos ambientais como o desmatamento e prejuízos à pesca.
Foto: KPS/Divulgação
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A Arayara aponta que o projeto de instalação de termelétricas flutuantes da Karpowership no Rio de Janeiro segue em andamento e solicita a suspensão imediata, uma vez que o empreendimento trará impactos ambientais como o desmatamento e prejuízos à pesca.

Durante a última quinta-feira, (28/07), a Organização Não Governamental Arayara solicitou aos órgãos ambientais fluminenses (Ceca e Inea) a suspensão imediata do projeto de instalação de termelétricas flutuantes da companhia Karpowership no estado do Rio de Janeiro. A ONG alerta para problemas de desmatamento e influência na pesca regional como os principais impactos ambientais do empreendimento da empresa, que segue em andamento mesmo com medida judicial para paralisação. 

Empreendimento da Karpowership para instalação de termelétricas flutuantes no RJ segue em andamento e ONG Arayara solicita suspensão devido aos impactos ambientais

O processo de licenciamento da Karpowership para a continuidade do seu projeto de instalação de termelétricas flutuantes no estado do Rio de Janeiro agora sofre mais um impasse, a solicitação da ONG Arayara da inclusão da medida de suspensão do empreendimento no licenciamento.

Isso, pois, a organização afirma que, mesmo após a decisão da Justiça do Rio de Janeiro de suspender o processo de instalação das usinas, no último dia 22 de julho, a companhia continua se movimentando para dar continuidade ao projeto. 

O empreendimento em questão da Karpowership prevê a instalação não só de quatro termelétricas flutuantes na região, mas também de uma unidade de armazenamento e regaseificação de GNL, além de 40 torres de transmissão para garantir o bom funcionamento do complexo energético na região fluminense.

No entanto, embora pareça uma ótima oportunidade para o crescimento do setor energético no estado do Rio de Janeiro, o projeto da Karpowership trará uma série de impactos ambientais irreversíveis para a região carioca. 

Entre elas, a Arayara destaca o desmatamento da vegetação costeira da região, uma vez que o projeto já destruiu mangues e restingas da Mata Atlântica, o bioma mais desmatado de todo o território nacional atualmente e o que necessita de maior atenção quanto à preservação por parte do Governo Federal.

Além disso, os impactos ambientais também estão ocorrendo no ambiente marinho, uma vez que a movimentação para a instalação das termelétricas flutuantes na região está afastando os peixes e prejudicando a atividade de pesca, essencial para uma boa parte da população carioca. 

Pescadores cariocas já se posicionaram contra o projeto na região e os impactos ambientais das termelétricas flutuantes podem se agravar, diz Arayara

Além da solicitação da ONG Arayara para a suspensão do projeto da companhia de energia no estado do Rio de Janeiro, um total de 160 pescadores da Associação de Pescadores do Canal do Rio São Francisco se posicionaram em 60 barcos para protestar contra o empreendimento das termelétricas flutuantes da Karpowership. Isso, pois as embarcações da empresa estava impedindo o livre acesso dos pescadores, atrapalhando assim a atividade trabalhista dos moradores. 

“Além do fortalecimento de uma matriz energética suja — que deve ser deixada no passado —, o potencial de poluição atmosférica e marítima é enorme. No caso do mar, a água utilizada para resfriar os motores das embarcações será devolvida a uma temperatura superior a da região, atingindo organismos sensíveis, como o Boto Cinza, sem contar os químicos utilizados para desincrustar os sistemas de resfriamento”, alertou a organização em nota contrária ao empreendimento da Karpowership. 

Agora, a ONG aguarda novos rumos para a sua solicitação, após a 17.ª Vara Federal do Rio de Janeiro ter despachado a notificação para que o Inea se manifeste sobre os questionamentos do MPF no dia 27 de julho, mas ainda não obteve retorno quanto às medidas tomadas para contornar os impactos ambientais da presença da empresa no estado. 

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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