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Um caminhão inovador percorreu impressionantes 2.906 quilômetros com um único abastecimento de combustível, desafiando os limites da tecnologia atual.
Em um cenário onde as baterias dominam as alternativas sustentáveis, um feito incrível deu mais destaque as discussões sobre o hidrogênio como combustível. Um caminhão experimental, batizado de H2Rescue, conseguiu percorrer 1.806 milhas (2.906 km), , o equivalente à distância entre Rio Grande do Sul e Pará, com um único abastecimento de hidrogênio.
O anúncio veio do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) em dezembro, marcando um importante marco na tecnologia automotiva.
Um projeto que une forças
O H2Rescue não é um caminhão comum. Trata-se de um protótipo desenvolvido em parceria entre o DOE, o Exército dos EUA, a FEMA (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências), o Departamento de Segurança Interna e a Accelera by Cummins.
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Projetado para atuar em situações de emergência, operações militares e serviços públicos, o caminhão utiliza uma célula de combustível da Cummins Accelera acoplada a um motor de tração de 250 quilowatts.
A proposta é clara: substituir combustíveis fósseis por hidrogênio em cenários críticos, onde a eficiência e a sustentabilidade são indispensáveis.
Desafios da viagem com o caminhão
Em novembro, o protótipo foi submetido a um teste rigoroso nas estradas da Califórnia. Com os tanques abastecidos com 386 libras (175 kg) de hidrogênio, o caminhão enfrentou condições reais: trânsito pesado em horários de pico, velocidades médias entre 80 e 86 km/h e temperaturas variando de 16 °C a 27 °C.
A distância percorrida não foi apenas uma conquista técnica. Representantes do Guinness World Records acompanharam todo o trajeto para certificar o feito.
Ao final das quase 2.000 milhas, surpreendentemente, ainda restavam 15 libras (7 kg) de hidrogênio nos tanques.
Zero emissões, impacto máximo
Um dos maiores trunfos do H2Rescue foi percorrer toda a distância sem emitir dióxido de carbono (CO2). Em comparação, um caminhão convencional movido a combustível fóssil teria liberado 301 kg de CO2 para cobrir o mesmo percurso.
Os dados apresentados pelo DOE vão além: se essa tecnologia fosse aplicada em frotas governamentais, a economia anual seria de 6.908 litros de combustível, reduzindo emissões em 2,5 toneladas métricas de CO2. Esses números reforçam o potencial do hidrogênio para transformar a mobilidade sustentável.
Hidrogênio versus baterias
Apesar do sucesso, o hidrogênio ainda enfrenta desafios para competir com as baterias no mercado automotivo.
A indústria tem priorizado veículos elétricos, deixando o hidrogênio restrito a nichos específicos. No entanto, para aplicações como as do H2Rescue, ele se mostra superior, especialmente em autonomia e impacto ambiental.
Por exemplo, caminhões movidos a bateria enfrentam limitações em relação ao peso das baterias e ao tempo de recarga. Já o hidrogênio oferece maior alcance e tempos de reabastecimento significativamente menores, fatores críticos em emergências ou operações de longa duração.
O que vem a seguir?
Embora o recorde do H2Rescue seja impressionante, ainda não há garantias de que a pesquisa resultará em soluções comerciais no curto prazo. No entanto, o DOE espera que as forças armadas e agências governamentais liderem a adoção da tecnologia, especialmente em frotas que exigem alta performance e sustentabilidade.
Esse marco reforça que o hidrogênio não deve ser descartado como opção para a mobilidade sustentável. Sua eficiência, combinada com os benefícios ambientais, posiciona-o como uma alternativa promissora, especialmente para segmentos específicos.
O H2Rescue não apenas estabeleceu um recorde mundial, mas também mostrou que o hidrogênio pode ser uma ferramenta viável na luta contra as mudanças climáticas.
A cada milha percorrida, ele deixa uma mensagem clara: a transição para um futuro mais verde pode e deve incluir o hidrogênio como protagonista.
Com 1.806 milhas percorridas e um impacto ambiental próximo de zero, o H2Rescue não é apenas um feito tecnológico, mas um lembrete de que alternativas sustentáveis já existem e podem ser implementadas em larga escala. A questão agora é: quem terá coragem de apostar nessa rota?
Uma dúvida, será que existia um posto de hidrogênio ao final da viagem para o caminhão voltar ou ele voltou rebocado??
Só esqueceram de contar um pequeno detalhe: quanta energia foi usada para se produzir o hidrogênio utilizado pelo caminhão?
Certo, 1kg de hidrogênio é gasto 55kwh para ser produzido e pelas contas deles 1kg de hidrogênio faz 16,5km, já o diesel é gasto 10kwh… Porém não dá pra saber a média que o diesel faria nessa viagem…