De janeiro a novembro deste ano, mais de 43 mil novos automóveis eletrificados forma emplacados.
O número de vendas de veículos elétricos no Brasil em 2022 já superou todo o ano de 2021. De janeiro a novembro deste ano, foram emplacados 43.658 automóveis. Em todo o ano passado foram exatos 34.990 unidades. Isso corresponde um aumento até aqui de 25%, segundo a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE).
O mercado prevê ainda que as vendas de veículos elétricos cheguem próximas dos 50 mil até o fim de dezembro, configurando um recorde na história de 40% acima de 2021. Na comparação com janeiro a novembro de 2021, 30.445 automóveis eletrificados foram vendidos. Ou seja, houve um aumento expressivo de 43,4% este ano até então.
Os automóveis eletrificados correspondem aos do tipo leves híbridos HEV (Hybrid Electric Vehicles), elétricos híbridos plug-in PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicles) e elétricos 100% a bateria BEV (Battery Electric Vehicle). Automóveis + comerciais leves + SUV e utilitários. Ou seja, esses números não incluem veículos elétricos pesados, como ônibus e caminhões, e nem veículos elétricos levíssimos, como motos, e-bikes, patinetes e monociclos.
O presidente da ABVE, Adalberto Maluf, celebra os números de vendas de veículos elétricos no Brasil, mas preza pela cautela, pois o país ainda está distante dos principais mercados pelo mundo. “As vendas de novembro confirmam a tendência de alta do mercado de eletrificados leves no Brasil, que cresce consistentemente há mais de três anos. Temos muito a caminhar para criar no Brasil um ambiente realmente favorável às energias limpas no transporte. Precisamos, urgentemente, de um Plano Nacional em prol da mobilidade elétrica”, coloca.
Os modelos eletrificados mais vendidos no Brasil
O maior destaque no número de vendas entre os veículos elétricos no Brasil é o Corolla Cross HEV. De janeiro a novembro de 2022 foram vendidos 11.561 unidades segundo a ABVE. O automóvel pode chegar a custar em R$ 200 mil.
Em segundo lugar, com 6.453 vendas, está o Corolla Altis HEV. Na terceira colocação se encontra o TIGGO 5X HEV com 1.979 emplacamentos aqui no país.
Verifica-se, portanto, que a Corolla é o modelo majoritário em vendas no Brasil. E que os carros mais vendidos são híbridos. Ou seja, nesses existem dois tipos de motorização para o funcionamento: o motor que usa combustível e o elétrico.
Deficiência na infraestrutura
Na avaliação de quem acompanha de perto os movimentos do mercado de veículos elétricos e híbridos, a infraestrutura de recarga dos automóveis ainda é precária no Brasil. A rede pública de recarga chegou a 2,8 mil unidades no país entre 2021 e 2022, sendo um ponto para cada 14 veículos. A expectativa é que o país registre 3 mil endereços de recarga nas próximas semanas. Nos Estados Unidos, rede pública é de um posto para cada 8 carros.
Só na última semana que o Brasil recebeu seu primeiro eletroposto exclusivo para veículos elétricos. A unidade fica no bairro do Tatuapé, zona leste da cidade de São Paulo. Geralmente, os postos de recarga ficam em estacionamentos de shoppings centers, centros de conveniência, postos de serviço em rodovias ou dentro de postos de combustíveis convencionais.
Quem administra o eletroposto é EZVolt. A recarga custa R$ 1,97 a cada kWh, podendo ser paga pelo aplicativo da empresa, utilizando um cartão de crédito ou o Ticket Car. O local funciona 24 horas e conta com uma loja de conveniência com restaurante self-service, lanchonete e lotérica.
Um das iniciativas mais recentes que pode, por consequência, incentivar a adoção de medidas para a melhoria da infraestrutura para veículos elétricos no Brasil é a aliança de 8 empresas de mobilidade que querem aumentar a participação do modelo elétrico, com o estímulo à adoção por motoristas de aplicativos. As empresas são: a 99, CAOA Chery, Ipiranga, Raízen, Movida, a Unidas, Tupinambá Energia e Zletric.
A “Aliança pela Mobilidade Sustentável” tem o objetivo de incentivar a adoção dos modelos elétricos no Brasil, impulsionar a infraestrutura necessária para a eletrificação da frota, criando postos públicos de recarga; diminuindo barreiras para a compra de carros elétricos; facilitando o aluguel por motoristas de aplicativo; e dando apoio às montadoras e outras empresas da cadeia, como fornecedores de peças.
