Rafaela Lopes, proprietária da Greew Transportes, comenta sobre a mulher no setor. A participação do sexo feminino na área de transportes ainda é pequena e os dados do MTE comprovam isso.
Com cerca de 2,3 milhões de pessoas no setor, o Brasil possui 17% das pessoas que trabalham no transporte sendo mulheres, o mercado de logística e caminhoneiros é demarcado por homens. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O dado demonstra que o setor de transportes ainda é extremamente hostil às mulheres. Cerca de 83% das pessoas que trabalham no meio são homens. “Quando donas de confecção precisam lidar com a logística, por exemplo, acaba rolando um pouco de desconforto”, diz Rafaela.
No Brasil, cerca de 97% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio em um meio de transporte. O dado é da pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva. Aplicativos como 99, por exemplo, criaram recursos para que passageiras possam solicitar mulheres motoristas, a fim de evitar qualquer tipo de problema ou desconforto.
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São Paulo (SP) teve o crescimento no número de mulheres que fazem parte do setor de transportes, inclusive de caminhoneiras
Rafaela Lopes, fundadora e proprietária de uma transportadora, percebe a predominância masculina no transporte de cargas. Mas isso nunca foi um obstáculo “O transporte rodoviário caminha para a direção da igualdade. Em São Paulo, por exemplo, houve um crescimento de 61% das mulheres que participam do setor”, comenta.
“Não só o avanço, mas empresas que visam o progresso em si. A Greew é uma empresa de transporte comandada e que tem a cara de uma mulher, feita para outras mulheres. O caminhoneiro da Greew sabe que trabalha majoritariamente para mulheres. Ele sabe que precisa ter uma postura adequada para isso. O caminhoneiro sabe que a Greew não vai tolerar as piadinhas de boteco, porque quem manda na empresa são as mulheres”, diz Rafaela.
Caminhoneiros e a hegemonia masculina
Em contrapartida à “hegemonia masculina”, a presença feminina tem sido ampliada nos cargos de liderança de forma geral. A pesquisa mais recente realizada pelo International Business Report da Grant Thornton apontou que 34% dos cargos de diretoria executiva são ocupados por pessoas do sexo feminino no Brasil, 5% acima da média global.
“É importante reforçar a importância de termos mais mulheres e diversidade não só na alta liderança das empresas, mas em todos os lugares”, conclui Rafaela.
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