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O que aconteceu com o Mappin? A loja que ensinou o brasileiro a comprar a crédito, virou sinônimo de status e desapareceu do mapa

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/05/2025 às 17:42
O Mappin dominou o varejo, criou o crediário e virou ícone paulista. Mas por que faliu? Descubra os bastidores do seu fim.
O Mappin dominou o varejo, criou o crediário e virou ícone paulista. Mas por que faliu? Descubra os bastidores do seu fim.

O Mappin dominou o varejo, criou o crediário e virou ícone paulista. Mas por que faliu? Descubra os bastidores do seu fim.

Por décadas, o nome Mappin foi sinônimo de sofisticação, inovação e consumo no Brasil.

Fundada ainda no início do século XX, a loja de departamentos paulistana conquistou gerações ao transformar a experiência de compra em um evento social.

Mas, apesar de seu sucesso, a empresa enfrentou uma derrocada que culminou no encerramento de suas atividades em 1999. O que levou uma das marcas mais queridas do país a desaparecer tão rapidamente?

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A origem britânica e a ascensão no Brasil

O nome Mappin vem de uma tradicional joalheria inglesa, a Mappin & Webb, fundada em 1774.

No Brasil, a primeira unidade da Mappin Stores Ltda. foi inaugurada em 1913, na Rua XV de Novembro, no centro de São Paulo.

Mas foi somente a partir de 1939 que a marca ganhou projeção nacional com a abertura da loja da Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal.

O edifício, com seis andares e fachada imponente, logo se tornou um dos endereços mais sofisticados da capital paulista.

O Mappin oferecia de tudo: roupas, móveis, brinquedos, eletrônicos, utensílios domésticos e até alimentação — tudo num único lugar. Nascia ali o conceito de loja de departamentos no Brasil.

Um novo jeito de consumir: vitrine aos domingos e compras a crédito

O Mappin foi pioneiro em diversos aspectos do varejo nacional. Foi uma das primeiras redes a funcionar aos domingos e a permitir que os clientes comprassem por meio de carnês e crediário próprio.

A loja oferecia vitrines decoradas e atendimento personalizado, o que tornava a visita uma experiência prazerosa.

Comprar no Mappin era, para muitas famílias, um sinal de ascensão social. Era comum ver casais passeando pelos corredores bem iluminados ou crianças se encantando com os brinquedos expostos.

O programa “Domingo no Mappin” ficou famoso, reunindo multidões em plena Praça Ramos.

O início da decadência: concorrência, má gestão e crise econômica

Com o avanço da década de 1990, o Mappin passou a enfrentar uma série de dificuldades.

A expansão descontrolada, a concorrência com novos shoppings e redes mais baratas e uma gestão pouco estratégica colocaram a marca em rota de colisão com a realidade.

Em 1996, a rede foi adquirida por Ricardo Mansur, que já havia comprado a também decadente Mesbla.

A tentativa de centralizar as operações das duas empresas, reduzindo custos e unificando setores, causou desorganização, queda no atendimento e insatisfação do público.

Paralelamente, o país enfrentava instabilidade econômica, altos índices de desemprego e mudanças no padrão de consumo.

Com margens apertadas e dificuldades de adaptação ao novo modelo de varejo que se consolidava com a chegada dos hipermercados e do comércio eletrônico, o Mappin começou a perder fôlego.

O fim melancólico de um gigante do varejo

Em julho de 1999, a Justiça decretou a falência do Mappin. A rede, que chegou a ter 11 lojas em São Paulo e empregava cerca de 3 mil pessoas, fechou definitivamente as portas.

O passivo da empresa ultrapassava R$ 100 milhões na época.

Os prédios das lojas mais emblemáticas foram leiloados. A unidade da Praça Ramos de Azevedo, um marco arquitetônico, foi vendida e posteriormente ocupada por órgãos públicos.

Parte dos estoques foi liquidada a preços simbólicos, e diversos ex-funcionários tiveram que recorrer à Justiça para receber seus direitos.

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A força da memória e as tentativas de ressuscitar a marca

Apesar do fim, o Mappin jamais foi esquecido pelos consumidores.

A marca continua a despertar nostalgia entre os brasileiros.

Basta uma imagem da fachada ou uma propaganda antiga ser compartilhada nas redes sociais para milhares de comentários surgirem, relembrando as compras, os passeios em família e o encanto das vitrines.

Em 2010, a rede Marabraz chegou a adquirir os direitos de uso da marca Mappin e lançou uma loja virtual com o nome. No entanto, a iniciativa não avançou e acabou sendo descontinuada.

A marca Mappin ainda está registrada e ativa, o que mantém aberta a possibilidade de um futuro retorno ao mercado — ainda que seja apenas como referência histórica ou linha retrô.

Um símbolo de status e transformação social

O Mappin foi mais do que uma loja: foi um símbolo da modernização do consumo no Brasil. Sua história reflete um país em transformação, entre crises e ciclos de crescimento, entre o tradicional e o moderno.

A trajetória da marca também serve como um alerta sobre os riscos da expansão sem planejamento, da perda de identidade e da desconexão com o novo perfil de consumidor.

Ainda hoje, a lembrança do Mappin emociona quem viveu seus anos dourados. Seja pelas escadas rolantes, pela cafeteria no último andar ou pelas propagandas marcantes, o nome permanece vivo na memória coletiva.

E você, também tem lembranças de compras ou passeios no Mappin? O que mais te marcou na experiência de visitar uma das lojas mais icônicas do Brasil?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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