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Malásia adota tinta que brilha no escuro nas rodovias, mas o custo absurdo pode colocar o projeto em risco

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 22/01/2025 às 19:43
Malásia adota tinta que brilha no escuro nas rodovias, mas o custo absurdo pode colocar o projeto em risco
O projeto está sendo criticado porque a tinta fotoluminescente é extremamente cara, custando 20 vezes mais que a tinta comum. O alto custo inviabiliza sua implementação em larga escala, tornando a ideia difícil de sustentar.

A tinta fotoluminescente, aplicada em um trecho de 245 metros, promete melhorar a segurança das rodovias mesmo sem iluminação, mas custa 20 vezes mais que a tinta comum e já faz o governo repensar a ideia.

Para melhorar a segurança em trechos escuros e perigosos de rodovias, o governo malásio decidiu usar tinta fotoluminescente em vez de lâmpadas tradicionais. Parece uma ideia brilhante, literalmente, mas há um problema: essa solução é até 20 vezes mais cara que a tinta convencional.

O que é a tinta fotoluminescente e como ela funciona?

A tinta fotoluminescente é um material que “absorve” a luz durante o dia e brilha à noite, sem depender de eletricidade ou energia externa. É como aquelas estrelas que grudamos no teto quando crianças, só que em tamanho gigante e com uma aplicação muito mais prática.

Essa inovação substituiu as tachas refletivas em um trecho de 245 metros em Hulu Langat, distrito conhecido pela falta de iluminação pública. A tinta proporciona visibilidade constante, o que é especialmente útil em condições climáticas adversas. Para muitos motoristas, a sensação era como dirigir em um “videogame futurista”.

Em áreas rurais sem postes de luz, a tinta brilhou como uma solução para aumentar a segurança nas rodovias. Afinal, tachas refletivas exigem que os faróis do carro as “iluminem”, enquanto a tinta é visível mesmo no breu total.

Além de facilitar a direção à noite, a tinta reduz a dependência de infraestrutura cara, como postes de luz, e pode salvar vidas em locais onde acidentes por baixa visibilidade são comuns.

Por que a Malásia escolheu essa alternativa para as rodovias?

A tinta fotoluminescente funciona absorvendo luz durante o dia e liberando um brilho intenso à noite, sem precisar de eletricidade. Isso garante que as rodovias fiquem visíveis mesmo em escuridão total ou condições climáticas ruins.
A tinta fotoluminescente funciona absorvendo luz durante o dia e liberando um brilho intenso à noite, sem precisar de eletricidade. Isso garante que as rodovias fiquem visíveis mesmo em escuridão total ou condições climáticas ruins.

As rodovias malaias enfrentam desafios únicos, especialmente nas áreas rurais. A falta de iluminação pública e os altos custos de manutenção tornam alternativas inovadoras mais atrativas – ao menos na teoria.

Em muitos trechos do país, postes de luz são um luxo. As estradas são escuras e perigosas, dificultando a vida de quem depende delas para trabalhar ou viajar à noite.

Chuva, neblina e até tempestades tropicais são comuns na Malásia, reduzindo drasticamente a eficácia das tachas refletivas e até dos faróis dos veículos. A tinta fotoluminescente parecia uma solução ideal para esses problemas.

Por mais revolucionária que seja a ideia, a conta não fecha. A tinta fotoluminescente custa 749 ringgits malaios por metro quadrado, enquanto a tinta convencional custa apenas 40 ringgits. Esse valor exorbitante foi o principal motivo para o governo reconsiderar sua implementação em larga escala.

Imagine que, em vez de pintar a rodovia inteira, o governo tivesse que escolher entre 1 quilômetro de tinta fotoluminescente ou 20 quilômetros de tinta comum. O impacto financeiro seria gigantesco, especialmente para um orçamento público já pressionado.

Mesmo com a população elogiando a iniciativa, os especialistas do Ministério de Obras concluíram que o custo não justifica os benefícios. Em uma coletiva, o vice-ministro Ahmad Maslan resumiu a situação: “O custo é muito alto, então provavelmente não continuaremos com as pistas que brilham no escuro.”

O equilíbrio entre inovação e viabilidade financeira

Essa experiência na Malásia levanta uma questão importante: até onde vale a pena investir em tecnologias inovadoras para rodovias?

A segurança é fundamental, mas o orçamento público não é infinito. Encontrar soluções que equilibrem custo e eficácia é um desafio constante, especialmente em países com economias emergentes.

Embora a Malásia tenha dado um passo para trás, outros países podem adaptar a ideia. Em rodovias de alto risco ou áreas turísticas, a tinta fotoluminescente pode ser uma opção interessante, mesmo com custos mais altos.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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