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Cemig abre mão de investimentos fora de Minas Gerais e está focado em negócios na região do estado Mineiro

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 22/08/2022 às 21:40
Cemig, investimento, Minas Gerais
Foto: reprodução pixabay.com

A Cemig, que possui o maior programa de investimento da história, deixou de investir em negócios fora do território de Minas Gerais

Após dar início a um movimento de expansão para além das fronteiras de Minas Gerais na década de 1990, a Cemig voltou para dentro do estado. A empresa, que foi fundada no ano de 1952, está parando de investir em negócios fora do Estado e apostando no território mineiro. Atualmente, a estatal de energia elétrica possui o maior programa de investimento da história, de R$ 22,5 bilhões até 2025. “Desejamos voltar a ser uma indutora do crescimento de Minas Gerais”, declara o presidente da empresa, Reynaldo Passanezi.

Administrando a Cemig desde 2020, Reynaldo realizou um amplo ajuste nas contas e estruturas da empresa para retomar o processo de investimentos em Minas Gerais. O ponto inicial foi definir três pilares, são eles: ser eficiente, cumprir a política de dividendos e se desfazer de ativos fora da estratégia da empresa. O executivo diz que, entre 2009 e 2018, a Cemig gastou R$ 8 bilhões em despesas de operações acima do valor do limite regulatório, reconhecido pela agência na tarifa. Em 2021, esse montante ficou R$ 448 milhões abaixo do limite.

Outra iniciativa para retomar os investimentos da empresa em Minas Gerais foi juntar algumas unidades da Cemig em um único prédio, o que diminuiu as despesas em R$ 40 milhões. A empresa, que atua na geração, distribuição, transmissão e gás natural, também possuía dois aviões com três pilotos para utilização exclusiva da diretoria e um hangar na Pampulha que custava R$ 1 milhão por ano.

As aeronaves foram repassadas e os profissionais, desligados. “Tínhamos 100 pessoas disponíveis para a diretoria, como garçons e motoristas. Atualmente estamos com apenas 10. Quando vamos somando essas coisas, o resultado é impressionante”, diz Reynaldo.

O presidente calcula ainda que os ajustes para retomar os investimentos totalizam uma economia de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, o que permitiu, pela primeira vez na história, o equilíbrio de operações da Cemig. A receita líquida da empresa no primeiro semestre de 2022 foi de 11%, indo para R$ 16 bilhões. O lucro, porém, diminuiu para R$ 1,5 bilhão por conta da decisão de fazer provisões referente à devolução de créditos tributários.

Novas estratégias da Cemig

Agora a Cemig pretende focar nas oportunidades dentro de Minas Gerais. A estratégia agora é se desfazer dos negócios minoritários fora de Minas Gerais que não deram certo. A empresa repassou, por exemplo, as empresas Renova e Light. Mas, ainda existem outras empresas na lista de Passanezi, como as participações nas hidrelétricas Belo Monte (PA) e Santo Antônio (RO), além da Taesa (RJ).

De acordo com Passanezi, entre os anos de 2009 e 2018, as participações minoritárias nesses empreendimentos totalizaram R$ 19 bilhões. Na média geral, esse valor diz respeito a uma perda de R$ 11 bilhões, uma vez que atualmente a parte da Cemig nesses negócios vale R$ 8 bilhões.

Nos investimentos, uma das principais iniciativas é a construção de 200 novas subestações no estado de Minas Gerais, aumentando o número de estruturas de 415 para 615 unidades. Ao reforçar a rede, a finalidade é trazer novas indústrias para Minas Gerais. 

Em geração de energia, os investimentos deverão somar aproximadamente R$ 5 bilhões em 1,5 GW de potência em fontes renováveis, como energia solar e eólica. Em geração distribuída, por meio de painéis solares nas residências, será aplicado R$ 1,5 bilhão em investimentos.

Os investimentos da Cemig deverão ser feitos com caixa ou valor adquirido com a venda de ativos. Só com a Light e a Renova, a estatal arrecadou R$ 2,5 bilhões. Com exceção das energias renováveis, que vão poder ser instituídas no Nordeste por conta do grande potencial da região, os demais projetos da Cemig devem ocorrer em Minas Gerais.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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