Cotado a US$ 5.400 a onça, metal usado em catalisadores automotivos é 1.000 vezes mais raro que o ouro. África do Sul e Rússia dominam 90% da produção global.
O ródio, metal mais caro do mundo, acumula alta de 15% em 2025 e já vale US$ 5.400 a onça — 80% acima do ouro. Essencial para reduzir emissões de gases poluentes, ele é peça-chave na corrida por tecnologias sustentáveis. Com reservas concentradas na África do Sul e Sibéria, sua escassez (0,000037 partes por milhão na Terra) explica a valorização recorde.
Por que o ródio é 1.000 vezes mais raro que o ouro?
Segundo a Sociedade Real Britânica de Química, o ródio existe em 0,000037 partes por milhão na crosta terrestre, contra 0,0013 do ouro. Extraído como subproduto do refino de níquel e cobre, apenas 405 toneladas são exportadas anualmente pela África do Sul, maior produtor global.
Preço do ródio vs. ouro: cotação bate US$ 6.000 e atrai investidores
Em março/2025, o metal atingiu US$ 6.000 a onça (Trading Economics), pressionado pela demanda por catalisadores automotivos. Comparado ao ouro (média de US$ 3.000), o ródio tem valorização impulsionada por:
- Redução de 90% dos gases NOx em veículos;
- Aplicações em joias antialérgicas e instrumentos ópticos;
- Falta de mercado futuro, com negociações restritas à Bolsa de Hong Kong.
Presente em 80% dos catalisadores globais, o ródio converte monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NOx) em gases menos poluentes. Segundo a Agência Internacional de Energia, essa tecnologia evitou a emissão de 200 milhões de toneladas de CO2 em 2024.
Número atômico 45 e resistência que desafia a corrosão
Descoberto em 1803 por William Wollaston, o ródio (símbolo Rh) tem:
- Número atômico 45 (45 prótons/elétrons);
- Massa atômica de 102,9 u;
- Resistência a corrosão mesmo a 600°C;
- Dureza superior à platina, usada em ligas metálicas.
Rússia e África do Sul: os gigantes por trás de 90% do ródio mundial
A Rússia extrai o metal de um único depósito na Sibéria, enquanto a África do Sul responde por 75% da produção global. A geopolítica afeta diretamente o mercado: sanções à Rússia em 2023 explicaram parte da alta de 30% no período.
Com a transição verde, o ródio deve manter status de metal mais valioso do planeta. Sua aplicação em tecnologias de baixo carbono e escassez geológica sugerem novas altas — e um desafio: como garantir suprimentos sem mineração predatória.