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China investiu mais de R$ 370 bilhões para transformar infraestrutura brasileira

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/05/2025 às 13:13

Investimentos bilionários da China em energia, infraestrutura e tecnologia estão remodelando áreas-chave da economia brasileira, gerando empregos, otimizando a logística nacional e impulsionando a transição energética — tudo isso enquanto despertam debates sobre soberania e influência geopolítica.

Nos últimos anos, o Brasil tem sido um dos principais destinos dos investimentos estratégicos chineses na América Latina.

De acordo com dados do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), compilados pela embaixada da China no Brasil, foram injetados aproximadamente US$ 66 bilhões — mais de R$ 370 bilhões — na economia brasileira nos últimos 14 anos.

Os aportes se concentram em áreas essenciais como energia, infraestrutura, agronegócio e tecnologia, setores considerados vitais para o crescimento sustentável do país.

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A participação chinesa nesses segmentos não apenas viabilizou grandes obras e projetos, como também ajudou a modernizar a base produtiva brasileira e a gerar milhares de empregos qualificados.

Energia lidera os aportes e impulsiona geração renovável

O setor energético é o principal destino do capital chinês no Brasil, respondendo por quase metade dos investimentos desde 2007.

Conforme o CEBC, foram mais de US$ 32,5 bilhões aplicados em energia entre 2007 e 2022.

Grandes estatais chinesas como State Grid, China Three Gorges (CTG) e State Power Investment Corporation (SPIC) lideram os principais empreendimentos.

Entre os projetos mais emblemáticos está o Linhão de Belo Monte, uma linha de transmissão que leva energia renovável gerada no Norte para o Sudeste do Brasil, beneficiando mais de 60 milhões de pessoas.

A obra também teve forte impacto social, criando cerca de 5 mil empregos diretos durante sua execução.

Esses investimentos reforçam o papel da China como parceira estratégica para o desenvolvimento de fontes limpas e sustentáveis de energia no Brasil, em um momento em que o país busca acelerar sua transição para uma matriz energética mais verde.

Infraestrutura recebe aportes que modernizam a logística nacional

Outro pilar dos investimentos chineses no Brasil é a infraestrutura logística, especialmente nos últimos cinco anos.

De 2019 a 2024, o setor recebeu cerca de US$ 25 bilhões em aportes chineses, conforme os dados mais recentes do CEBC.

Entre os projetos de destaque está o Porto de São Luís, no Maranhão, desenvolvido com capital chinês e focado em exportações de grãos e minerais.

Além da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que está em fase avançada de construção e deve ligar o interior da Bahia ao litoral, facilitando o escoamento da produção agrícola e mineral.

A China também demonstrou interesse no projeto da Ferrogrão, uma ferrovia de mais de mil quilômetros que ligará o Mato Grosso ao Porto de Miritituba, no Pará.

A expectativa é que essa nova rota reduza custos logísticos, aumente a competitividade do agronegócio brasileiro e diminua a pressão sobre rodovias da região.

Indústria automotiva elétrica entra no radar chinês

Com o avanço da transição energética global, a China passou a investir também na mobilidade sustentável no Brasil.

Em 2025, duas grandes montadoras chinesas — BYD e GWM (Great Wall Motors) — iniciarão a produção de veículos elétricos e híbridos nas cidades de Camaçari (BA) e Iracemápolis (SP), respectivamente.

Essas fábricas vão ocupar antigos complexos industriais da Ford e da Mercedes-Benz, gerando milhares de empregos e reativando polos automotivos importantes no país.

Além disso, os projetos devem contribuir para acelerar a eletrificação da frota nacional, com veículos mais limpos, silenciosos e eficientes.

A aposta chinesa na mobilidade elétrica posiciona o Brasil como potencial protagonista no mercado latino-americano de carros sustentáveis.

Segundo especialistas, a tendência é que esses investimentos incentivem o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores nacional e atraiam novas tecnologias para o país.

Agronegócio ganha inovação com drones e biotecnologia

No campo, a presença chinesa também se intensifica, especialmente na interseção entre agronegócio e tecnologia.

Uma parceria entre a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a autoridade de aviação da China permitiu o uso de drones da marca DJI para pulverização agrícola no Brasil, uma inovação que aumenta a eficiência nas lavouras e reduz o desperdício de insumos.

Além disso, há avanços em frentes como agricultura de precisão, sensores remotos, biotecnologia e uso de inteligência artificial no manejo de culturas.

Essas tecnologias permitem monitoramento em tempo real, maior produtividade e menor impacto ambiental, alinhando o agronegócio brasileiro às demandas da agricultura 4.0.

O intercâmbio tecnológico entre os dois países também inclui a capacitação de técnicos, intercâmbios científicos e financiamento de startups agrícolas com potencial de escalabilidade.

Nesse sentido, a cooperação sino-brasileira vai além do comércio de commodities e começa a se consolidar como uma parceria de inovação.

Relação Brasil-China vai além da economia

Os investimentos bilionários também reforçam a importância geopolítica da parceria entre Brasil e China.

O gigante asiático é hoje o principal parceiro comercial brasileiro, responsável por quase um terço das exportações nacionais, especialmente de soja, minério de ferro e petróleo.

No campo diplomático, as duas nações mantêm uma agenda estável no BRICS e em fóruns multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Além disso, o avanço das relações comerciais fortalece a posição do Brasil como ponte entre a Ásia e os demais países da América Latina.

Para especialistas em relações internacionais, o desafio agora é garantir que os investimentos resultem em desenvolvimento de longo prazo, com transferência de tecnologia, respeito às normas ambientais e valorização da mão de obra local.

Um olhar para o futuro da cooperação bilateral

A tendência é que os investimentos chineses no Brasil continuem crescendo nos próximos anos, com foco em áreas estratégicas para o século XXI: energias renováveis, conectividade digital, semicondutores, logística inteligente e segurança alimentar.

Com o novo Plano de Desenvolvimento Nacional da China (2021-2025), há incentivos para empresas chinesas expandirem sua atuação no exterior, especialmente em países emergentes como o Brasil.

Esse movimento abre novas janelas de oportunidades para infraestrutura inteligente, cidades sustentáveis e soluções tecnológicas voltadas para o clima.

A chave para que esses investimentos tragam benefícios duradouros será o equilíbrio entre o interesse econômico estrangeiro e as prioridades nacionais brasileiras.

Para isso, políticas públicas claras, regulação eficaz e diálogo institucional são fundamentais.

Você acredita que a crescente presença chinesa no Brasil é positiva para o desenvolvimento do país ou representa um risco à soberania nacional? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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Juarez de Oliveira Nóbrega
Juarez de Oliveira Nóbrega
11/05/2025 01:26

A presença chinesa representa a libertação do Brasil no setor comércial internacional. Abre um grande janela de comércio com valorização da produção Brasileira.
O Brasil era escravizado na venda dos produtos agrícolas para Europa e Estados Unidos que, sempre nos trataram como Colônia.
Esses países sempre nos venderam produtos por preços exorbitantes.

Will
Will
Em resposta a  Juarez de Oliveira Nóbrega
11/05/2025 21:23

A china também é econômia externa, conseguiram muita tecnologia do ocidente, agora de olho em territórios como o nosso. Não swremos colônia, seremos escravos.

Marcao
Marcao
Em resposta a  Will
12/05/2025 04:56

Tanta nerda que os alienados falam

Oobservadorotimista
Oobservadorotimista
Em resposta a  Juarez de Oliveira Nóbrega
13/05/2025 08:11

Deixa de ser **** cara ! Se vc se acha uma ****,não vai ser os outros que vai achar diferente ! Quando o brasil era colonia, Don Pedro 1 e Don Pedro 2 queriam a libertação e abolição dos escravos, mais os coronéis do café, açucar, algodão e, bovino, cacau e outros, não aceitavam e não deixaram isso aconter mais cedo ! Depois veio o periodo da industrialização , e os dobos do brasil,não quizeram industrializar o brasil ,eles estavam satisfeitos com os lucros do café e do açucar. E simultaneamente o mundo começou a implantar ferrovias,e os governantes do brasil também não quizeram! , hoje a priori gestão pública do mundo é no brasil, e tem gente que põe a culpa lá fora,por nóis sermos uma ****

Gláucio Julianelli
Gláucio Julianelli
11/05/2025 06:01

Eu considero que é essencial para o futuro do Brasil o avanço nessa relação estratégica com a China. É importante ressaltar que isso não significa subserviência política, mas uma relação entre dois gigantes onde ambos têm muito a ganhar. De nossa parte, precisamos nos preocupar com a transferência de tecnologia e a proteção à indústria nacional, entre outros pontos.

Bruno SMJ
Bruno SMJ
11/05/2025 08:03

Pura **** isso de riscos a soberania nacional.
Mad cabe aos analistas profissionais avaliar a real conjuntura atual e futura. E ao Governo avaliar as análises e ser sábio e prudente nas suas decisões.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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