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EUA choca o mundo ao anunciar proibição de vendas de carros com tecnologia chinesa ou russa

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 17/01/2025 às 01:42
EUA proíbe venda de veículos com tecnologia chinesa ou russa a partir de 2027, visando proteger segurança nacional e privacidade dos cidadãos.
EUA proíbe venda de veículos com tecnologia chinesa ou russa a partir de 2027, visando proteger segurança nacional e privacidade dos cidadãos.

Governo dos Estados Unidos anunciou a proibição da venda de veículos conectados que utilizem tecnologia chinesa ou russa, abrangendo software e hardware. A medida será implementada gradualmente com o objetivo de proteger a segurança nacional e a privacidade dos cidadãos americanos.

Em uma decisão sem precedentes, os Estados Unidos anunciaram a proibição da comercialização de veículos conectados que utilizem tecnologia chinesa ou russa em qualquer parte de seus sistemas.

A medida, que entrará em vigor de forma escalonada, tem como justificativa a proteção da segurança nacional e a privacidade dos cidadãos americanos, levantando debates intensos sobre os impactos no mercado global de automóveis e no futuro das relações comerciais entre as nações envolvidas.

O que motivou a decisão?

A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, destacou que os veículos conectados modernos são, essencialmente, “computadores sobre rodas”, repletos de câmeras, microfones, sistemas de GPS e dispositivos conectados à internet.

Apesar das inovações, essas características também representam riscos significativos à segurança cibernética e à privacidade dos usuários.

“Quando um carro está online, ele se torna uma porta de entrada para invasões e manipulações externas”, afirmou Raimondo.

Com base em avaliações conduzidas pelo governo americano ao longo de 2024, concluiu-se que as tecnologias provenientes de países considerados adversários estratégicos, como China e Rússia, poderiam ser usadas para espionagem, coleta de dados sensíveis e até mesmo manipulação de sistemas críticos.

Isso motivou a elaboração de uma regulamentação rigorosa para impedir que esses riscos comprometam a infraestrutura e a segurança nacional.

Como será a implementação da proibição?

A medida será introduzida de forma gradual, dividida em dois marcos principais:

  1. Softwares: A partir dos modelos de veículos de 2027, será proibido o uso de qualquer software de origem chinesa ou russa em veículos conectados nos EUA.
  2. Hardware: A restrição para componentes físicos será aplicada a partir dos modelos do ano de 2029.

Esse cronograma escalonado foi adotado para permitir que fabricantes de automóveis tenham tempo suficiente para ajustar suas cadeias de suprimentos, reavaliar contratos com fornecedores estrangeiros e desenvolver alternativas tecnológicas que atendam às exigências de conformidade.

O impacto na indústria automobilística

Atualmente, fabricantes como Volvo (controlada pelo grupo chinês Geely), Polestar, Buick (da General Motors) e Lincoln (subsidiária da Ford) importam veículos ou componentes fabricados na China para o mercado americano.

Além disso, a Tesla utiliza sua fábrica em Xangai como um dos principais polos de exportação de seus modelos.

Embora esses veículos não sejam integralmente conectados a redes externas chinesas, a nova regulamentação exigirá uma análise minuciosa das cadeias produtivas para garantir que nenhum elemento tecnológico seja de origem proibida.

Já no caso da BYD, fabricante chinesa que comercializa ônibus na Califórnia, a empresa parece não ser afetada diretamente pela medida, uma vez que os veículos destinados ao transporte coletivo não foram incluídos na regulamentação.

Apesar disso, especialistas apontam que os custos de produção podem aumentar substancialmente à medida que os fabricantes busquem alternativas tecnológicas que atendam aos requisitos de segurança impostos pelo governo dos EUA.

“A medida não afeta apenas os fabricantes chineses e russos; ela impacta toda a cadeia de suprimentos global. Empresas ocidentais também precisarão rever contratos e parcerias”, afirmou um analista do setor automotivo ao jornal The Wall Street Journal.

Repercussões internacionais

A decisão dos EUA gerou reações imediatas por parte das autoridades chinesas e russas.

Em comunicado oficial, o governo chinês classificou a medida como “discriminatória e politicamente motivada”, alertando que tal decisão prejudica as relações comerciais e econômicas entre os países.

Já a Rússia, que recentemente ampliou seus investimentos em tecnologia automotiva conectada, declarou que “os Estados Unidos demonstram uma clara intenção de monopolizar a inovação tecnológica, restringindo a competitividade de outros países por meio de regulações arbitrárias”.

Analistas internacionais temem que a decisão americana possa desencadear uma série de retaliações por parte da China, impactando outros setores econômicos, como o mercado de semicondutores, a exportação de minerais raros e até mesmo as negociações de bens de consumo.

Desafios e oportunidades para a tecnologia automotiva ocidental

Embora a proibição represente um obstáculo para fabricantes que dependem de tecnologias chinesas e russas, ela também cria uma oportunidade para a consolidação de tecnologias desenvolvidas por empresas americanas e de países aliados.

Startups e grandes corporações do setor de tecnologia, como Intel e Qualcomm, já começaram a expandir suas operações para oferecer alternativas confiáveis que possam atender à demanda do setor automotivo.

Além disso, a medida pode acelerar a criação de novos padrões de segurança cibernética para veículos conectados, com foco em proteção contra invasões e uso indevido de dados.

“A regulamentação americana pode estabelecer uma nova referência global, forçando outros países a adotarem medidas semelhantes em relação a tecnologias consideradas de risco”, destacou um especialista em segurança digital em entrevista à rede Bloomberg.

O que muda para os consumidores?

Para os consumidores americanos, a proibição pode significar veículos com sistemas mais seguros e protegidos contra invasões cibernéticas.

No entanto, o preço dessas melhorias tecnológicas pode ser sentido diretamente no bolso. Com o aumento dos custos de produção e a limitação de fornecedores, é provável que os preços de veículos conectados subam nos próximos anos.

Por outro lado, há quem acredite que a medida trará maior transparência para o mercado, incentivando os consumidores a questionarem a origem e a segurança dos sistemas presentes em seus carros.

“Os carros do futuro serão julgados não apenas pelo design ou desempenho, mas também pela confiabilidade de seus sistemas digitais”, concluiu um especialista entrevistado pelo The New York Times.

Conclusão: um marco para o setor automotivo global

A decisão dos EUA de banir a tecnologia chinesa e russa dos veículos conectados representa um marco na relação entre segurança nacional e comércio internacional.

Embora justificada por preocupações legítimas com a privacidade e a cibersegurança, a medida traz implicações significativas para a indústria automobilística global, exigindo adaptação rápida e inovadora por parte dos fabricantes.

Além disso, ela abre precedentes para que outras nações adotem regulações semelhantes, transformando a maneira como tecnologias estrangeiras serão tratadas em setores considerados críticos.

A questão que permanece é: até que ponto essas restrições moldarão o futuro da inovação e da colaboração internacional?

Com as mudanças iminentes, o consumidor está diante de um novo cenário, onde escolher um veículo não será apenas uma questão de estética ou potência, mas também de confiança e segurança.

Você acredita que essa medida dos EUA é necessária ou excessiva? Deixe sua opinião!

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Almelo
Almelo
18/01/2025 19:16

O engraçado é que a starlink instalada no mundo afora não causa insegurança. Se fosse aqui no Brasil a postura americana seria chamada de persieguição, entretanto lá e pela segurança nacional. Dois pesos duas…Ninguém se iluda…estamos sendo ouvidos, e não é pelos chineses…

José claudio
José claudio
20/01/2025 22:12

Eu acho q os estados unidos só quer se dá bem no mundo, e os outros países q seja capacho deles.eles escutam tudo q nos falamos e nos e outros países se fizer isso já falam q é espionagem.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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