Poços de Caldas, em Minas Gerais, é uma famosa estância hidromineral e, para muitos, uma surpreendente cidade brasileira em cima de um vulcão ancestral. Descubra seus segredos geológicos!
A ideia de uma cidade brasileira em cima de um vulcão adormecido desperta curiosidade e, para alguns, até um certo receio. E se contarmos que essa cidade não só existe, como é a conhecida Poços de Caldas, em Minas Gerais, famosa por suas águas terapêuticas? Muitos visitantes e até moradores podem desconhecer a grandiosidade geológica sob seus pés.
A ciência nos revela que esta cidade brasileira em cima de um vulcão repousa, na verdade, sobre uma imensa caldeira vulcânica extinta há dezenas de milhões de anos. Vamos desvendar a fascinante história e as características desta formação única.
Poços de Caldas: maravilha geológica e uma singular cidade brasileira em cima de um vulcão
Situada no sudoeste de Minas Gerais, Poços de Caldas está aninhada em um planalto montanhoso, mas sua característica geológica mais marcante é uma vasta depressão circular – a caldeira vulcânica. Esta caldeira é o coração geológico da região, um anel de montanhas conhecido como Serra de São Domingos. O Complexo Alcalino de Poços de Caldas é uma das maiores intrusões de rochas alcalinas do planeta, com um diâmetro que varia entre 30 e 35 quilômetros e uma área de aproximadamente 800 km², sendo o segundo maior maciço alcalino do mundo.
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É fundamental entender que esta cidade brasileira em cima de um vulcão não ocupa uma estrutura cônica como o Monte Fuji. Trata-se de uma caldeira, uma depressão muito maior formada pelo colapso de um supervulcão ancestral após erupções colossais ou pelo esvaziamento de uma grande câmara magmática subterrânea.
Viagem ao passado profundo: as origens da cidade brasileira em cima de um vulcão
A formação do Complexo Vulcânico de Poços de Caldas ocorreu há um tempo considerável, entre 72 e 90 milhões de anos atrás, na transição dos períodos Cretáceo para o Cenozoico. Foi um processo geológico complexo e longo, envolvendo a ascensão de um grande volume de magma alcalino do manto terrestre. Isso gerou intensa atividade vulcânica, com derrames de lava (principalmente fonolitos) e erupções explosivas. O clímax foi o colapso da estrutura, formando a vasta caldeira que vemos hoje.
Crucialmente, o vulcão sob esta cidade brasileira em cima de um vulcão é classificado pelos cientistas como extinto, e não meramente adormecido. Isso significa que ele não entra em erupção há dezenas de milhões de anos e não há qualquer expectativa científica de que volte à atividade. Essa longa inatividade é um fator determinante para a segurança e o tipo de desenvolvimento que ocorreu na região.
Tesouros da caldeira: a rica herança da atividade vulcânica em Poços de Caldas
A herança vulcânica de Poços de Caldas é vasta e valiosa. As famosas águas termais são, sem dúvida, o recurso natural mais emblemático. Estas águas são, em sua origem, meteóricas (da chuva) que se infiltram profundamente no subsolo através de fraturas. Em sua longa jornada, são aquecidas pelo calor natural da Terra e interagem quimicamente com as rochas alcalinas, emergindo com características únicas: hipertermais (entre 40°C e 44°C), pH alcalino, e ricas em bicarbonato de sódio, enxofre, fluoretos e uma leve radioatividade natural (radônio), conhecidas por suas propriedades terapêuticas.
Além das águas, esta cidade brasileira em cima de um vulcão possui uma notável concentração de minerais. A região abriga extensos depósitos de bauxita, explorados pela Alcoa; foi sede da primeira mina de urânio do país (Mina Osamu Utsumi); e possui ocorrências de tório, zircônio (incluindo a caldasita, nomeada em homenagem à região) e importantes Elementos de Terras Raras (ETR).
Desenvolvimento e desafios de uma cidade brasileira em cima de um vulcão
O desenvolvimento de Poços de Caldas foi inicialmente impulsionado por suas águas termais, com a chegada da ferrovia em 1886 catalisando seu crescimento como estância hidromineral de renome. A cidade demonstrou grande resiliência ao longo de sua história, diversificando sua economia com a exploração de suas riquezas minerais e o desenvolvimento industrial, especialmente após a proibição do jogo na década de 1940, sem nunca abandonar sua vocação turística termal.
Contudo, o planejamento urbano dentro de uma caldeira vulcânica apresenta desafios únicos para esta cidade brasileira em cima de um vulcão. É crucial conciliar o crescimento com a proteção dos recursos hídricos, especialmente as zonas de recarga dos aquíferos termais, e mitigar riscos geológicos como deslizamentos e inundações, principalmente nas encostas íngremes.
Abraçando o vulcão: turismo, cultura e a identidade única de Poços de Caldas
Poços de Caldas soube transformar sua extraordinária herança geológica em um pilar de sua identidade turística e cultural. A “Rota Vulcânica” é uma iniciativa que promove o turismo na região, explorando formações rochosas, mirantes com vistas panorâmicas da caldeira e, claro, as fontes de águas termais, tudo sob a fascinante narrativa de ser uma cidade brasileira em cima de um vulcão.
A cultura local é indissociável de suas águas. A arquitetura dos balneários, como as Thermas Antônio Carlos, e a tradição dos banhos terapêuticos são centrais. Embora a percepção popular possa simplificar a geologia para um “vulcão adormecido”, instituições como o Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas buscam educar o público sobre a formação da caldeira extinta. Este rico contexto geológico oferece um imenso potencial para o geoturismo e a educação geocientífica.
Agora entendo o nome Poços de Caldas…
Super interessante!!
Visto pelo Google map, usando a função relevo, parece mais o impacto de um grande meteoro.
Seu coroamento voltado para o oeste sendo mais alto, e a leste mais baixo.
Moro a 40 km de Poços de Caldas.
Também imagino que está caldeira com um diâmetro de 35 a 40 km, foi consequência de um impacto de enorme meteoro.
Não é concebível que a circunferência da boca de um vulcão atinja 40 km.
Poços de Caldas está situada na borda de dentro da cratera sentido norte e minha cidade de Andradas na beira da outra borda porém “FORA DA CRATERA” lado sul em uma distância de 40 km entre as duas cidades.
Acredito que um vulcão não iria criar uma cratera nestas dimensões.!!!!!
Sua perspectiva de raciocínio é aceitável e ponderável, apta a outras análises, por parte daqueles que buscam-se doutorar na pesquisa! Lamentavelmente, somos herdeiros de uma nação que, aos longos dos anos e da história, sempre impôs verdades que contrariam o óbvio, a exemplo claro, nosso própria etnia, em diversas regiões, anuladas!
Estamos falando de MILHARES DE ANOS atrás. Nesse “pequeno período” (contém ironia) muitas mudanças ocorreram. Inclusive a circunferêcia da boca do vulcão.
O Parque Yellowstone, nos EUA, também é um vulcão cuja forma se assemelha ao que é Poços de Caldas. Para ter um astroblema do tamanho da cratera de Poços, teria que ser um corpo gigante que causaria uma devastação no nível que causou a extinção dos dinossauros.
Guarulhos em São Paulo também faz parte de um vulcão adormecido e só pegar a geografia do município vista de cima e verás que estamos dentro de uma cratera
Guarulhos está situado na região atingida por um meteorito. Ou seja, é uma cratera de impacto. Um astroblema. Poços de Caldas é uma caldeira vulcânica.
O Astroblema está em Parelheiros, não em Guarulhos.
Guarulhos fica ao lado da Serra da Cantareira, não é uma cratera circular. Nesse região, o único evento semelhante, fica em Parelheiros, onde caiu um meteorito.