Volume de etanol usado no país supera emissões equivalentes à soma do consumo de gasolina de sete países sul-americanos
O Brasil ocupa hoje uma posição de liderança mundial no uso de biocombustíveis, sendo o país com o maior consumo per capita do planeta. Em 2023, a produção nacional de etanol (anidro + hidratado) atingiu a marca de 35,4 bilhões de litros, contribuindo diretamente para a redução das emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE).
Esse volume expressivo de etanol evitou o lançamento de aproximadamente 50,3 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano (MtCO₂e/ano). Segundo Marcelo Gauto, para efeito de comparação, esse valor supera todas as emissões associadas ao consumo de gasolina de países como Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Equador, Peru e Suriname somados, segundo análise do ciclo completo “do poço à roda”.
Biocombustíveis ajudam Brasil a liderar transição energética em veículos leves
A combinação de uma frota flexível, investimentos na cadeia produtiva da cana-de-açúcar e políticas de estímulo ao etanol consolidou o Brasil como protagonista na transição energética dos transportes leves.
O uso de biocombustíveis no país já está integrado ao cotidiano da mobilidade, sendo uma das poucas nações do mundo com infraestrutura completa para etanol, do campo ao posto de abastecimento.
Enquanto muitos países ainda estão no início da eletrificação, o Brasil avança com soluções híbridas flex e a integração entre etanol e eletricidade, criando uma abordagem complementar entre renováveis.
Emissões evitadas com biocombustíveis: os dados por trás do impacto
O etanol brasileiro, segundo dados da ANP e da regulamentação europeia, apresenta uma intensidade de carbono (IC) de apenas 28 gCO₂e/MJ, contra 93,5 gCO₂e/MJ da gasolina.
Considerando as densidades e o poder calorífico dos combustíveis líquidos:
- 50,3 MtCO₂e/ano foram evitadas com o uso de etanol
- Isso supera as 49,8 MtCO₂e/ano geradas com o consumo anual de gasolina por sete países da América do Sul
Esses números reforçam a vantagem climática dos biocombustíveis, especialmente quando comparados a combustíveis fósseis importados.
Eletrificação e biocombustíveis caminham juntos no Brasil
Embora os veículos elétricos estejam ganhando espaço no mercado nacional, o Brasil aposta em uma estratégia híbrida, onde biocombustíveis e eletrificação se complementam. Modelos híbridos flex estão se popularizando e representam uma alternativa viável com menor impacto ambiental imediato, sem exigir grandes mudanças na infraestrutura de abastecimento.
A convergência entre biocombustíveis avançados, melhorias em eficiência energética e tecnologias automotivas limpas coloca o Brasil como um exemplo para outros países em desenvolvimento que buscam alternativas sustentáveis de mobilidade.