Um submarino soviético perdido, uma missão ultrassecreta dos EUA e um custo que superou US$ 4,9 bilhões: conheça o ousado resgate que mudou os rumos da Guerra Fria.
ma missão tão audaciosa que misturasse espionagem, tecnologia de ponta e o custo astronômico de uma jornada espacial. Foi exatamente isso que aconteceu com o resgate do submarino soviético K-129, uma operação tão secreta que parecia saída de um filme de espionagem. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos mobilizaram recursos colossais para tentar recuperar um submarino afundado no Pacífico, gastando mais do que uma missão Apollo à Lua.
Mas por que gastar tanto? E o que exatamente os EUA esperavam encontrar a 4.900 metros de profundidade? Esta é a história do Projeto Azorian, uma das operações mais ousadas — e caras — da história.
O desaparecimento misterioso do submarino K-129
Em fevereiro de 1968, o submarino K-129, da Marinha Soviética, partiu em uma missão rotineira no Pacífico. Armado com torpedos nucleares e mísseis balísticos, sua missão era crucial no contexto da Guerra Fria. No entanto, algo deu terrivelmente errado. Poucos dias após seu último check-in, o submarino desapareceu sem deixar rastros.
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Os soviéticos lançaram uma busca intensa, mas infrutífera, para localizar o submarino. Para eles, o K-129 estava perdido para sempre nas profundezas do oceano. Porém, os Estados Unidos tinham outros planos.
Como os Estados Unidos encontraram o K-129
Enquanto os soviéticos desistiam, os americanos usavam sua tecnologia avançada para investigar. Graças à rede SOSUS — uma série de estações de escuta subaquáticas — e ao submarino espião Halibut, os EUA localizaram os destroços do K-129 em agosto de 1968. Ele estava a incríveis 4.900 metros de profundidade, quebrado em dois, mas com promessas de segredos valiosos.
Com o naufrágio localizado, os EUA iniciaram o Projeto Azorian, uma missão para resgatar a parte dianteira do submarino. O objetivo? Obter mísseis nucleares e códigos soviéticos que poderiam mudar o rumo da Guerra Fria.
O Projeto Azorian e a criação do Hughes Glomar Explorer
Para realizar essa missão impossível, os americanos precisavam de um navio especial. Assim nasceu o Hughes Glomar Explorer, disfarçado como uma plataforma de mineração em alto-mar. Howard Hughes, o excêntrico bilionário, emprestou seu nome ao projeto para afastar suspeitas.
O navio era uma maravilha tecnológica: equipado com uma piscina lunar, tubos de aço gigantes e um veículo de captura capaz de levantar toneladas de metal do fundo do oceano. O plano parecia perfeito, mas seria suficiente para enganar os soviéticos?
A operação de resgate no meio do Pacífico
Em julho de 1974, o Glomar Explorer chegou ao local do naufrágio do submarino. A operação era acompanhada de perto por navios soviéticos curiosos, mas eles aparentemente acreditaram na história de capa sobre mineração.
O veículo de captura foi lentamente baixado até o fundo do Pacífico. Após dias de trabalho meticuloso, ele conseguiu agarrar parte do K-129 e começou a erguê-lo. Tudo parecia estar indo bem, até que o inesperado aconteceu: parte dos destroços se soltou e caiu de volta no oceano.
Sucesso ou fracasso? O legado do Projeto Azorian
Apesar das perdas, o Projeto Azorian conseguiu recuperar partes importantes do K-129, incluindo compartimentos que continham torpedos e restos de tripulantes. No entanto, os mísseis nucleares e os livros de códigos, os verdadeiros prêmios, permaneceram no fundo do mar.
O custo da operação? Cerca de US$ 800 milhões na época, o equivalente a US$ 4,9 bilhões hoje. Foi um fracasso? Talvez. Mas o projeto demonstrou as capacidades tecnológicas e logísticas dos Estados Unidos em plena Guerra Fria.
O resgate do submarino K-129 não foi apenas uma operação de espionagem; foi um testemunho dos limites e ambições da tecnologia humana. Embora caro e parcialmente fracassado, ele abriu caminho para avanços em missões subaquáticas e reforçou a rivalidade entre as superpotências da época.
No final, o Projeto Azorian permanece como uma das histórias mais intrigantes da Guerra Fria — um lembrete de que, às vezes, o fundo do mar guarda segredos tão valiosos quanto as estrelas.
Os EUA sempre criaram o mito das superiores tecnologias soviética apenas para justificar o absurdo gasto com equipamentos militares.