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Holding Dord Investimentos quer instalar projeto de mineração de potássio em Sergipe, mas será uma ameaça para as áreas de assentamentos rurais

9 de junho de 2022 às 06:54
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A holding Dord Investimentos agora volta seus olhares para o estado do Sergipe e pode ameaçar a vivência das famílias dos assentamentos rurais com projeto de mineração de potássio que poderá ser implementado na região sergipana pela companhia
Fonte: Saga Consultoria

A holding Dord Investimentos agora volta seus olhares para o estado do Sergipe e pode ameaçar a vivência das famílias dos assentamentos rurais com projeto de mineração de potássio que poderá ser implementado na região sergipana pela companhia

Em um cenário de expansão da mineração por todas as áreas da reforma agrária após nova norma do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a holding Dord Investimentos continua buscando, nessa quinta-feira, (09/06) um projeto de mineração de potássio no estado de Sergipe. Entretanto, todas as áreas previstas para a exploração mineral são de assentamentos rurais e as famílias que vivem na região podem ser prejudicadas com os prováveis empreendimentos.

Dord Investimentos agora busca no estado do Sergipe áreas para exploração de potássio no seu novo projeto de expansão da mineração pelo território nacional 

A holding Dord Investimentos realizou a abertura de um protocolo na Agência Nacional de Mineração (ANM) para um  pedido de mineração de potássio na região do município sergipano de Santo Amaro das Brotas. Todas elas fazem parte de assentamentos rurais, mais especificamente os Projetos de Assentamentos (PAs) Olga Benário e Celso Furtado, além de uma pequena porção do PA Hugo Herédia, que também se encontra na região do município. 

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A companhia se declara uma holding, ou seja, uma empresa cuja atividade principal é deter participação acionária em outras empresas, e agora busca uma expansão no ramo da mineração brasileira. Isso pois a Dord Investimentos ainda não havia iniciado nenhum projeto de mineração até o ano de 2022, quando abriu três processos na ANM, todos voltados para a exploração de potássio em áreas de assentamentos rurais.

Todas essas áreas estão atualmente fortemente fragilizadas devido à exploração vegetal e, com a chegada da holding na região, poderão haver ainda mais impactos ambientais para os assentamentos. Embora até pouco tempo atrás não fosse possível a abertura de projetos de mineração nesses locais, a nova norma do Incra abriu espaço para esses empreendimentos.

Divulgada no dia 3 de janeiro de 2022, a nova norma do órgão permite a venda das áreas destinadas originalmente à reforma agrária para empreendimentos de mineração, geração de energia e projetos de infraestrutura. E, de acordo com uma pesquisa realizada pelo site InfoAmazônia, essa nova norma poderá destravar mais de 20 mil requerimentos em áreas desse tipo para atividades do ramo da mineração. 

Demanda pelo potássio cresce no Brasil, mas mineração em áreas de assentamentos rurais poderá colocar em risco a vivência das famílias dessas regiões

O potássio é um dos principais componentes de diversos tipos de fertilizantes e está sendo cada vez mais procurado dentro do mercado nacional. Isso acontece porque o mercado internacional está bastante instável em relação à exportação do produto devido aos conflitos entre Rússia e Ucrânia, fortes comercializadoras de fertilizantes em todo o mundo.

Por isso, a mineração de potássio está cada vez mais em alta no território brasileiro e os projetos nesse segmento cresceram fortemente nos últimos meses.

No entanto, segundo o próprio Incra, a chegada da holding Dord Investimentos e de outras empresas em áreas de assentamentos rurais poderá colocar em risco a vivência das famílias que residem na região. Essas são áreas voltadas para a sobrevivência humana e não deveriam ser foco do agronegócio e da mineração, uma vez que são utilizadas para a produção familiar com foco na alimentação. 

Assim, Sabrina Diniz, diretora da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), comentou sobre a situação em Sergipe e alertou: “Esses assentamentos são grandes áreas de proteção ambiental, pela própria lógica existencial das famílias assentadas. Essa não é a lógica dos grandes empreendimentos, da mineração e do agronegócio. A lógica deles é do lucro. Em um país que está vivendo o avanço da fome, seria imprescindível que essas pessoas tivessem garantido seu direito de produzir alimentos”

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