O Brasil se prepara para a estreia de uma planta de nióbio com tecnologia da Toshiba e produção de mil toneladas anuais. A CBMM aposta alto no mercado global de baterias, consolidando o país na indústria de energia limpa.
O Brasil está prestes a ser palco de uma transformação industrial de larga escala que promete impactar diretamente setores de alta tecnologia e mobilidade sustentável.
Uma nova planta industrial de nióbio, um dos elementos mais promissores para a indústria de baterias de veículos elétricos, está sendo finalizada em Araxá, Minas Gerais, pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
Com inauguração prevista para o início de 2025, a planta surge de uma parceria com a multinacional japonesa Toshiba Corporation, integrando tecnologia avançada para produzir anualmente mil toneladas de óxidos mistos de nióbio, um material estratégico para a próxima geração de baterias.
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Parcerias e tecnologia inovadora
Em 2018, a CBMM formalizou uma parceria com a Toshiba Corporation para desenvolver um tipo especial de bateria de lítio, com ânodos de óxidos mistos de nióbio e titânio.
Esse material permite um armazenamento de energia mais eficiente e uma recarga mais rápida, sendo adequado tanto para veículos de passeio quanto para máquinas pesadas.
De acordo com a CBMM, essa tecnologia já foi testada com sucesso em ônibus elétricos por meio de uma colaboração com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, o que reforça a confiabilidade do projeto.
Além da planta em parceria com a Toshiba, a CBMM inaugurou recentemente outra unidade fabril dedicada à produção de óxidos mistos de nióbio, também em Araxá, com tecnologia da inglesa Echion Technologies, conhecida como XNO.
Conforme explica o gerente-executivo do programa de baterias da CBMM, Rogério Ribas, “as tecnologias se complementam e a unidade com tecnologia XNO já está em operação, enquanto a planta com a tecnologia da Toshiba será oficialmente anunciada em breve.”
Crescimento do mercado e planos futuros
A CBMM já é uma das maiores produtoras de nióbio do mundo, com capacidade de produção de 150 mil toneladas anuais, volume que supera a demanda global atual.
Segundo Ribas, o objetivo é não apenas consolidar a liderança no mercado, mas também expandir a aplicação do nióbio em novos setores industriais.
“Se o programa de tecnologia continuar avançando, novos investimentos e parcerias estratégicas poderão ampliar ainda mais o mercado de nióbio nos próximos anos”, afirmou ele.
Investimento bilionário e impacto econômico
O projeto para a nova planta de nióbio já recebeu R$ 250 milhões em 2024, e o CEO da CBMM, Ricardo Lima, anunciou que, para 2025, os investimentos podem alcançar até R$ 300 milhões.
De acordo com Lima, “não há um limite rígido para os recursos destinados aos projetos de desenvolvimento.
A empresa está comprometida em apostar em projetos inovadores que garantam o futuro da companhia e sua relevância no mercado global”.
Parte desses recursos foi direcionada para a divisão de materiais e tecnologias para baterias, com um investimento de aproximadamente R$ 80 milhões neste ano.
Essa divisão tem como meta aumentar o volume de vendas e diversificar as receitas da CBMM, que hoje obtém cerca de 25% da sua renda de produtos fora do setor de aço.
Lima projeta que essa participação pode ultrapassar os 30% até 2027, o que antecipa a meta estabelecida para 2030.
Nióbio no futuro da tecnologia e da economia global
Para manter a relevância no mercado de nióbio, a CBMM tem investido em múltiplas frentes de aplicação desse metal.
Além das baterias, a empresa explora o uso do nióbio na indústria aeroespacial, óptica, e em nanomateriais aplicáveis em motores elétricos.
Segundo Lima, essa estratégia visa replicar o sucesso alcançado pelo nióbio em outros setores industriais.
A área de Novos Negócios da CBMM também recebeu atenção especial, com um investimento de R$ 100 milhões nos últimos doze meses.
Conforme o CEO da empresa, a ideia é diversificar ainda mais as aplicações do nióbio, expandindo sua presença no mercado de baterias de íons de lítio em todo o mundo.
“Estamos em constante busca de maneiras de ampliar o uso do nióbio para que ele esteja presente em novas tecnologias e indústrias”, finalizou Lima.
Perspectivas e desafios para a nova planta de nióbio em Araxá
Com a finalização da nova planta e a expansão dos investimentos, a CBMM posiciona-se como protagonista em uma revolução tecnológica que atende ao crescente mercado de energia limpa e veículos elétricos.
O sucesso do projeto poderá abrir novas oportunidades para a exportação de nióbio brasileiro e consolidar o país como um centro de inovação no mercado global de baterias.
Você acredita que o Brasil está preparado para se tornar uma potência global na produção de baterias para veículos elétricos com base no nióbio?
Sim , Brasil só precisa de investimentos e qualificação dos
Trabalhadores virarem profissionais , o brasil na realidade tá faltando muito investimento pra profissionalizar no mínimo cinco milhões de trabalhadores isso daqui pra 230
Penso que precisamos desenvolver produtos com alto valor tecnologico agregado (pesquisa e desenvolvimento), desenvolver e valorizar nossa mão de obra especializada.
Sim. O Brasil precisa investir maciçamente em educação de qualidade para acompanhar o desenvolvimento tecnológico para não sermos eternos exportadores de comoditis. Temos as maiores reservas de tudo que um país precisa para ser desenvolvido. Basta investir em educação de qyaludade. Inteligência e capacidade os brasileiros demonstram com boa vontade. O que falta são incentivos.