Um navio de 90 metros ficou encalhado, causando um vazamento de combustível que ameaça a vida marinha e os recifes de corais próximos à área do acidente.
Recentemente, dois graves incidentes marítimos no Mar Vermelho chamaram a atenção de autoridades e especialistas. Ambos os casos, ocorridos próximos à costa egípcia, expuseram desafios relacionados à segurança marítima e ao impacto ambiental. Veja todos os detalhes do vazamento de combustível que gerou grandes preocupações.
O encalhe do VSG Glory e vazamento de combustível
No dia 22 de novembro de 2024, o navio de carga geral VSG Glory encalhou próximo à cidade de El Quseir, no Egito. O incidente foi causado por uma combinação de condições climáticas adversas e uma falha técnica. Ventos fortes e ondas altas fizeram com que o navio perdesse o controle e colidisse com um recife de corais.
A embarcação transportava 4.000 toneladas de farelo, 50 toneladas de óleo solar e 70 toneladas de diesel. Além disso, havia 21 passageiros a bordo. O impacto causou uma fratura de 60 centímetros no casco, permitindo que água do mar inundasse a sala de máquinas. Isso resultou em um pequeno vazamento de óleo que atingiu as águas ao redor.
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Esforços para conter o vazamento de combustível
As autoridades reagiram rapidamente para evitar danos maiores. Uma operação de contenção foi iniciada, utilizando 200 metros de barreiras de borracha e 100 metros de barreiras absorventes de óleo. A prioridade era impedir que o vazamento se espalhasse e causasse maiores danos ao ecossistema.
Entretanto, as condições climáticas continuaram desafiadoras. Os ventos fortes deslocaram algumas barreiras para a praia, aumentando a dificuldade do trabalho de contenção. Moradores locais relataram o retorno do cheiro de óleo e sinais visíveis de contaminação na região.
O VSG Glory, que já estava inclinado, apresentou uma piora em sua posição. Sons de atrito entre a embarcação e o recife foram ouvidos, causando preocupação adicional sobre a possibilidade de novos danos estruturais.
Naufrágio do barco turístico Sea Story
Apenas três dias após o incidente do VSG Glory, em 25 de novembro, o barco turístico Sea Story naufragou próximo à Marsa Alam, também no Mar Vermelho. O barco estava em uma expedição de mergulho que deveria durar seis dias, com partida de Porto Ghalib e retorno programado para Hurghada.
A bordo estavam 45 pessoas, incluindo 31 turistas de diversas nacionalidades e 14 tripulantes egípcios. As condições climáticas, novamente desfavoráveis, desempenharam um papel crucial no acidente. Ventos de 34 nós e ondas de até quatro metros impossibilitaram para a embarcação resistir ao mau tempo.
Apesar das condições adversas, a viagem havia sido iniciada, mesmo com a Autoridade Portuária do Mar Vermelho emitindo alertas e suspendendo o tráfego marítimo devido ao clima.
Operações de resgate
As operações de resgate foram intensas. Helicópteros e uma fragata da Marinha egípcia foram mobilizados para salvar as vítimas. Dos 45 ocupantes, 28 foram resgatados com vida, enquanto 17 foram inicialmente dados como desaparecidos. Mais tarde, quatro corpos foram recuperados, reduzindo o número de desaparecidos para sete.
Os sobreviventes foram levados a hospitais para avaliação médica. Entre eles estavam turistas de países como Alemanha, Estados Unidos, Irlanda, Noruega, Espanha, China e outros. A busca pelos desaparecidos continua, com esforços redobrados para encontrar sinais de vida ou localizar os corpos restantes.
Impactos ambientais e humanos
Os dois incidentes trouxeram à tona preocupações ambientais e humanas. No caso do VSG Glory, o vazamento de óleo ameaça a rica biodiversidade da região, incluindo recifes de corais que desempenham um papel vital no ecossistema local. Já no caso do Sea Story, além da perda de vidas humanas, há o risco de poluição causada pelos destroços e possíveis resíduos liberados no mar.
As autoridades ambientais reforçaram as medidas de monitoramento e contenção para minimizar os danos. No entanto, a recuperação dos ecossistemas afetados pode levar meses ou até anos.
Lições e medidas futuras
Os incidentes destacam a importância de respeitar as condições climáticas e os alerta emitidos pelas autoridades. Além disso, reforçam a necessidade de revisões nos protocolos de segurança marítima, especialmente em regiões tão sensíveis como o Mar Vermelho.
Enquanto as investigações continuam, especialistas apontam para a urgência de medidas preventivas mais eficazes. Melhorar a comunicação entre tripulações e autoridades, além de monitorar as condições climáticas com maior rigor, são passos essenciais para evitar tragédias futuras.
A comunidade internacional aguarda com atenção os desdobramentos e as ações do governo egípcio. Garantir a segurança das operações marítimas e proteger o meio ambiente são desafios que exigem soluções imediatas e de longo prazo.