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Obras em rodovia não andam e o motivo é claro: falta matéria-prima e mão de obra! A culpa é de quem?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 09/01/2025 às 23:49
Atualizado em 10/01/2025 às 00:49

Rodovias paradas, motoristas frustrados! A infraestrutura do Vale do Rio Pardo enfrenta um verdadeiro caos: falta de materiais essenciais, escassez de mão de obra e prazos que parecem intermináveis. Será que o Brasil consegue vencer esses desafios e garantir estradas de qualidade? Confira os detalhes e as projeções de especialistas.

Ao longo do Vale do Rio Pardo, a frustração dos motoristas aumenta a cada dia. Apesar das promessas de melhorias em rodovias como a RSC-153 e a RSC-471, o progresso das obras permanece lento.

Mas afinal, por que as coisas não avançam? A resposta, segundo especialistas, envolve uma combinação preocupante de falta de matéria-prima, escassez de mão de obra e desafios logísticos.

Os desafios na infraestrutura rodoviária

Conforme Rafael Sacchi, diretor-presidente da RGS Engenharia S/A, empresa que administra 493 quilômetros da malha rodoviária regional, os problemas vão muito além de questões financeiras.

Em entrevista ao programa Estúdio Interativo, da Rádio Gazeta FM 107,9, ele revelou que a falta de agregados, como pedras e outros materiais essenciais, está travando o andamento das obras.

Sacchi destacou que as pedreiras comerciais não têm conseguido atender à demanda crescente, prejudicando a produção de asfalto.

Se hoje tivermos 400 toneladas de agregado, não conseguimos dividir isso em duas frentes de trabalho, pois o custo seria muito alto e o avanço, insignificante“, explica.

Além disso, a falta de trabalhadores qualificados é outro entrave significativo. “Nosso maior concorrente é o benefício assistencial.

Ele é essencial para tirar pessoas da miséria, mas também afasta mão de obra da construção civil, um setor pesado e exigente”, argumenta o especialista.

Outro ponto levantado por Sacchi é a falta de planejamento de longo prazo no setor.

“A infraestrutura brasileira, muitas vezes, depende de decisões políticas e orçamentos anuais que nem sempre contemplam as reais necessidades das rodovias”, acrescenta. Esse contexto contribui para a sensação de abandono em várias estradas do estado.

Situação das rodovias

RSC-471

A RSC-471, um importante corredor de exportação, tem recebido atenção prioritária. Nos 27 quilômetros entre Cerro dos Macacos e Encruzilhada do Sul, 11 já foram reformados em dezembro de 2024.

Esses trabalhos incluem reperfilagem e tapa-buracos para garantir uma condição mínima de trafegabilidade.

No entanto, o diretor alerta que a recuperação total do trecho exigiria os R$ 55 milhões destinados a toda a região.

A recuperação completa é um objetivo distante sem recursos adicionais, mas estamos fazendo o possível para atender às prioridades“, enfatiza Sacchi.

RSC-153

Entre Vera Cruz e Soledade, a RSC-153 enfrenta condições degradantes.

Serviços como roçada, limpeza de canaletas e tapa-buracos começaram recentemente, enquanto o recapeamento do asfalto está previsto para março de 2025.

O trecho é considerado vital para o escoamento agrícola, e a deterioração da pista tem gerado críticas por parte de motoristas e transportadores.

VRS-858

Em Candelária, a VRS-858 sofreu graves danos durante enchentes.

Foram realizados trabalhos emergenciais para recuperar o leito da rodovia, com foco em estabilizar taludes e a plataforma da estrada.

Estudos mais aprofundados devem orientar intervenções futuras, mas a complexidade do terreno exige soluções técnicas robustas e investimentos consideráveis.

ERS-410

A ERS-410 aguarda pavimentação há décadas. O projeto atual, desatualizado desde 1993, está sendo revisado para atender ao tráfego de veículos pesados.

Enquanto isso, melhorias provisórias, como drenagem e terraplanagem, estão em andamento.

Sacchi ressalta que a pavimentação definitiva da rodovia pode levar até 24 meses, dependendo da aprovação de novos projetos e da liberação de verbas.

Estamos fazendo o possível para garantir que as melhorias sejam sustentáveis a longo prazo“, afirmou.

A responsabilidade compartilhada

Embora os desafios logísticos sejam evidentes, especialistas também apontam a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e sociedade.

A falta de investimentos contínuos na formação de mão de obra qualificada é um reflexo de políticas públicas insuficientes para atender à demanda crescente no setor da construção civil.

Além disso, as pedreiras e fornecedores de materiais precisam expandir sua capacidade produtiva para acompanhar o ritmo de obras em todo o país.

Sem essa adequação, gargalos como o observado no Vale do Rio Pardo podem se repetir em outros estados.

Projeções futuras

De acordo com Sacchi, a recuperação das rodovias será gradual, mas uma “injeção substancial de recursos” já foi garantida.

A estimativa é que obras mais robustas possam levar até 24 meses para serem concluídas, dependendo da disponibilidade de insumos e trabalhadores.

No entanto, ele alerta que medidas emergenciais, como intervenções provisórias, são apenas um paliativo.

“Precisamos de um planejamento integrado que contemple desde a formação de mão de obra até a modernização de pedreiras e fornecedores”, conclui.

A situação no Vale do Rio Pardo reflete um problema maior na infraestrutura brasileira: como avançar em projetos essenciais em meio a tantos desafios? O que você acha que pode ser feito para acelerar essas obras? Comente sua opinião abaixo!

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IBERÊ Mosmann
IBERÊ Mosmann
13/01/2025 21:17

Paga um salário digno aos trabalhadores,que não irá falar não de obra

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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