Em 2021, um tanque do Carrefour em Santos vazou 10 mil litros de óleo diesel, causando danos ambientais severos. O Ibama multou a rede em R$ 12,5 milhões, mas a empresa tenta reverter a penalidade. Com praias contaminadas e peixes mortos, o caso expõe falhas de gestão e um alerta sobre a responsabilidade ambiental de grandes corporações.
Em um episódio que expôs fragilidades operacionais e gerou revolta na sociedade, uma das maiores redes varejistas do mundo, o Carrefour, tornou-se protagonista de um desastre ambiental que impactou diretamente a costa de Santos, em São Paulo.
O caso, que envolve um vazamento de óleo diesel, deixou rastros não apenas no meio ambiente, mas também na reputação da empresa.
Segundo a Folha de S. Paulo, em matéria publicada nesta sexta-feira (29), em maio de 2021, um tanque de abastecimento do gerador de emergência de uma unidade da rede no Shopping Praia Mar sofreu um rompimento em sua estrutura, provocando o derramamento de até 10 mil litros de óleo diesel S500.
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O material contaminou galerias pluviais e alcançou praias da região, resultando em mortes de peixes, náuseas na população e impactos ambientais profundos.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) rapidamente autuou a empresa com uma multa de R$ 12,5 milhões, que está em processo de julgamento.
O dia do vazamento e as ações emergenciais
Em 4 de maio de 2021, por volta das 7h15, o Ibama foi notificado pela Defesa Civil sobre um forte odor e a presença de óleo no canal 6, que deságua na praia de Santos.
Conforme relatado pela Folha de S. Paulo, o problema começou muito antes, por volta das 2h da manhã, quando moradores já haviam detectado o cheiro, mas o Carrefour só reconheceu o incidente horas depois.
De acordo com a investigação, o problema se originou de uma braçadeira corroída que prendia a mangueira do tanque de abastecimento do gerador.
Quando o óleo começou a vazar, escorreu pelo ralo do pátio e seguiu para as galerias subterrâneas, contaminando vias públicas e alcançando o mar.
As autoridades mobilizaram bombeiros, a Guarda Municipal e o porto de Santos, que enviaram barreiras e mantas absorventes para conter o material. No entanto, o óleo já havia se espalhado.
A limpeza exigiu o uso de caminhões de sucção e mais de 8 mil litros de água. Somente às 15h, uma empresa contratada pelo Carrefour deu início às ações de mitigação.
Multa milionária e a batalha judicial
O Ibama multou o Carrefour não apenas pelos danos ambientais, mas também pela demora em comunicar o incidente e pela lentidão nas respostas iniciais.
A Folha de S. Paulo destacou que áreas técnicas do órgão já confirmaram a infração, indicando que a empresa será obrigada a pagar a multa milionária.
A rede, por sua vez, apresentou defesa e aguarda o desfecho administrativo, mas pode recorrer judicialmente caso o Ibama mantenha a decisão.
Impactos duradouros e a reação do Carrefour
O óleo diesel S500, por ser um material leve, infiltrou-se rapidamente na areia da praia, dificultando sua remoção total. Os efeitos do vazamento foram amplamente sentidos pela população local, que relatou desconforto respiratório e preocupação com a contaminação da água e dos alimentos.
Em nota, o Carrefour afirmou ter apresentado justificativas ao Ibama e declarou que aguarda o julgamento final.
Contudo, a repercussão negativa do episódio foi ampliada por recentes polêmicas envolvendo o CEO da rede, Alexandre Bompard.
O executivo havia anunciado que o Carrefour deixaria de comprar carne do Mercosul por supostos problemas de conformidade, mas recuou após críticas e pediu desculpas públicas.
Uma mancha na reputação
O incidente em Santos não foi apenas um problema ambiental, mas também um alerta sobre os riscos da falta de manutenção preventiva e de respostas rápidas a emergências.
O Carrefour, que já enfrentou outras crises de imagem no Brasil, terá que lidar com o peso dessa nova polêmica, tanto no aspecto financeiro quanto no social.
Será que episódios como esse farão empresas repensarem suas práticas e responsabilidades no Brasil, ou os impactos continuarão sendo apenas absorvidos pelas comunidades locais e pelo meio ambiente?