Quase metade das empresas brasileiras optaram pelo home office em 2020; muitas devem continuar nesse modelo
O home office se tornou uma realidade para aproximadamente 46% das empresas brasileiras em 2020, de acordo com a pesquisa Gestão de Pessoas da Crise de Covid-19 realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Para novas contratações, inúmeras organizações de todos os portes e setores optaram pelo regime 100% remoto, expandindo a possibilidade de currículos e economizando em deslocamento.
Para Taís Targa, que é psicóloga, job hunter e especialista em recolocação, o modelo de contratação já no regime de home office traz um grande desafio para as empresas, que é o de conseguir integrar os novos funcionários com a equipe e criar uma cultura de pertencimento à distância.
Taís explica que a sociedade já vivia um cenário onde o “turnover”, a rotatividade de funcionários, era alto. E um dos principais obstáculos desse novo contexto para os negócios é motivar os colaboradores e integrá-los à cultura da empresa, estimulando-os a trabalhar dentro dos fluxos e processos já existentes.
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Como as empresas podem se adaptar
Para Tais Targa, a efetividade do home office não precisa mais ser questionada. “Não precisamos descartar o regime de trabalho presencial, mas o modelo remoto revelou ser uma saída muito interessante para otimização do tempo. Além disso, tirando carros da rua, também melhoramos o trânsito, diminuímos a poluição e geramos economia, sem prejudicar as entregas”, analisa.
Para as empresas que optarem por abrir vagas no modelo 100% remoto, Taís recomenda contar com canais específicos de trabalho e que centralizem a comunicação. Segundo ela, essa é uma forma de garantir que os novos profissionais sejam instruídos de maneira clara para que possam se adaptar à rotina e a cultura da empresa.
Outro conselho da psicóloga é que sejam criados momentos de integração durante o expediente, como um happy hour virtual na sexta feira, um sorteio para os colaboradores com produtos da marca uma vez ao mês, ou até brincadeiras específicas com os times buscando para gerar união e entrosamento entre os colaboradores.
Muitas empresas já oferecem vagas remotas para colaboradores em diversos países. Nos sites das empresas mais influentes do Brasil e do mundo, como Netflix, Google e Microsoft, por exemplo, é possível encontrar vagas para profissionais brasileiros. No cenário local, startups também abriram vagas para home office. Basta uma rápida busca em sites como Contabilizei, Stone, Amaro e Pipefy para confirmar essa tendência. “Para um significativo número de empresas, o home office será o padrão. Isso não significa, no entanto, que os processos e fluxos de trabalho podem ser ignorados. Trata-se de um novo cenário para atividades já existentes e o grande desafio da equipe é não perder a sintonia, pois é isso que gera resultado”, pontua a especialista.
Taís Targa
Taís Targa é psicóloga formada pela UFPR, com formação em Dinâmica de Grupo e mestrado em Educação e Mudanças no mundo do Trabalho, também pela UFPR. Reconhecida oficialmente como uma das 15 brasileiras que mais influenciaram o LinkedIn em 2016 – LinkedIn Top Voices. Possui 20 anos de experiência na área de Recursos Humanos, tendo atuado em organizações de diversos segmentos e em empresas nacionais e multinacionais. Seu histórico profissional engloba empresas como: KPMG, FIEP e Universidade Positivo, empresas nas quais respondeu por atividades de Recrutamento e Seleção de executivos e especialistas, Aconselhamento de Carreira, Outplacement e Orientação Profissional.