Lula enfrenta desafios no Congresso e volta-se ao STF para sustentar seu governo. Com dificuldades em articular a base parlamentar, aposta em programas sociais e prepara uma reforma ministerial para 2025. A relação com o Judiciário é estratégica, mas gera tensões políticas. O futuro do presidente e seu legado estão em jogo.
No centro de um jogo político que combina desafios e estratégias de sobrevivência, Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um dos cenários mais complexos de sua longa carreira política.
Com dificuldade em firmar alianças sólidas no Congresso Nacional, o presidente volta-se ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de apoio para sustentar sua gestão e pavimentar o caminho para as eleições de 2026.
Esse movimento revela uma dinâmica atípica: a dependência de um Executivo em relação ao Judiciário, em detrimento da histórica articulação com o Legislativo. O que explica essa mudança tão drástica?
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Dificuldades no Congresso e a busca por alianças no STF
Ao chegar à metade de seu terceiro mandato, Lula enfrenta uma realidade diferente daquela de seus primeiros anos como presidente.
No Congresso, as forças de centro-direita e direita dominam, reflexo de um arranjo herdado do governo de Jair Bolsonaro.
Esse cenário confere aos parlamentares um poder inédito sobre o Orçamento: são R$ 50 bilhões em 2024 destinados a emendas parlamentares. Lula, entretanto, tem dificuldade em mobilizar essa base legislativa para avançar em projetos prioritários.
De acordo com o jornal O Globo, em matéria publicada neste domingo (05), sem alternativas viáveis no Congresso, o presidente estreitou laços com o STF.
Ministros como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Cristiano Zanin – os dois últimos indicados por ele – têm se mostrado alinhados em pautas importantes para o governo.
Um exemplo disso foi o apoio do STF à suspensão de emendas parlamentares por falta de transparência e à regulamentação de conteúdos publicados em redes sociais.
Estratégias para alavancar a popularidade
Sem o mesmo capital político dos primeiros mandatos, Lula aposta em programas já lançados para consolidar sua gestão.
Iniciativas como o “Pé-de-Meia”, que oferece auxílio financeiro a estudantes, e o “Desenrola”, que prevê perdão de dívidas, são vistas como potenciais marcos de seu governo.
Além disso, o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil desponta como uma medida de justiça tributária e uma tentativa de amenizar as críticas do mercado financeiro.
Segundo dados da pesquisa Datafolha de dezembro de 2024, Lula mantém 35% de aprovação como ótimo ou bom, um índice distante dos 45% registrados na primeira metade de seu primeiro mandato.
Esse número reflete um eleitorado mais crítico e um governo que ainda busca encontrar sua marca.
A relação entre Executivo e Judiciário
A história de Lula com o STF é marcada por altos e baixos.
Durante seus dois primeiros mandatos, a relação foi tumultuada devido às investigações do escândalo do mensalão, que colocaram ex-ministros como José Dirceu e Luiz Gushiken no centro das denúncias.
Agora, a dinâmica é outra: encontros frequentes e jantares com ministros evidenciam uma aproximação inédita.
Apesar do apoio do STF, há críticas dentro do governo quanto à atuação de Flávio Dino, considerado por alguns como excessivamente protagonista.
Essa proximidade também gera tensões no Congresso, onde parlamentares criticam a “opção de governar com o Judiciário”.
Em dezembro, por exemplo, a suspensão de emendas gerou atritos que quase comprometeram a tramitação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo Ministério da Fazenda.
Reforma ministerial como solução?
Para reduzir as tensões e ampliar a base de apoio, Lula prepara uma reforma ministerial nos primeiros meses de 2025.
A possibilidade de incluir um representante do Centrão na articulação política, substituindo Alexandre Padilha, é vista como uma mudança estratégica. No entanto, até agora, cargos-chave continuam sob o controle de petistas.
Internamente, o governo enfrenta disputas entre ministros como Fernando Haddad, da Fazenda, e Rui Costa, da Casa Civil.
Enquanto Haddad defende o corte de gastos, Costa prioriza a aceleração de obras do PAC. Essas divergências ilustram os desafios de um governo que tenta equilibrar austeridade fiscal e políticas sociais.
Herança política em jogo
Aos 79 anos, Lula evita confirmar se disputará um novo mandato.
Após uma cirurgia recente para drenar um coágulo na cabeça, o presidente tem dado sinais de que considera deixar o cenário eleitoral. Entretanto, dentro do PT, não há consenso sobre um nome para sucedê-lo.
Pesquisas indicam que Lula continua liderando cenários de segundo turno para 2026.
Ainda assim, aliados alertam que as disputas internas podem dilapidar o capital eleitoral do presidente, colocando em risco a “herança de votos” que ele ainda representa.
Conclusão: o futuro político de Lula
Entre disputas internas e estratégias externas, Lula caminha para os dois últimos anos de seu terceiro mandato com o desafio de consolidar sua gestão e garantir um legado político.
A relação com o STF e as articulações no Congresso serão decisivas nesse processo.
Você acredita que a estratégia de Lula de aproximar-se do STF pode fortalecer sua gestão ou fragilizar ainda mais sua relação com o Congresso? Deixe sua opinião nos comentários!