A nova fábrica da Unipar contribuirá para a expansão dos serviços de saneamento básico no Brasil e será parcialmente abastecida por energia eólica
A Unipar prevê, para este semestre, o início da construção de sua terceira fábrica no Brasil, no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. O projeto está relacionado ao novo Marco do Saneamento – lei cujo objetivo é universalizar os serviços de água e esgoto até o ano de 2033.
Empresa líder na produção de cloro e soda e uma das maiores na fabricação de PVC no continente sul-americano, a Unipar fará investimento de R$ 140 milhões na nova fábrica, sendo o período previsto para a realização das obras de até 24 meses.
Novo projeto da Unipar é voltado à universalização do acesso ao saneamento básico
Através da iniciativa, a companhia pretende atender à demanda crescente por ácido clorídrico, hipoclorito de sódio e soda cáustica, principalmente na região Nordeste, onde há a maior expectativa de avanço no saneamento básico.
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Hoje, é estimado que 35 milhões de brasileiros não possuam acesso à água potável. Além disso, de todo o esgoto produzido no país, apenas a metade é tratada. No Nordeste, esta parcela é ainda menor, de 34%, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (SNIS).
Sob esse viés, a nova fábrica da Unipar na Bahia terá capacidade para a produção anual de 10 mil toneladas de cloro, o que auxiliará na ampliação dos serviços de saneamento, haja vista que o composto integra a fórmula do ácido clorídrico, usado na fabricação de coagulantes para o tratamento de água e esgoto. O cloro é, ainda, componente do hipoclorito de sódio, utilizado na despoluição de efluentes industriais, entre uma série de outras aplicações.
A fábrica, na Bahia, irá usufruir de fontes sustentáveis de energia
Segundo o CEO da Unipar, Mauricio Russomanno, a fábrica da Bahia foi projetada com uma das mais modernas e ecoeficientes tecnologias de produção de cloro. O executivo afirma, ainda, que isso possibilitará a diminuição do consumo de insumos como a energia, que é atualmente responsável por 50% do custo de produção do cloro e da soda.
A nova instalação será, em partes, abastecida por energia eólica de geração própria, o que está de acordo com a meta da Unipar de ultrapassar a taxa de 80% da matriz energética constituída por fontes renováveis até o ano de 2025.
Na Bahia, está também localizado o Campo Eólico de Tucano. O empreendimento tem o início de suas operações previsto para 2023 e consiste em uma joint venture formada entre a empresa petroquímica e a AES Brasil, sendo a Unipar atuante em 25 aerogeradores. Do total de 150 MW de capacidade produtiva instalada no campo, a companhia fará uso de 60 MW médios, em contrato de autoprodução por 20 anos.
Além disso, a empresa possui também participação em outras duas iniciativas para a geração de energia verde, sendo elas: a construção do Complexo Eólico Cajuína, no Rio Grande do Norte, também com a AES Brasil, e do projeto Lar do Sol – Casablanca II, em Minas Gerais, com a Atlas Renewable Energy.
Juntos, espera-se que os três parques tenham capacidade instalada de 239 MW, dos quais 49 MW serão voltados à Unipar. De acordo com Russomanno, essas iniciativas irão assegurar o acesso à energia por um longo período, além de dar mais competitividade aos custos e reduzir em pelo menos 15% os gases de efeito estufa até o ano de 2024.
A nova fábrica em Camaçari, na Bahia, fará com que a Unipar passe a ter quatro plantas, sendo três no Brasil e uma na Argentina, situada em Bahía Blanca. A empresa está, assim, cumprindo o seu plano de expansão, tendo em vista que pretende dobrar de tamanho nos próximos dez anos.