Nova membrana de nanofiltração à base de seda purifica a água de forma mais rápida e eficiente, usando menos energia.
A crescente escassez de água potável e a alta demanda por soluções eficientes no tratamento de água motivaram o desenvolvimento de novas tecnologias de filtração. Entre as inovações mais recentes está a membrana de nanofiltração, patenteada por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hong Kong.
Esta membrana, feita de seda natural, promete melhorar significativamente os processos de purificação de água, utilizando muito menos energia em comparação com as técnicas tradicionais de filtração.
A filtração da água é uma etapa crucial para garantir a qualidade e a segurança da água consumida pela população.
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Com a introdução dessa nova membrana de nanofiltração, os pesquisadores esperam não apenas otimizar os métodos de tratamento de água, mas também reduzir os custos operacionais e o impacto ambiental dos sistemas de filtração de água.
Entenda sobre as membranas tradicionais de nanofiltração de água
As membranas de nanofiltração são amplamente usadas para purificar a água, especialmente em processos como o tratamento de águas residuais e a filtragem doméstica.
Elas são eficazes na remoção de uma variedade de contaminantes da água, como metais pesados, compostos orgânicos e micro-organismos, permitindo ao mesmo tempo a passagem de minerais benéficos.
No entanto, esses sistemas de filtração exigem pressões extremamente altas, de até 10 vezes a pressão atmosférica normal, o que torna o processo não apenas caro, mas também muito intensivo em energia.
Além disso, as membranas de nanofiltração convencionais necessitam de equipamentos volumosos e custosos, o que limita sua aplicação em áreas que enfrentam dificuldades financeiras ou falta de infraestrutura.
Para resolver esses problemas, os pesquisadores de Hong Kong propuseram uma nova abordagem: uma membrana de nanofiltração que usa um vácuo parcial, reduzindo assim a necessidade de pressões altas.
A inovação da membrana de seda para nanofiltração de água
A principal inovação trazida por essa pesquisa está na utilização de seda natural para a criação de uma membrana mais eficiente e econômica.
A membrana de seda é capaz de purificar a água a uma pressão muito mais baixa do que as versões convencionais de nanofiltração, graças ao vácuo aplicado no processo de filtração.
Isso resulta em um sistema de filtração que não só é mais rápido, mas também utiliza até 80% menos energia do que os sistemas tradicionais de nanofiltração.
Os testes realizados demonstraram que essa nova membrana de seda pode processar até 56,8 litros de água por metro quadrado por hora, ao mesmo tempo em que retém mais de 99% dos poluentes orgânicos presentes na água, como os compostos perfluorados.
Estes compostos são conhecidos por sua resistência a manchas, óleos e água, e são frequentemente encontrados em diversos produtos industrializados.
A membrana de seda, portanto, não apenas oferece uma filtração eficiente da água, mas também ajuda a remover contaminantes altamente prejudiciais à saúde humana.
Além disso, a membrana de nanofiltração à base de seda permite que minerais benéficos, essenciais para a saúde humana, passem através da membrana de filtração.
Isso a torna uma solução ideal para a purificação, pois, além de garantir a remoção de impurezas, ela preserva elementos positivos que são necessários ao organismo.
O artigo foi publicado na Nature e pode ser lido aqui.
Impacto e potencial da nova membrana
O professor Chuyang Tang, responsável pela pesquisa, destacou a importância da descoberta. Segundo ele, a nova membrana de nanofiltração à base de seda representa uma verdadeira “virada de jogo” para a purificação da água.
A tecnologia promete filtrar a água quase 10 vezes mais rápido do que as membranas comerciais tradicionais, ao mesmo tempo em que reduz significativamente o consumo de energia, tornando o processo de filtração mais acessível e sustentável.
Essa inovação tem o potencial de ser aplicada em diversos cenários, desde o tratamento doméstico até o processamento de águas residuais industriais, além de poder ser utilizada em áreas que carecem de recursos para investir em sistemas de filtração tradicionais.
Com a patente concedida recentemente, a equipe de pesquisadores espera que a tecnologia seja rapidamente adotada por empresas e governos, ajudando a combater a crise global de escassez de água.
Com informações do site De Olho na Engenharia
Se for realmente para a população que necessita de água e não para a máfia da exploração do maior bem essencial ao mundo incluindo grande parte da África que seja bem vindo!