Vale é acusada de não cumprir compromissos cruciais para a construção da Ferrovia Vitória-Minas! A obra, essencial para o Espírito Santo, enfrenta sérios atrasos, colocando a mineradora contra a parede.
A Mineradora Vale está no centro de novas acusações devido ao não cumprimento dos compromissos assumidos para a construção de uma nova ferrovia entre Santa Leopoldina e Anchieta, no Sul do Espírito Santo.
O vice-governador do estado, Ricardo Ferraço, não poupou críticas à mineradora e exigiu que a empresa honre os prazos estabelecidos.
Segundo o portal A Gazeta, Ferraço afirma que o cronograma acordado não foi cumprido, o que tem gerado frustração e apreensão em relação ao andamento do projeto.
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A mineradora, que havia apresentado um plano detalhado com prazos específicos, está com os cronogramas completamente atrasados.
Ferraço pediu, inclusive, que o governo federal, responsável pela concessão da ferrovia, tome providências e “enquadre a Vale” diante do descumprimento dos prazos acordados.
Em evento realizado na tarde de terça-feira, 18 de março de 2025, em Vitória, Ferraço não hesitou em reforçar o seu discurso de cobrança.
Durante a abertura de um evento do Lide Espírito Santo, o vice-governador afirmou:
“A Vale precisa cumprir a sua palavra. Nos foi apresentado um cronograma e os prazos não foram honrados. Estamos na expectativa de que o governo federal, responsável pela concessão, enquadre a Vale.”
Atrasos e promessas não cumpridas
De acordo com o vice-governador, a Vale se comprometeu, em encontros realizados em 2023, a seguir um cronograma específico para a implementação da ferrovia.
Na ocasião, em uma reunião no Palácio Anchieta, representantes da mineradora apresentaram a autoridades estaduais, incluindo o governador Renato Casagrande, um plano que previa a conclusão das desapropriações e do licenciamento ambiental até julho de 2025.
Entretanto, até o momento, nada do que foi planejado e acordado foi realizado de forma substancial.
O cronograma da Vale, que incluía a entrega da obra até 2030, não avançou conforme o esperado.
A falta de ação efetiva tem gerado críticas de vários setores, desde o governo estadual até representantes da sociedade civil, que temem as consequências dos atrasos no desenvolvimento da infraestrutura do estado.
Em sua fala, Ferraço foi incisivo ao afirmar:
“A Vale que assumiu os compromissos, não fomos nós. A Vale está atrasada conosco, todos os prazos estão vencidos.”
A declaração do vice-governador reflete a crescente frustração das autoridades locais com a postura da mineradora, que agora é cobrada a prestar contas sobre o andamento da obra.
O impacto da ferrovia para o estado
A construção da Ferrovia Vitória-Minas, que promete conectar Santa Leopoldina a Anchieta, é considerada uma das obras mais importantes para a infraestrutura do Espírito Santo.
Além de promover o escoamento da produção da região, a ferrovia tem grande potencial para impulsionar a economia local, facilitar o transporte de cargas e gerar novos empregos, o que poderia trazer benefícios significativos para os municípios do Sul do estado.
A importância estratégica da ferrovia é um fator que torna ainda mais preocupante os atrasos no cronograma.
A falta de avanço na obra afeta diretamente o crescimento da região, impactando não apenas a logística de transporte, mas também os investimentos de empresas e a qualidade de vida da população local.
Com o cronograma de desapropriações e licenciamento ambiental ainda longe de ser cumprido, as expectativas para a finalização do projeto em 2030 tornam-se cada vez mais incertas.
As promessas feitas pela Vale em 2023 não se concretizaram, e a questão agora é saber até quando o governo do Espírito Santo e a população terão que aguardar.
O papel do governo federal
Outro ponto levantado por Ferraço foi o papel do governo federal na fiscalização e no acompanhamento da obra.
Como a concessão da ferrovia está sob responsabilidade da União, o vice-governador destacou que é crucial que o governo federal intervenha e tome as medidas necessárias para garantir que a mineradora cumpra os compromissos assumidos.
A falta de ação da Vale, segundo Ferraço, exige um posicionamento firme da administração federal para garantir que a obra seja finalizada dentro dos prazos estipulados.
A expectativa é que, com a pressão crescente da população e das autoridades estaduais, o governo federal aumente a cobrança sobre a Vale e fiscalize de perto o andamento das obras, garantindo que o cronograma estabelecido seja seguido de maneira rigorosa.
A fiscalização do processo licitatório e dos prazos também deve ser intensificada, a fim de evitar novos adiamentos que possam prejudicar ainda mais o desenvolvimento da infraestrutura no estado.
Os compromissos da Vale e os desafios enfrentados
Apesar das críticas, a Vale ainda não se posicionou oficialmente sobre os atrasos mencionados por Ferraço e os demais representantes do governo do Espírito Santo.
A mineradora tem afirmado em outras ocasiões que o processo de licenciamento e as desapropriações são etapas complexas e que dependem de diversos fatores externos, como a aprovação de estudos ambientais e o cumprimento das normas legais.
Entretanto, a falta de transparência e o atraso nas obras têm levado a uma pressão crescente tanto por parte do governo estadual quanto da população, que aguarda ansiosamente o início das obras da ferrovia.
A Vale, que detém uma enorme influência no estado, precisa agora demonstrar mais comprometimento e seriedade para garantir que os prazos sejam cumpridos e que a obra seja finalizada conforme o prometido.
Possíveis soluções e o futuro do projeto
Diante do cenário atual, a solução parece depender de uma colaboração mais estreita entre a Vale, o governo estadual e o governo federal.
A pressão crescente sobre a mineradora pode ser um catalisador para acelerar o andamento da obra, que ainda possui grande potencial para beneficiar o Espírito Santo.
O acompanhamento contínuo das etapas do projeto e a fiscalização rigorosa são essenciais para que o cronograma seja cumprido, sem novos atrasos.
A participação ativa da sociedade civil, com o apoio das autoridades locais, também pode ser fundamental para garantir que os interesses da população sejam respeitados e que a obra não sofra mais adiamentos.
Se cumprido conforme o previsto, o projeto tem o potencial de ser um marco para o desenvolvimento econômico e social da região Sul do Espírito Santo, transformando a infraestrutura local e proporcionando novos benefícios à população.
No entanto, para que isso aconteça, a Vale precisará demonstrar compromisso com os prazos estabelecidos e cumprir as promessas feitas em 2023.