Falta de engenheiros no Brasil ameaça setores cruciais como infraestrutura e tecnologia. Com evasão escolar crescente e currículos desatualizados, o país precisa de soluções urgentes, desde investimentos na educação básica até reformas no ensino superior.
A engenharia, tradicionalmente associada ao progresso e à inovação, enfrenta um desafio inquietante no Brasil.
Apesar de ser uma das áreas mais estratégicas para o desenvolvimento do país, a escassez de profissionais ameaça travar o avanço de setores cruciais como infraestrutura e tecnologia.
O cenário é alarmante: faltam 75 mil engenheiros para atender às demandas do mercado, expondo um déficit que é tanto educacional quanto estrutural.
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De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a formação de engenheiros no Brasil não acompanha a necessidade crescente do mercado.
A evasão escolar, os currículos desatualizados e a falta de investimentos em educação básica e infraestrutura criaram um gargalo difícil de superar.
Este panorama é reflexo de problemas que atravessam décadas e que, se não enfrentados com urgência, podem comprometer o futuro do país.
Formação insuficiente e comparações internacionais
O Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros por ano, um número que parece irrisório quando comparado a outras nações emergentes.
China e Rússia, também integrantes dos BRICS, formam mais de 450 mil profissionais anualmente. Essa discrepância escancara o atraso brasileiro em um setor essencial para a competitividade global.
Entre 2014 e 2021, aproximadamente 150 mil estudantes abandonaram os cursos de engenharia no Brasil, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).
Essa evasão resulta de fatores como a crise econômica e a baixa perspectiva de empregabilidade.
Conforme Marcos Gabriel Oliveira de Souza, estudante de engenharia mecatrônica na UnB, “trabalhar como engenheiro exige obstinação e, muitas vezes, conexões familiares que facilitem o acesso ao mercado.”
Deficiências no ensino básico e desinteresse pela área
O problema começa muito antes da entrada no ensino superior.
A qualidade deficiente do ensino básico em matemática e ciências exatas dificulta a formação de uma base sólida para futuros engenheiros. Especialistas, como Michelly de Souza, da Fundação Inaciana Pe.
Saboia de Medeiros (FEI), defendem a necessidade de estimular o interesse por exatas desde cedo.
Segundo ela, “o interesse precisa ser despertado de forma lúdica, mostrando como resolver problemas reais.”
Iniciativas como as promovidas pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) buscam reduzir esse desinteresse, oferecendo estágios e parcerias com instituições renomadas.
Mônica Vargas, superintendente do CIEE, ressalta que esses esforços são essenciais, mas ainda insuficientes para superar a aversão à matemática ou o desconhecimento sobre as possibilidades da engenharia.
Currículos desatualizados e evasão universitária
Outro entrave significativo está nos currículos dos cursos de engenharia, considerados ultrapassados por estudantes e especialistas.
As grades curriculares, muitas vezes focadas em disciplinas experimentais sem aplicação prática, não refletem a realidade do mercado.
“Temos muitas matérias que não agregam à prática da profissão”, critica Marcos Gabriel, da UnB.
Michelly de Souza sugere uma reforma urgente, enfatizando a inclusão de experiências práticas e projetos conectados ao mercado. Além disso, ambientes universitários mais acolhedores, com laboratórios modernos e metodologias ativas, poderiam reduzir a evasão, especialmente nos primeiros semestres.
Impactos da falta de engenheiros no Brasil
A escassez de engenheiros já impacta setores fundamentais.
A expansão de infraestrutura, o desenvolvimento tecnológico e até mesmo a execução de grandes obras sofrem atrasos e custos adicionais devido à ausência de profissionais qualificados.
Conforme relatado pelo Correio Braziliense, áreas como transporte e energia enfrentam grandes desafios, enquanto multinacionais e órgãos públicos oferecem as únicas oportunidades atraentes para esses profissionais.
Marcos Gabriel destaca que muitas empresas sequer cumprem o piso salarial da categoria, estimado em R$ 7 mil no Distrito Federal.
Isso desestimula ainda mais os jovens a seguir na profissão, aumentando o ciclo de dificuldades enfrentado pelo setor.
Soluções possíveis para um futuro sustentável
Embora o cenário seja desafiador, há caminhos possíveis para reverter a crise.
Investir na educação básica, promover reformas curriculares e ampliar o acesso a estágios são passos essenciais para tornar a engenharia mais atrativa.
Além disso, comunicar à sociedade a importância da engenharia para problemas reais pode ajudar a atrair novos talentos.
Como conclui Michelly, “a engenharia tem um papel fundamental na construção de um futuro mais justo e sustentável, com tecnologias limpas e soluções para otimizar recursos.”
Mas o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio e valorizar seus engenheiros?
E você? Acredita que o Brasil conseguirá superar esse déficit e colocar a engenharia no lugar de destaque que ela merece? Deixe sua opinião nos comentários!
Interessante. Meu filho e formado em engenharia de produção mecânica e não está conseguindo colocação. Salário que não condiz com a profissão.
Gostaria de saber onde estão estas vagas.
Deve ser falta de Engenheiros recém formados, que aceitam salários aquém do mínimo estabelecido pelo CREA, pois com mais de 20 anos de experiência de campo e extensa capacitação, pós graduado em Gestão de Obras Civis, ainda fico sendo preterido por todas as vagas anunciadas. Notícia estranha, bizarra.
Meu filho tem faculdade de engenharia de producao e pos engenharia de soldagem e nao trabalha
Hoje em dia, muitos jovens sonham em se tornar YouTubers ou influenciadores digitais. A percepção é de que essa carreira oferece ganhos mais altos, menos esforço e menor responsabilização por possíveis erros em seus projetos.
Sacanagem kkk por que será que estão publicando essa notícia devem tá querendo saturar mais ainda o mercado do que já está para reduzir mais ainda os salários. Sou engenheiro mecatrônico minha irmã e engenheira civil meu cunhado também, tenho vários amigos que tá tudo na **** igual eu. Pode enviar 1 milhão de currículo não recebe nenhuma proposta nem pra entrevista, parece que é só por indicação quem não tem Q.I tá fundido.
Sejamos realistas. Há muito falta ensino de qualidade para embasar o estudo de engenharia. Já para aqueles que se formam surge a dificuldade de ingressar no mercado. Não sei qual é essa conta de que falta engenheiro no mercado. Então estamos contra a máxima” lei da demanda” parece que nada acontece vejo os salários base e não passam de 6 ou 7mil. E ainda querem engenheiros…fala sério. Melhor medicina. Kkk