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O fim do dólar? Brasil assume presidência do Brics com fim do dólar em pauta e outros temas como meio ambiente, comércio e inteligência artificial

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 02/01/2025 às 13:45

Brasil assume presidência rotativa do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Entre as prioridades estão a possível substituição do dólar em transações internacionais, questões ambientais, facilitação do comércio e governança da inteligência artificial.

Em um movimento que pode redefinir o equilíbrio econômico global, o Brasil assumiu, em 1º de janeiro de 2025, a presidência rotativa do Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Com uma agenda ambiciosa, o país pretende abordar temas cruciais como a possível substituição do dólar em transações internacionais, meio ambiente, comércio e inteligência artificial.

Brasil assume liderança do Brics com foco em temas estratégicos

A presidência do Brics é rotativa e tem duração de um ano. Inicialmente, o Brasil assumiria o comando do bloco em 2024, mas, devido à presidência do G20 no mesmo período, adiou a tarefa para 2025.

Durante este ano, o país organizará e coordenará reuniões dos grupos de trabalho que compõem o bloco, com mais de 100 encontros previstos entre fevereiro e julho, em Brasília.

A Cúpula do Brics, que reúne chefes de Estado e de Governo, está programada para julho, no Rio de Janeiro.

Prioridades da presidência brasileira no Brics

O Brasil definiu cinco temas prioritários para discussão no Brics:

  1. Facilitação do comércio e investimentos entre os países do grupo, por meio do desenvolvimento de novos meios de pagamento.
  2. Promoção da governança inclusiva e responsável da inteligência artificial.
  3. Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar mudanças climáticas.
  4. Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública.
  5. Fortalecimento institucional do bloco.

Discussão sobre a substituição do dólar

A possível substituição do dólar como moeda padrão nas transações internacionais é um dos temas mais polêmicos em pauta.

Desde o Acordo de Bretton Woods, em 1944, o dólar consolidou-se como a principal moeda no comércio global.

No entanto, essa dependência torna as economias emergentes vulneráveis às flutuações da política monetária dos Estados Unidos.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos dos países do Brics caso avancem na substituição do dólar.

Apesar das ameaças, líderes do Brics, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, têm demonstrado interesse em explorar alternativas que reduzam a dependência do dólar, buscando maior autonomia financeira e estabilidade econômica.

Expansão e novos membros

A presidência brasileira ocorre em um momento de expansão do bloco.

Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo incorporou a África do Sul em 2010. Em 2024, o Brics aprovou a entrada de mais seis países, incluindo Irã, Egito e Etiópia.

A Argentina, que integrava a lista, desistiu de participar após a eleição de Javier Milei.

Além disso, o bloco discute a criação de uma categoria de países parceiros, com status inferior ao dos membros efetivos, mas com possibilidade de participar de cúpulas e reuniões.

Entre esses países estão Cuba, Turquia, Tailândia, Nigéria e Argélia.

Desafios e perspectivas para o Brasil na liderança do Brics

Especialistas em relações internacionais e economia avaliam que a ampliação do Brics pode aumentar a influência geopolítica de Rússia e China.

Há divergências sobre os efeitos econômicos dessas medidas.

Para o professor José Luís da Costa Oreiro, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), a expansão do bloco reflete uma disputa por hegemonia entre China e Rússia, de um lado, e Estados Unidos e Europa, de outro.

Segundo Oreiro, trata-se de uma disputa por áreas de influência ao redor do mundo, semelhante ao que motivou a criação de outros grupos, como o G7.

O Brasil, ao assumir a presidência do Brics, enfrenta o desafio de equilibrar interesses diversos e promover uma agenda que fortaleça a cooperação entre os países membros, ao mesmo tempo em que busca soluções para questões globais urgentes, como as mudanças climáticas e a governança da inteligência artificial.

Você acredita que a substituição do dólar nas transações internacionais pelos países do Brics pode desencadear uma nova guerra comercial global? Deixe sua opinião nos comentários.

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Victor
Victor
03/01/2025 02:07

É mais fácil sumir o Brics que o dolar kkk

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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