Decisão de Biden de autorizar o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia recebe fortes críticas e levanta temores sobre a possível ‘Terceira Guerra Mundial’
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu histórica ao autorizar, pela primeira vez, que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA para atacar alvos no território russo. A medida foi vista por alguns como um passo perigoso na escalada do conflito, com aliados do presidente eleito Donald Trump expressando preocupações de que isso poderia levar a Terceira Guerra Mundial.
A autorização de Biden permite que as forças ucranianas atinjam posições estratégicas na região de Kursk, onde a Rússia mobilizou cerca de 50.000 tropas, incluindo 10.000 soldados norte-coreanos, segundo fontes de alto escalão dos EUA. As autoridades ucranianas, que já haviam tomado essa região anteriormente, agora têm acesso a um poderio militar significativo para intensificar seus ataques.
A decisão gerou reações intensas. O congressista Michael Waltz, do estado da Flórida e próximo assessor de segurança nacional de Trump, alertou que essa ação poderia representar um aumento significativo nas tensões internacionais, sem saber qual o próximo passo da escalada. Para ele, a decisão de Biden foi inesperada, principalmente porque o presidente ainda está em transição e a medida parece mais uma guerra em si do que um simples apoio à Ucrânia.
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Críticas e temores de “Terceira Guerra Mundial”
As reações de líderes conservadores e aliados de Trump foram rápidas e severas. Ric Grenell, ex-diretor interino de Inteligência Nacional dos EUA, criticou a ação de Biden, alegando que o presidente estava, de forma deliberada, inflamando as tensões globais para fins políticos. Para Grenell, essa autorização traria consequências drásticas, alterando completamente as projeções feitas até então para o futuro do conflito.
Donald Trump Jr., filho do presidente eleito, também se posicionou de maneira enfática, acusando o “complexo industrial militar” de querer precipitar uma guerra mundial em nome de interesses financeiros, apontando que o conflito na Ucrânia está sendo usado como um campo de batalha para a destruição da Rússia, com o objetivo de engordar os cofres de grandes empresas bélicas.
A deputada republicana Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, foi outra a criticar a decisão de Biden, argumentando que ele estava tomando um risco enorme ao autorizar os ataques com mísseis de longo alcance e que tal ação poderia colocar o país à beira da Terceira Guerra Mundial.
A reação do Governo dos EUA
Embora os críticos se concentrem nas potenciais consequências políticas dessa decisão, o vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jon Finer, tentou justificar a autorização, apontando que a introdução de forças norte-coreanas na região foi um fator relevante para a tomada de decisão.
Finer ressaltou que os EUA têm analisado a escalada russa, particularmente com a mobilização de tropas estrangeiras, e que, com base nesses novos desenvolvimentos, a medida foi necessária para proteger a Ucrânia e aumentar a pressão sobre a Rússia.
Para a Ucrânia, o uso de mísseis de longo alcance, como os ATACMS (sistemas de mísseis superfície-superfície), seria um avanço importante, já que as forças ucranianas utilizam drones para alguns ataques profundos, mas acreditam que os ATACMS, com alcance de até 300 quilômetros, são mais eficazes para atacar alvos no interior da Rússia.
A Ucrânia vinha solicitando essa autorização há meses, e membros do Congresso, especialmente os mais agressivos em relação à Rússia, haviam pressionado o governo Biden para tomar essa decisão.
A Rússia e as ameaças de escalada militar
Enquanto isso, o governo russo, ainda liderado pelo presidente Vladimir Putin, não demorou a reagir à notícia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os EUA de intensificar a crise, sugerindo que Washington estava apenas contribuindo para aumentar as tensões e provocar ainda mais o conflito com ações que, segundo ele, representavam uma nova rodada de hostilidade.
Putin, por sua vez, havia alertado anteriormente que, ao permitir que a Ucrânia usasse mísseis de longo alcance contra a Rússia, os EUA estariam, na prática, entrando diretamente na guerra. Segundo ele, esses sistemas de mísseis só poderiam ser operados por militares da OTAN, o que implicaria uma escalada direta para uma guerra entre as potências nucleares.
Até o momento, as forças ucranianas não utilizaram oficialmente os ATACMS contra a Rússia, mas as tensões continuam a crescer. A Rússia, com seu poder militar significativo e apoio de aliados como a China, demonstra que está disposta a continuar o combate e a pressionar por vitórias no terreno.
Para o Kremlin, a entrada dos EUA no conflito representaria uma ameaça existencial, e Putin reitera que está disposto a fazer tudo o que for necessário para proteger os interesses russos, inclusive com ataques a alvos ucranianos e à infraestrutura crítica do país.
O dilema da política externa de Biden
A decisão de Biden gerou um dilema para a administração dos EUA. Por um lado, há uma pressão crescente para apoiar a Ucrânia na sua luta contra a agressão russa, que, para muitos, é um símbolo de resistência à expansão da influência autoritária na Europa.
Por outro lado, o envolvimento cada vez mais profundo dos EUA no conflito levanta questões sobre até que ponto a política externa de Biden não pode inadvertidamente arrastar o país para um conflito total com a Rússia.
Especialistas alertam que uma escalada ainda maior poderia ter efeitos devastadores, com o uso de armas nucleares sendo uma possibilidade que não pode ser descartada. Para os EUA e seus aliados, a luta contra a Rússia na Ucrânia é vista como uma luta pela estabilidade da ordem mundial e a preservação de um sistema de valores democráticos.
Implicações para o futuro da Guerra
O impacto da decisão de Biden pode ser sentido tanto no campo de batalha quanto no cenário político internacional. No campo de batalha, os mísseis ATACMS podem mudar as dinâmicas do conflito, permitindo à Ucrânia realizar ataques mais profundos e com maior precisão, minando potencialmente a capacidade defensiva russa.
No entanto, o cenário global pode ser ainda mais impactado, com outras nações observando de perto os desdobramentos e o posicionamento dos EUA em relação à Rússia. O comportamento de outros países, incluindo aliados da OTAN e adversários como a China, pode ser influenciado por essa decisão.
Com o novo governo de Donald Trump prestes a assumir, é possível que as abordagens para o conflito na Ucrânia mudem novamente, com uma tentativa de negociação direta com Putin. Mas o futuro imediato do conflito permanece incerto, e o risco de uma escalada nuclear continua no horizonte.