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Cientistas encontraram uma forma de armazenar e transportar hidrogênio em pó que pode mudar tudo

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 27/07/2022 às 12:56
Cientistas - hidrogênio em pó - hidrogênio - armazenamento de hidrogênio
A descoberta do IFM poderá significar o fim dos tanques de hidrogénio de alta pressão – imagem: IFM
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Cientistas do IFM, na Austrália, desenvolveram um novo processo que consegue armazenar e transportar hidrogênio em pó, podendo mudar o cenário do mercado automotivo e energia renovável.

A armazenagem e o transporte são, ainda, um grande desafio no processo de instalação do hidrogênio como fonte de energia limpa na indústria e transportes do futuro. Dois problemas para os quais os cientistas do Instituto de Materiais Avançados da Universidade Deakin (IFM), na Austrália, encontraram uma solução. Como dito anteriormente, os problemas já são conhecidos. Além do processo de obter o hidrogênio ser algo muito caro e requerer grandes quantidades de energia em sua separação de outros elementos na natureza, este elemento químico surge sempre ligado a outros, o seu armazenamento também é caro e complexo.

Cientistas conseguem armazenar hidrogênio em pó

Hidrogênio em pó. Os cientistas encontram uma solução que pode mudar tudo – Reprodução/Youtube

Armazenado enquanto gás, o hidrogênio precisa de caros tanques de alta pressão que ultrapassam os 600 bar de pressão. Já armazenado enquanto líquido, o hidrogênio precisa de temperaturas inferiores a -252 °C para continuar nesse estado, significando um custo energético elevado.

Nem estado líquido, nem gasoso: Os cientistas australianos do Instituto de Materiais Avançados da Universidade Deakin conseguiram armazenar hidrogênio em pó. Este novo processo, apresentado pela primeira vez na revista científica Materials Today, mostra uma nova forma de separar, transportar e armazenar grandes quantidades de gás com segurança, que utiliza uma pequena fração de energia e gera zero desperdício.

A descoberta é tão importante e mostra um avanço tão grande no conhecimento sobre a separação e armazenamento de gás, que o investigador principal, Dr. Srikanth Mateti, afirma ter repetido a experiência de 20 a 30 vezes para acreditar no que havia feito. De acordo com Mateti, todos ficaram completamente surpreendidos, mas cada vez que eram realizados testes, eram obtidos os mesmos resultados.

Hidrogênio em pó não precisa de produtos químicos agressivos

O processo de geração de hidrogênio em pó descoberto pelos cientistas tem como base na mecanoquímica e consiste em capturar o hidrogênio por meio de forças mecânicas, com recurso a um moinho de bolas de aço em conjunto com um nitreto de boro em pó.

Dentro deste dispositivo é colocado o hidrogênio, fazendo com que o gás acabe preso no pó de nitreto de boro. De acordo com o giro da câmera a uma velocidade crescente, a colisão das bolas com o hidrogênio em pó e a parede da câmera desencadeia uma reação, gerando a absorção de gás no pó.

Segundo os investigadores da IFM, a partir desse momento é muito fácil armazenar e transportar o hidrogênio à temperatura e pressão ambiente. De acordo com os cientistas, não há desperdício. O processo não demanda produtos químicos agressivos e não gera subprodutos. O nitreto de boro em si, é classificado como um produto químico de nível 0, isto é, altamente seguro e estável.

Hidrogênio em pó pode ser produzido em larga escala

Uma vez absorvido neste material, o hidrogênio pode ser transportado com segurança e facilidade. Para ser libertado, o processo também não é complexo, basta ser aquecido em vácuo.

Nesta fase da investigação, os cientistas do IFM conseguiram testar o processo em pequena escala, separando cerca de dois a três litros de material.

Os pesquisadores agora esperam o apoio da indústria, para que o processo possa ser expandido num projeto-piloto. De acordo com Mateti, foi apresentada uma nova alternativa que não requer alta pressão ou baixas temperaturas e que disponibiliza uma maneira muito mais barata e segura de desenvolver produtos como veículos movidos a hidrogênio. Esta descoberta é fruto de 30 anos de desenvolvimento e pesquisa.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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