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Importações de petróleo da China aumentam 12% em maio, mas exportação de produtos refinados caiu 40%: como o alto consumo chinês impacta as commodities e economia no Brasil?

Escrito por Daiane Souza
Publicado em 09/06/2022 às 11:41
Importações de petróleo da China aumentam 12% em maio, mas exportação de produtos refinados caiu 40%: como o alto consumo chinês impacta as commodities e economia no Brasil? - Canva
Importações de petróleo da China aumentam 12% em maio, mas exportação de produtos refinados caiu 40%: como o alto consumo chinês impacta as commodities e economia no Brasil? – Canva

Em um mundo cada vez mais conectado, a Petrobras lucra e os brasileiros sofrem com a demanda da China pelo petróleo – a estatal vende o barril pelo preço das commodities e cobra dos brasileiros altos valores pelo litro do diesel e da gasolina. 

De acordo com dados revelados pela  Administração Geral das Alfândegas, durante esta quinta-feira, 09 de junho, é estimado que a importação de petróleo pela China tenha apresentado uma alta de 12% em relação ao mesmo período do ano de 2021. Isso impacta diretamente nas commodities e na economia brasileira, ainda mais em relação à Petrobras que tem, desde o ano de 2016, a autorização do governo Temer  para variar os seus preços de acordo com o mercado externo e os repassar aos brasileiros. Segundo a estatal, os preços  dos combustíveis já estão “defasados em dois dígitos” e o presidente da República, Jair Bolsonaro, luta para conseguir controlar as variações ao sugerir uma diminuição nas tributações estaduais de ICMS. 

De acordo com a Reuters, em matéria exclusiva, a China seria um dos maiores e importadores de petróleo do mundo, superando a marca de 45 milhões de toneladas durante o mês de maio, o que é referente a mais de 10,79 milhões de barris por dia, valor este que é maior em relação ao ano de 2021 no mesmo período, em que tiveram a média de importação 10,3 milhões de barris de BPD.  Enquanto isso, as importações do país durante o mês de janeiro tiveram uma queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano de 2021, mas, mesmo assim, passaram de 200 milhões de toneladas trazidas de fora para o mercado interno.  

As operações nas refinarias foram recuperadas após fortes quedas durante março e abril, atualmente, o valor do Brent está sendo cotado com alta acumulada de 65% a US$ 122 por barril. Será que os chineses estão revendo para os russos?

Europa corta importação de petróleo russo e preços aceleram mercado – CNN.

Uma hipótese levantada em relação ao aumento de importação dos chineses mesmo perante um momento de crise econômica mundial pelo preço do petróleo, tendo o acumulado de 65% em um ano, é que os chineses e indianos estão enviando uma parte do que é comprado para os russos, que sofreram com as sanções comerciais impostas pelos norte-americanos.

Os aumentos foram maiores do que o esperado, visto que, durante os meses de março e abril, o setor de refino e compra de petróleo sofreu com inflações elevadas. A consultoria de commodities chinesa JLC, alega, entretanto, que estão em estado de recuperação da Covid-19 e que mais de 60% de todas as refinarias já voltaram a funcionar. 

Estoques chegam ao maior nível desde o mês de julho de 2021 

Vortexa Analytics afirma que os estoques de petróleo pelos chineses estão em uma das maiores taxas desde o ano de 2021. Até o final do mês de março, já estavam contando com mais de 920 milhões de barris, o que seria o suficiente para o processamento das operações em ao menos dois meses das refinarias chinesas. Enquanto isso, as exportações de derivados e refinados do petróleo tiveram queda de 40% no mês de maio, mostrando, assim, que o país precisa consumir muito e não tem interesse em vender uma grande parte do que é fabricado.

Com o alto consumo vindo da China e a instabilidade quanto à guerra entre  Rússia e Ucrânia, estima-se que os impactos logo caiam sobre a economia brasileira, com a realização de novos aumentos de preços advindos da Petrobras. 

Em compensação a isso, é válido salientar que a China teve uma queda em suas importações de  gás natural, que apresentaram queda de 9% nos primeiros cinco meses do ano. O GNL tem queda de 19%. 

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