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Deportação em MASSA nos EUA: Trump promete a maior operação de retorno forçado da história

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 20/01/2025 às 17:06
Deportação em MASSA nos EUA: Trump promete a maior operação de retorno forçado da história
Trump afirma que existe uma “invasão” de imigrantes sem documentos na fronteira Sul dos Estados Unidos. Por isso, ele decidiu retomar políticas duras, mobilizar as Forças Armadas e acelerar a deportação em massa de quem está em situação irregular.

Cerca de 11 milhões de imigrantes em situação irregular, 230 mil brasileiros na mira e o retorno da política “fique no México”: Trump mobiliza Forças Armadas na fronteira e lança nova fase de deportação em massa nos EUA.

Com o novo mandato de Donald Trump, a deportação em massa nos EUA volta aos holofotes. Logo após tomar posse, Trump declarou emergência nacional na fronteira Sul e avisou que vai retomar a política “fique no México”, uma de suas marcas durante o primeiro mandato. Mas como essa retomada afeta milhares de imigrantes, incluindo os brasileiros?

Trump não perdeu tempo: anunciou o envio das Forças Armadas para a fronteira, argumentando que existe uma “invasão monstruosa” de imigrantes. Para quem acompanha o tema de perto, fica claro que as políticas migratórias endureceram de novo, mirando, principalmente, latino-americanos.

Como funciona a política de deportação em massa?

A ideia geral é simples: acelerar a remoção de imigrantes em situação irregular, priorizando quem tem pendências na Justiça. Mas isso não significa que só quem cometeu crimes será afetado. No primeiro mandato, Trump apostou em ações rápidas na fronteira e ameaçou quem estava dentro do país sem os documentos corretos.

Segundo dados recentes, cerca de 11 milhões de pessoas vivem sem status legal nos EUA, muitas delas latinas. Dentro desse grupo, há gente com ficha criminal, mas também famílias que trabalham e estudam lá há anos. Entre os brasileiros, estima-se que 230 mil estejam em situação irregular. Isso te faz imaginar o tamanho do desafio de deportar tanta gente, não é?

Um dos pilares dessa política de deportação em massa é priorizar quem já tem passagem pela Justiça. Há mais de 600 mil casos de estrangeiros fichados, sendo que muitos já estão presos por diferentes crimes — principalmente violação migratória e tráfico de drogas. Assim que terminarem de cumprir pena, essas pessoas devem ser deportadas. É quase como uma fila de espera para sair do país.

Enviar militares para a fronteira mexe não só com a vida dos imigrantes, mas também com a política interna. Imagine um grande “muro vivo” formado por soldados. A ideia é bloquear ao máximo a entrada de quem busca chegar aos EUA sem documentos, inclusive quem pretende pedir asilo.

“Fique no México” e outras medidas do primeiro mandato de Trump

As forças armadas estão se movimentando ara impedir que mais pessoas entrem sem documentos e demonstrar força na vigilância do território. Trump alega que é uma forma de proteger o país contra a “invasão” de imigrantes na fronteira sul.
As forças armadas estão se movimentando ara impedir que mais pessoas entrem sem documentos e demonstrar força na vigilância do território. Trump alega que é uma forma de proteger o país contra a “invasão” de imigrantes na fronteira sul.

Você se lembra da política conhecida como “Fique no México”? Em 2018, Trump implantou uma medida que obrigava requerentes de asilo a aguardar o andamento dos seus processos no país vizinho. Isso pegou muita gente de surpresa e, claro, gerou uma situação complicada para pessoas que já estavam fugindo de condições precárias.

No começo da pandemia, outra medida pesada entrou em cena: o Título 42. Ela permitia expulsar rapidamente quem cruzasse a fronteira sem documentos, alegando riscos à saúde pública. Foram milhões de pessoas mandadas de volta, e a grande maioria vinha da América Latina. Biden suspendeu esse título em 2023, mas agora Trump pretende retomar políticas parecidas, criando uma nova “remoção acelerada”.

No período mais recente, bateu-se recorde de apreensões na fronteira. Mexicanos lideram o grupo, seguidos por guatemaltecos, venezuelanos e hondurenhos. Brasileiros aparecem mais abaixo no ranking, mas ainda são milhares de pessoas enfrentando a dureza de ser preso na fronteira.

Muita gente que entrou no país durante a gestão Biden ficou aguardando processos de asilo. Alguns receberam status de proteção temporária, especialmente vindos de países em guerra ou com crise humanitária, como a Venezuela, Ucrânia, El Salvador e Sudão. Com a mudança de governo, tudo pode mudar. As proteções temporárias, definidas para vigorar até 2026, podem simplesmente não ser renovadas e deixar mais pessoas vulneráveis a uma deportação.

Impactos diretos nos brasileiros e em outros grupos

A deportação em massa nos EUA não escolhe muitas vezes quem vai embora ou não. Contudo, há grupos que acabam ficando ainda mais visados.

Com cerca de 230 mil brasileiros vivendo nos EUA sem documentação atualizada, a pressão é enorme. Muitos estão há anos construindo vida lá, com filhos na escola e trabalho estável. Porém, a mensagem do novo governo deixa claro: se estiver irregular, prepare-se para enfrentar uma blitz migratória.

Os “Dreamers” são jovens trazidos ainda crianças para os EUA e que, até então, contavam com a proteção DACA. Essa política, criada por Obama, lhes permite estudar, trabalhar e se legalizar gradualmente. No entanto, já há decisões judiciais questionando a legalidade do DACA. Caso o governo Trump não renove o programa, o destino desses jovens fica em risco.

É impossível não pensar no drama das famílias que podem ser separadas. Pais deportados, filhos que nasceram em solo americano… Imagine a dor de ter de escolher entre deixar os filhos nos EUA ou levá-los de volta a um país onde podem nunca ter vivido. É como montar um quebra-cabeça em que cada peça representa um coração partido.

Futuro e possíveis cenários

Agora que o governo Trump conta com maioria no Senado e na Câmara, as mudanças na lei migratória devem ocorrer num ritmo veloz. Embora existam pressões contrárias de grupos de direitos humanos, nem sempre isso segura a caneta presidencial.

O Congresso republicano tende a apoiar as iniciativas de deportação em massa. Claro que há vozes que tentam moderar as políticas mais duras, mas, com a maioria a favor, as chances são de que medidas como “Fique no México” sejam rapidamente reativadas.

Quem permanece no país sem documentos ou aguardando processo de asilo pode enfrentar ainda mais dificuldades. Autoridades podem endurecer a fiscalização, fazer batidas em locais de trabalho e, por fim, limitar ainda mais a possibilidade de recursos legais.

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Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Com mais de 1.200 artigos publicados no CPG, atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro. Sugestão de pauta: rafafabris11@gmail.com

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