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Rodovia tem tinta que brilha no escuro ao invés de lâmpadas, mas existe um problema: ela custa 20 vezes mais

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 22/01/2025 às 22:47
Atualizado em 23/01/2025 às 22:23
Rodovia que brilha no escuro impressiona pela inovação, mas o custo 20 vezes maior levanta debates sobre viabilidade no Brasil.
Rodovia que brilha no escuro impressiona pela inovação, mas o custo 20 vezes maior levanta debates sobre viabilidade no Brasil.

Projeto inovador de rodovias que brilham no escuro melhoram a segurança, mas o custo elevado da tinta gerou resistência. A solução é 20 vezes mais cara que as alternativas tradicionais, tornando difícil sua expansão. Um dilema entre inovação e orçamento público coloca o futuro do projeto em risco.

Imagine dirigir por uma estrada onde as marcações brilham no escuro, eliminando a necessidade de postes de iluminação.

Parece coisa de ficção científica, mas essa tecnologia já é realidade na Malásia. Porém, um detalhe faz com que esse avanço esteja longe de ser amplamente adotado: o custo exorbitante.

O que impede o Brasil e outros países de adotarem uma solução tão inovadora?

Em 2023, a Malásia implementou um projeto piloto que substituiu as tachas refletivas convencionais por uma tinta fotoluminescente que brilha no escuro, proporcionando maior segurança para os motoristas durante a noite.

A inovação foi aplicada em um trecho de 245 metros na região de Hulu Langat, atendendo a uma estrada que antes carecia de iluminação pública.

Apesar da recepção positiva por parte dos motoristas, o alto custo dessa tecnologia tem gerado debates sobre sua viabilidade, tanto na Malásia quanto em outros países.

Como funciona a tinta fotoluminescente

De acordo com o jornal The Straits Times, a tinta fotoluminescente funciona absorvendo luz durante o dia e emitindo brilho durante a noite.

Essa característica garante visibilidade contínua para os motoristas, mesmo em condições adversas, como chuva ou neblina.

Além de melhorar a segurança, a tecnologia tem o potencial de reduzir os custos de energia elétrica, já que elimina a necessidade de iluminação pública em locais isolados.

Na Malásia, essa tinta foi vista como uma solução especialmente eficaz para áreas rurais, onde a infraestrutura de iluminação é inexistente ou limitada.

O ministro de Obras Públicas, Alexander Nanta Linggi, destacou que o brilho contínuo da tinta é uma alternativa promissora para garantir segurança em regiões afastadas.

O custo elevado e seus impactos

No entanto, a grande barreira para a adoção da tinta fotoluminescente é seu custo. Segundo informações do portal Paultan, o preço dessa tecnologia é 20 vezes maior que o da tinta convencional.

Enquanto um metro quadrado de tinta tradicional custa cerca de 40 ringgits malaios (R$ 53,72), a versão fotoluminescente custa impressionantes 749 ringgits malaios (R$ 1.006) por metro quadrado.

Ahmad Maslan, vice-ministro de Obras Públicas da Malásia, afirmou que, apesar dos testes e do apoio popular, o alto custo inviabiliza a expansão do projeto:

“O custo é muito alto, então provavelmente não continuaremos com as pistas que brilham no escuro. Fizemos testes, mas não satisfez os especialistas do ministério”, declarou.

Essa declaração reflete o dilema enfrentado por gestores públicos ao redor do mundo: até que ponto é possível investir em inovação sem comprometer o orçamento público?

Será que a ideia funcionaria no Brasil?

Embora o Brasil enfrente desafios semelhantes no que diz respeito à segurança rodoviária e à falta de iluminação em áreas rurais, a implementação dessa tecnologia seria ainda mais complicada.

Com um orçamento já limitado para infraestrutura, o custo elevado da tinta fotoluminescente seria um obstáculo significativo.

Entretanto, o conceito de estradas que brilham no escuro já despertou o interesse de especialistas brasileiros.

Algumas rodovias no país utilizam tecnologias similares, como tachas refletivas e pinturas mais avançadas, mas nenhuma delas alcança o nível de sofisticação da tinta utilizada na Malásia.

Ainda assim, especialistas apontam que, em um futuro onde os custos dessas tecnologias sejam reduzidos, a adoção no Brasil poderia ser uma alternativa para melhorar a segurança nas estradas, especialmente em locais remotos.

Diferença da tinta comum para a tinta brilhante (Imagem: Bernama via The Straits Times)

Inovação versus orçamento: qual é o limite?

A experiência da Malásia abre espaço para uma discussão global sobre como equilibrar inovação e sustentabilidade econômica.

Apesar de seus benefícios, a tinta fotoluminescente ainda não conseguiu justificar o investimento necessário para sua aplicação em larga escala.

Por outro lado, é importante lembrar que o custo inicial elevado de muitas tecnologias inovadoras costuma ser reduzido com o passar do tempo, à medida que novos métodos de produção são desenvolvidos e a demanda aumenta.

No Brasil, por exemplo, a adoção de tecnologias fotoluminescentes poderia trazer benefícios não apenas para as estradas, mas também para outros setores, como sinalização urbana e segurança pública.

No entanto, a viabilidade depende de políticas públicas eficazes e do comprometimento com a inovação.

Vale pagar mais pela segurança rodoviária?

A rodovia que brilha no escuro da Malásia é um exemplo fascinante de como a tecnologia pode transformar a infraestrutura pública.

Porém, o alto custo da tinta fotoluminescente ainda impede sua expansão, gerando dúvidas sobre sua viabilidade econômica.

E você, acha que investir 20 vezes mais em segurança rodoviária é uma decisão acertada? Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate sobre o futuro das nossas estradas!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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