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Pesquisadores chineses desenvolvem nova tecnologia de refrigeração sem gases nocivos que pode ser alternativa ao ar-condicionado tradicional

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 11/04/2025 Ć s 19:34
Pesquisadores chineses desenvolvem nova tecnologia de refrigeração sem gases nocivos
Foto: Ilustração

Nova tecnologia chinesa pode aposentar o ar-condicionado com sistema de refrigeração sem gases poluentes

Pesquisadores da Universidade de CiĆŖncia e Tecnologia de Hong Kong desenvolveram uma nova tecnologia de refrigeração baseada em ligas metĆ”licas, que promete substituir os aparelhos de ar-condicionado convencionais. A proposta pode reduzir drasticamente o consumo de energia e as emissƵes de gases poluentes. A inovação utiliza um processo chamadoĀ refrigeração elastocalórica, que dispensa o uso de gases como os hidrofluorocarbonetos (HFCs), substĆ¢ncias apontadas como altamente prejudiciais ao meio ambiente. Em vez disso, o sistema se baseia na deformação mecĆ¢nica de metais que, ao serem comprimidos, aquecem, e ao retornarem Ć  forma original, resfriam — criando um ciclo tĆ©rmico eficiente e sustentĆ”vel.

Como funciona a refrigeração elastocalórica

O princípio da nova tecnologia estÔ na manipulação de ligas metÔlicas com propriedades específicas. Quando essas ligas são submetidas a forças mecânicas, sofrem alterações estruturais que provocam variações de temperatura. Ao comprimir o material, ocorre liberação de calor; quando a força é retirada, hÔ absorção térmica. Esse comportamento cíclico permite extrair calor de um ambiente e liberÔ-lo em outro, resfriando seletivamente o espaço desejado.

Diferentemente dos sistemas tradicionais, essa tecnologia de refrigeração nĆ£o depende de compressores ou ciclos de expansĆ£o de gases, o que reduz significativamente as perdas tĆ©rmicas e o consumo de energia elĆ©trica.

Tecnologia Ć© mais eficiente do que o ar-condicionado comum

Segundo os dados divulgados pelos pesquisadores chineses, o novo sistema pode ser atĆ© 48% mais eficiente do que os aparelhos de ar-condicionado tradicionais. Isso se deve Ć  eliminação dos ciclos de compressĆ£o de gases e ao melhor aproveitamento da energia durante o processo de troca tĆ©rmica.

Outro ponto importante Ć© que as ligas metĆ”licas utilizadas no processo possuem diferentes temperaturas de transição, o que permite ajustar o desempenho do sistema de acordo com as condiƧƵes ambientais — uma vantagem para usos variados, desde residĆŖncias atĆ© ambientes industriais.

Sustentabilidade Ć© o foco do projeto

A nova tecnologia de refrigeração chama a atenção por seu baixo impacto ambiental, uma vez que não utiliza substâncias controladas por acordos internacionais como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Kigali, que visam reduzir os gases que agravam o efeito estufa.

O setor de climatização Ć© responsĆ”vel por uma parcela significativa do consumo global de energia, e tecnologias alternativas como essa tĆŖm sido estudadas em diversos centros de pesquisa como parte das estratĆ©gias de descarbonização de processos tĆ©rmicos.

Próximos passos e aplicações comerciais

Atualmente, a tecnologia de refrigeração desenvolvida na China encontra-se em fase de testes em laboratório e ambientes controlados. Para alcançar o mercado, serÔ necessÔrio superar desafios relacionados à durabilidade dos materiais, viabilidade de produção em escala e compatibilidade com sistemas de ventilação jÔ existentes.

Ainda assim, os pesquisadores acreditam no potencial da nova solução para uso em climatização residencial, ambientes industriais e até mesmo em veículos elétricos, graças à sua eficiência energética e ausência de fluidos refrigerantes.

A expectativa Ć© de que, com apoio e investimento, essa alternativa ao ar-condicionado possa se consolidar como uma solução viĆ”vel nos próximos anos, especialmente em paĆ­ses com matrizes energĆ©ticas baseadas em combustĆ­veis fósseis.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias RenovÔveis e Ciência e Tecnologia

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