A marca brasileira que dominou o mercado de eletrônicos viveu o auge nos anos 80 e 90, mas enfrentou uma longa decadência, dívidas milionárias, disputa com a Apple e quase sumiu do mapa. A história surpreende.
Por décadas, a Gradiente foi sinônimo de inovação e tecnologia acessível no Brasil. Fundada em 1964, a empresa marcou época com rádios, televisores, videocassetes, videogames e até celulares.
Para muitos brasileiros, era impossível não ter pelo menos um produto da marca em casa.
Mas, com o tempo, essa gigante da indústria eletrônica quase desapareceu do mercado, enfrentando crises financeiras severas e uma disputa judicial de alto nível com a Apple pelo nome “iPhone”.
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Como uma marca tão presente no cotidiano brasileiro chegou tão perto do fim?
A resposta envolve mudanças tecnológicas, decisões estratégicas controversas, erros de gestão e o impacto brutal da concorrência internacional.
Dos anos dourados aos aparelhos de som icônicos
A Gradiente nasceu com o propósito de nacionalizar equipamentos eletrônicos e torná-los acessíveis.
Na década de 1980 e 1990, a empresa viveu seu auge, com rádios 3 em 1, toca-fitas, CD players e televisores que conquistaram as classes médias brasileiras.
Um de seus grandes diferenciais era o design robusto, qualidade sonora e preços competitivos.
O sucesso foi tanto que a marca criou o famoso videogame Phantom System, uma versão brasileira que rodava jogos de Nintendinho (NES), sendo o “console oficial” de milhares de crianças no país.
Também foi uma das pioneiras em trazer reprodutores de DVD e home theaters de qualidade.
A fusão com a Playtronic e a parceria com a Nintendo
Na década de 1990, a Gradiente se uniu à Estrela para formar a Playtronic, empresa que trouxe oficialmente os consoles Nintendo para o Brasil, incluindo o Super Nintendo e o Nintendo 64.
Esse movimento consolidou ainda mais a imagem da Gradiente como uma marca jovem, moderna e conectada ao futuro.
No entanto, com o tempo, a parceria se desfez, e a empresa começou a enfrentar dificuldades para acompanhar a rápida evolução tecnológica e a chegada de concorrentes asiáticos com preços mais agressivos.
O declínio e o acúmulo de dívidas bilionárias
A partir dos anos 2000, a Gradiente começou a perder espaço no mercado. O avanço de marcas como Samsung, LG, Sony e, mais tarde, Xiaomi, reduziu drasticamente sua fatia de vendas.
A empresa acumulou dívidas superiores a R$ 500 milhões e entrou em recuperação judicial.
Muitos dos produtos lançados no período foram considerados defasados, caros e com baixa inovação, o que contribuiu para a perda de relevância.
Mesmo tentando atuar no setor de telefonia, a empresa não conseguiu competir com as gigantes globais em inovação ou marketing.
O “iPhone brasileiro” e a briga com a Apple
Em 2008, em meio à crise, a Gradiente tentou uma jogada ousada. A marca já havia registrado o nome “iPhone” no Brasil em 2000, muito antes do lançamento do smartphone da Apple.
Com base nisso, em 2012, lançou o seu próprio “iPhone” — um celular com sistema Android que ficou conhecido como o “iPhone brasileiro”.
A ação gerou uma batalha jurídica que durou mais de uma década. A Gradiente alegava direito à exclusividade da marca no Brasil, enquanto a Apple defendia seu domínio global.
Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que a marca iPhone no Brasil pertence à Apple, colocando fim ao processo e desferindo mais um golpe na já combalida Gradiente.
O que sobrou da Gradiente?
Após o auge e a queda, a Gradiente praticamente desapareceu das prateleiras e da mente dos consumidores.
Atualmente, a marca ainda existe formalmente, mas não possui presença relevante no varejo.
Seu site está desatualizado, os produtos não são encontrados em grandes redes e a empresa atua de forma limitada, em nichos específicos ou por meio de licenciamento de marca.
Apesar disso, há um movimento discreto nas redes sociais de fãs que torcem pelo retorno da empresa, especialmente pelo valor nostálgico que ela carrega.
O caso da Gradiente também passou a ser usado em cursos de administração e marketing como exemplo de como decisões empresariais e posicionamento de marca podem determinar a sobrevivência ou o fracasso de um negócio.
A Gradiente foi uma das marcas mais queridas e lembradas da indústria eletrônica nacional. Seus produtos marcaram gerações e ajudaram a popularizar a tecnologia no Brasil.
No entanto, erros estratégicos, falta de inovação e uma concorrência internacional agressiva minaram sua força.
A tentativa de reviver a marca com o “iPhone brasileiro” virou um capítulo controverso e curioso da história empresarial do país, mas não foi suficiente para resgatar a empresa.
Hoje, resta a memória de uma época em que a Gradiente era sinônimo de futuro — e a reflexão de como até os gigantes podem cair.
Você teve algum produto da Gradiente em casa? Qual foi o mais marcante da sua infância ou adolescência?
Tuve un grandioso estereo de Gradiente modelo winner. Era grandioso, potente y nítido. Realicé muchas fiestas en mi casa con este equipo. Lo que me impresionó sobre manera de este equipo fueron sus bocinas, dos bestias con una calidad inmejorable y son distorsión, y al subir el volumen el sub woofer se movía como una gelatina, era impresionante, jamás en mi vida he vuelto a encontrar unas bocinas así. Lo tuve que jubilar hace muchos años porque no encontré quien lo reparará. Las bocinas que tanto me impresionaron se secaron y ya no se movían como lo describí y las mande a enconar según con un experto y solo me las destruyó. Me dolió mucho perder este equipo
Tenho mais de 40 produtos gradiente entre audio video e ate os eletrodomésticos dessa nova geração. Estao tudo funcionando perfeitamente ate hoje. Desejo força e sucesso a gradiente velha de guerra.espero que essa empresa se recupere e volte a produzir no polo de manaus.principalmente sua linha de audio ícone dos anos 80 e 90 .pois ta na hora da gradiente colocar respeito no audio novamente. Com produtos de qualidade assim como foi no passado.forca gradiente
Tenho alguns produtos da Gradiente. O que mais uso é o receiver 1200. Ótimo som.