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Investimento nas rodovias? Não é o que parece! Megaoperação investiga corrupção MILIONÁRIA em obras de rodovias federais (BRs) em estado brasileiro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/11/2024 às 21:25
Operação Rolo Compressor investiga corrupção bilionária em obras de rodovias no Paraná. PF, CGU e Receita Federal estão no caso. (Imagem: ilustração/ IA)
Operação Rolo Compressor investiga corrupção bilionária em obras de rodovias no Paraná. PF, CGU e Receita Federal estão no caso. (Imagem: ilustração/ IA)
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Operação revela escândalo de corrupção bilionário nas rodovias BR-163 e BR-487. Com uma força-tarefa que inclui CGU, PF e Receita Federal, a investigação mira desvios e falhas que prejudicaram a execução de obras estratégicas.

Em uma operação que levanta sérias questões sobre o uso do dinheiro público e a infraestrutura das rodovias brasileiras, autoridades revelaram detalhes de uma investigação que aponta para um esquema de corrupção bilionário nas obras de duas importantes rodovias federais no Paraná.

A força-tarefa, composta pela Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF), Receita Federal (RFB) e Ministério Público Federal (MPF), desvendou um possível esquema de fraudes e desvios que, ao longo de anos, comprometeram a segurança e a qualidade das BRs 163 e 487, consideradas cruciais para o escoamento da produção agrícola e a integração regional.

Segundo informações iniciais das investigações, a segunda fase da chamada Operação Rolo Compressor, deflagrada no início desta semana, concentra-se em desvendar como contratos milionários destinados às melhorias das BRs foram possivelmente utilizados para beneficiar empresas e funcionários públicos em detrimento da qualidade das rodovias.

O trabalho de investigação destaca uma série de irregularidades nos trechos entre Toledo e Marechal Cândido Rondon (BR-163) e entre Porto Camargo e Serra dos Dourados (BR-487), onde o mau estado das estradas é notório.

Uma megaoperação em busca da verdade

Com 54 mandados de busca e apreensão em oito estados (São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Rondônia e Distrito Federal), a Operação Rolo Compressor mobilizou um número impressionante de agentes para cumprir as ordens da 14ª Vara Federal de Curitiba.

Ao todo, a operação conta com 13 auditores da CGU, 12 da Receita Federal e 240 policiais federais, em um esforço conjunto para desmantelar o esquema e recuperar possíveis valores desviados.

De acordo com os órgãos de investigação, o esquema investigado inclui fraudes em licitações, contratos repletos de falhas e atos que configurariam corrupção.

Durante o período investigado, que se estende de 2011 a 2022, funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Paraná supostamente receberam valores ilícitos de empresas que tinham contratos de prestação de serviços com o poder público.

As suspeitas indicam que tais contratos contavam com uma supervisão comprometida e com frequentes irregularidades na execução das obras contratadas.

O rombo nas obras das rodovias

Segundo a CGU, os contratos sob investigação chegam a um valor total de quase R$ 700 milhões.

Auditores detectaram um sobrepreço de R$ 17,5 milhões, um superfaturamento de R$ 8,5 milhões e um prejuízo de R$ 67,2 milhões devido a divergências nos projetos em relação ao que foi efetivamente executado.

O levantamento indica que os prejuízos somam um total de R$ 75,8 milhões, um valor alarmante que impacta diretamente a infraestrutura e a economia regional.

Entre os problemas identificados pela CGU estão falhas em equipamentos de drenagem e pavimentação.

Os técnicos observaram bueiros e valetas assoreados, bacias de contenção arruinadas e outros problemas estruturais que comprometem a funcionalidade das rodovias.

Além disso, foram registradas falhas de pavimentação, como desagregação precoce, fissuras em bloco (“couro de jacaré”), buracos conhecidos como “panelas” e marcas de roda, que podem afetar gravemente a segurança dos usuários.

Taxa Social de Desconto: o impacto do desvio para a sociedade

Um aspecto pouco mencionado, mas de alta relevância, é a chamada Taxa Social de Desconto (TSD), calculada pela CGU para medir o impacto social e econômico da não conclusão dessas obras.

O índice estima que a corrupção e as falhas na execução dos projetos da BR-163 e BR-487 tenham causado um prejuízo social de cerca de R$ 125 milhões.

Esse valor representa o que as comunidades e a economia deixaram de ganhar com uma infraestrutura viária moderna e eficiente.

Conforme analisa a CGU, a conclusão das obras nas BRs em questão não é apenas uma questão de logística ou mobilidade, mas uma necessidade estratégica, especialmente para a produção agrícola do Paraná e de estados vizinhos.

A falta de infraestrutura adequada impacta diretamente o custo e a eficiência do transporte de produtos, afetando negativamente o setor agrícola e outras indústrias que dependem das rodovias para escoar suas mercadorias.

Lavagem de dinheiro e ocultação de recursos

Além dos desvios e da má execução das obras, a investigação apontou indícios de lavagem de dinheiro.

As apurações sugerem que os recursos gerados pelo esquema eram dissimulados e ocultados através de transações financeiras que envolviam empresas e intermediários.

Essa movimentação financeira sofisticada visava a esconder a origem ilícita dos valores desviados, dificultando ainda mais o rastreamento dos recursos e comprometendo a transparência na aplicação dos fundos públicos.

Conforme relata a PF, esses atos de lavagem de dinheiro evidenciam um esquema bem estruturado para dar aparência lícita a valores oriundos de crimes contra a administração pública.

A expectativa dos investigadores é de que, ao final da operação, a maior parte dos bens e recursos desviados possa ser recuperada e revertida em favor do patrimônio público.

Uma operação em andamento com desdobramentos esperados

A Operação Rolo Compressor segue em andamento, e a expectativa é que novos desdobramentos possam surgir com o avanço das investigações.

Para as autoridades envolvidas, esse tipo de operação é essencial para frear a corrupção nas obras públicas, especialmente em áreas que, como as rodovias, são vitais para o desenvolvimento econômico e para a segurança de todos os que utilizam essas vias diariamente.

As ações policiais ainda devem seguir com novos interrogatórios, análise de documentos apreendidos e revisão dos contratos para identificar e responsabilizar todos os envolvidos.

Segundo a CGU, o combate à corrupção é essencial para garantir que os investimentos públicos sejam aplicados de maneira justa e transparente.

E você, acha que a fiscalização nas obras públicas brasileiras precisa ser mais rígida? Comente abaixo o que você pensa sobre essa operação e suas consequências!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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