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Drones que fazem chover: como essa tecnologia ajudaria a acabar com queimadas e a alta do preço da energia no Brasil

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 25/07/2021 às 15:41
Atualizado em 26/07/2021 às 09:40
Drones que fazem chover são desevolvidos para diminuir o calor em Dubai
Os drones que fazem chover disparam choques nas nuvens que as fazem precipitar

Os drones ganharam destaque na última semana no mundo. Mas será que essa tecnologia poderia ser usada para combater queimadas na Amazônia, severas estiagens e preencher os reservatórios das hidrelétricas?

Os testes custaram US$ 1,5 milhão através do Programa de Pesquisa dos Emirados Árabes Unidos para a Ciência do Melhoramento da Chuva. Os estudos dos drones que fazem chover vinham sendo desenvolvidos desde o ano de 2017. No verão, o calor beira à casa dos cinquenta graus. Então, pelo menos quatro desses equipamentos voadores foram lançados na capital Dubai em direção às nuvens para descarregarem eletricidade e assim fazerem desaguar chuvas.

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A ação dos drones que fazem chover, no entanto, não se resume à diminuir o calor. São várias possibilidades que podem atender às demandas de países com suas peculiaridades.

Aqui no Brasil, seria possível ter resultados positivos no que diz respeito às queimadas na região Norte e Centro-Oeste e à seca, principalmente no Nordeste que naturalmente é a região mais afetada, e no Sudeste, onde hidrelétricas estão abaixo da média, o que vem causando a escalada de preços na conta de energia.


Vídeo da UAE Weather Channel com a chuvas na quarta-feira (21/07) que teriam sido produzidas pelos drones em Dubai

Drones que fazem chover no combate às queimadas no Brasil

O mês de junho teve o maior número de focos de calor registrados na Amazônia dos últimos quinze anos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), divulgados pelo Greenpeace Brasil. Foram identificados 2.308 focos de incêndios florestais. Isso é um novo recorde: aumento de 2,6% em relação ao mesmo período em 2020.

O Greenpeace Brasil relaciona as queimadas com o desmatamento e as mudanças climáticas. A organização reforça que a queima de florestas e outras vegetações é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Tudo isso aquece ainda mais o planeta.

Com tantos desmatamentos e focos de incêndios na nossa floresta – alguns casos em regiões longínquas de difícil acesso – a necessidade de chuva é ainda maior. No entanto, o Brasil atravessa a maior seca dos últimos 90 anos.

Os drones que fazem chover são lançados de uma catapulta e podem voar por cerca de 40 minutos. Os sensores do equipamento voador medem temperatura, umidade e carga elétrica dentro de uma nuvem. Assim seria possível saber quando e onde os choques devem ser disparados para aumentar a precipitação.

Como os drones que fazem chover poderiam ajudar a diminuir o valor da energia elétrica

Como citamos acima, o Brasil atravessa a maior crise hídrica dos últimos noventa anos. Isso afeta o abastecimento de hidroelétricas, que corresponde a pelo menos 64% da matriz elétrica brasileira. Mas como é todo o processo do abastecimento? Entenda.

Os ventos que muitas vezes trazem nuvens de chuva para o sudeste e centro-oeste começam na região equatorial do Oceano Atlântico. Quando chegam na Amazônia, a umidade se precipita em forma de chuva que hidrata o solo e é absorvida pelas raízes de grandes árvores.

As árvores drenam a umidade e a devolvem ao ar. Esse ciclo de umidade e chuva é levado pelos ventos. Mas com menos árvores nesse processo, a quantidade de chuva diminui.

Com menos chuvas, os reservatórios não alcançam a média desejável para o abastecimento de energia elétrica. A saída então é acionar termelétricas que demandam custo a mais para os funcionamentos, e com combustíveis ainda provenientes de fósseis. É daí que começam o aumento dos custos.

O acionamento das termelétricas demanda custos que são distribuídos aos consumidores através das Bandeiras Tarifárias. Atualmente a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu o patamar 2 da Bandeira Vermelha. São R$ 9,49 a cada 100 kWh apertando o bolso do consumidor.

Caso a tecnologia dos drones que fazem chover chegue ao Brasil, esses equipamentos poderiam ser lançados estrategicamente visando o abastecimento das hidroelétricas. Seria um sonho distante?

Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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