Falta de clareza da Petrobras sobre os objetivos do projeto tem gerado preocupações entre os investidores e analistas do setor
A Petrobras e seu empreendimento em Itaboraí (RJ), o Polo Gaslub (antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj), são personagens de uma novela com muitas idas e vindas, e reviravoltas surpreendentes. A história do projeto começou em 2006, quando a Petrobras idealizou um complexo petroquímico capaz de processar cerca de 8% da produção de petróleo brasileira na época. O objetivo era tornar o país autossuficiente e exportador de petroquímicos. Porém, o projeto se envolveu em uma série de esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato.
Em 2020, a Petrobras mudou o nome do empreendimento para Polo Gaslub e repaginou o conceito do complexo – que passaria a ter uma planta de processamento de combustíveis e lubrificantes, além de uma usina térmica. Agora, sob a gestão de Jean Paul Prates, a ideia é que o projeto possa novamente receber investimentos em petroquímica. Ainda assim, a incerteza e a falta de uma estratégia clara têm sido uma constante.
Petrobras estuda a possibilidade de modificar novamente o escopo do polo Gaslub (antigo Comperj)
A Petrobras anunciou recentemente que estuda a possibilidade de modificar novamente o escopo do empreendimento, passando a abranger também a produção de produtos petroquímicos de segunda geração. No entanto, essa mudança parece ser apenas uma das muitas ideias que estão sendo discutidas internamente na empresa. A falta de clareza sobre os objetivos do projeto tem gerado preocupações entre os investidores e analistas do setor.
- Negócio bilionário no mar: PRIO investe US$ 1,92 bilhão e assume 40% de campo offshore gigante do Brasil após saída de empresas da China
- Nova descoberta de gás na América do Sul leva Venezuela a 300,9 BILHÕES de barris, supera Arábia Saudita, Canadá e Iraque, e deixa Oriente Médio comendo poeira!
- Governo federal aprova e petróleo do pré-sal será leiloado! Novo domínio da China?
- China acelera revolução dos elétricos e transforma mercado global: impacto devastador na indústria automotiva e no petróleo redefine o cenário econômico e ambiental do futuro!
Ainda sobre as mudanças de rumo da Petrobras, a estatal afirmou que está estudando projetos para expansão da produção de Diesel R – combustível produzido por coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, que contém uma parcela de diesel verde (HVO, em inglês). A ideia é avaliar adequações para coprocessamento do Diesel R nas refinarias REGAP (Refinaria Gabriel Passos) e RNEST (Refinaria Abreu e Lima). Também serão avaliadas novas plantas dedicadas para produção do Diesel R100, com matéria-prima 100% sustentável, na RNEST e no Polo Gaslub.
Busca por nova discussão com o CADE
As mudanças não param por aí. A Petrobras pretende discutir com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) sobre o programa de venda das refinarias da estatal. A ideia é buscar uma nova discussão para conciliar os compromissos assumidos anteriormente com as novas propostas a serem consideradas no planejamento estratégico.
Porém, essa iniciativa pode ser vista como uma tentativa de minimizar os danos causados pela venda das refinarias, que foram consideradas indevidas e sem defesa à altura que o caso merecia, segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. As vendas foram impostas pelo CADE, que alegou falta de concorrência no mercado de refino.
Futuro do Polo Gaslub e das refinarias da Petrobras continua incerto
O futuro do Polo Gaslub e das refinarias da Petrobras continua incerto, e a falta de transparência e clareza sobre os objetivos da empresa tem sido motivo de preocupação entre os investidores e analistas do setor.
A Petrobras precisa enfrentar os desafios do mercado e garantir a sua posição de liderança, especialmente em um momento em que a transição energética ganha cada vez mais força.
É essencial que a empresa tenha um planejamento claro e consistente para o futuro, que inclua não apenas a produção de combustíveis fósseis, mas também a expansão em fontes renováveis e tecnologias mais limpas. Além disso, é fundamental que a Petrobras mantenha um diálogo aberto e transparente com os seus acionistas e a sociedade em geral, de forma a garantir a confiança e o apoio necessários para enfrentar os desafios que virão.