Caça supersônico nacional Gripen F-39E fabricado pela Embraer em parceria com a Saab deve voar no segundo semestre, marcando um avanço tecnológico e industrial para o Brasil.
O Brasil se prepara para lançar o primeiro caça supersônico fabricado no país. O avançado caça Gripen F-39E, produzido em território nacional através de uma parceria internacional, está programado para realizar seu primeiro voo no segundo semestre deste ano. Este é um marco histórico para a indústria brasileira e para a Força Aérea Brasileira (FAB).
Representa o sucesso de um ambicioso contrato de transferência de tecnologia. A nova estrela da FAB logo estará na cabeceira da pista, pronta para desbravar os céus brasileiros.
Produção nacional: a fabricação do caça supersônico nacional Gripen F-39E no eixo São Paulo
A fabricação do Gripen F-39E ocorre no estado de São Paulo. Duas unidades industriais principais formam o eixo produtivo. A fábrica da empresa sueca Saab, em São Bernardo do Campo, é responsável pelas peças pesadas. A montagem final da aeronave é executada pela Embraer, em Gavião Peixoto. A Saab instalou na Embraer o Centro de Ensaios em Voo do Gripen e o Centro de Design, estruturas dedicadas ao programa.
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O plano estratégico é transformar esse polo industrial brasileiro, que inclui outras empresas parceiras, em um hub de construção e exportação da caça supersônica para outros países. O Brasil se prepara para lançar o primeiro caça supersônico fabricado no país com base nesta estrutura robusta.
Transferência de tecnologia e geração de empregos com o Gripen
O programa Gripen representa a maior iniciativa de transferência de tecnologia já realizada pela Saab. É também a maior exportação feita pela Suécia em todos os tempos, segundo a empresa. Ao longo dos últimos dez anos, 350 profissionais brasileiros receberam treinamento especializado na sede da companhia, na Suécia.
O contrato totaliza 4 bilhões de dólares, englobando infraestrutura de produção e a entrega de 36 caças Gripen F-39E para a FAB (oito delas já estão no Brasil, fabricadas na Suécia). Estima-se que o programa gere entre 10 mil e 13 mil empregos diretos no Brasil. Esses postos estão distribuídos entre a Saab, a Embraer e empresas parceiras como Akaer, AEL Sistemas, Atech, entre outras.
A Akaer, por exemplo, viu seu quadro de funcionários saltar de 75 para 700 pessoas nos últimos anos, um reflexo do impacto do programa. “Participar do programa Gripen é um marco em nossa história”, afirma Cesar Silva, presidente da Akaer.
Capacidades e desempenho notável do Gripen F-39E da FAB
O Gripen F-39E é cada vez mais reconhecido internacionalmente. Destaca-se pela tecnologia embarcada avançada, pelos baixos custos de manutenção e pela alta confiabilidade. Uma capacidade única do aparelho é a de pousar e decolar em pistas curtas, com menos de 600 metros de extensão. O caça é supersônico, voando a Mach 2 (duas vezes a velocidade do som), o que equivale a 2.450 milhas por hora.
Em velocidade máxima, poderia voar de São Paulo ao Rio de Janeiro em apenas doze minutos. O ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, classificou a escolha do Gripen pela FAB como acertada, chamando a caça de “sucesso mundial”. Recentemente, no Exercício Cruzeiro do Sul (Cruzex), organizado pela FAB, o desempenho do Gripen superou as expectativas. O esquadrão brasileiro se destacou em confrontos simulados, incluindo uma notável vitória contra os caças F-15C dos Estados Unidos.