1. Início
  2. / Economia
  3. / Novo pré-sal pode tornar Brasil potência econômica por conta do petróleo. Mas tem um problema: Ibama não quer liberar a exploração à Petrobras. Agora, ministro dá prazo para o órgão liberar estudos na Margem Equatorial
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Novo pré-sal pode tornar Brasil potência econômica por conta do petróleo. Mas tem um problema: Ibama não quer liberar a exploração à Petrobras. Agora, ministro dá prazo para o órgão liberar estudos na Margem Equatorial

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 22/03/2025 às 13:21
Novo pré-sal pode tornar Brasil potência econômica, mas Ibama trava exploração. Ministro pressiona e dá prazo para liberar estudos.
Novo pré-sal pode tornar Brasil potência econômica, mas Ibama trava exploração. Ministro pressiona e dá prazo para liberar estudos.

Brasil pode se tornar uma potência econômica com um novo pré-sal na Margem Equatorial. Mas há um grande impasse: o Ibama resiste a liberar a exploração.

Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o governo espera que o Ibama autorize a fase de estudos na Foz do Amazonas até junho de 2025, permitindo que a Petrobras avance com a exploração na região.

O embate com o Ibama

O governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defende com veemência a exploração do petróleo na Margem Equatorial.

Porém, esse tema tem gerado um grande cisma dentro da própria administração e atrai críticas pesadas de ambientalistas, que temem os impactos ambientais que a atividade petrolífera pode provocar na região.

A Foz do Amazonas é uma área de grande biodiversidade, habitada por diversas espécies marinhas, e está localizada em um ecossistema sensível.
Ambientalistas alertam que a exploração do petróleo pode causar danos irreversíveis a esse ambiente único.
Por outro lado, o governo argumenta que o desenvolvimento das reservas pode impulsionar a economia brasileira e fortalecer o setor energético do país, com uma geração significativa de empregos e recursos.

Na quinta-feira, 20 de março de 2025, o ministro Alexandre Silveira não escondeu sua frustração com a resistência do Ibama.

Ele chegou a afirmar publicamente que o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, “está receoso e não tem coragem” para tomar uma decisão sobre a autorização das pesquisas na Foz do Amazonas.

Essas declarações colocam ainda mais lenha na fogueira de um debate que já está polarizado dentro do governo e no país como um todo.

Lula critica Ibama

O próprio presidente Lula também entrou no debate, criticando publicamente a postura do Ibama em relação às licenças ambientais necessárias para iniciar a exploração na região.

Em entrevista concedida no dia 12 de fevereiro, o petista afirmou que o Ibama estava “com lenga-lenga”, sugerindo que o órgão estava demorando demais para liberar as pesquisas necessárias para explorar as reservas de petróleo na Margem Equatorial.

Essa crítica de Lula ao Ibama gerou um grande debate sobre a atuação do órgão e seu papel na preservação ambiental.

O presidente e outros membros do governo alegam que a exploração de petróleo é crucial para o desenvolvimento do país, e que a burocracia ambiental, na visão deles, está atrasando esse progresso.

Por outro lado, ambientalistas e outros setores da sociedade civil defendem que a preservação do meio ambiente deve ser prioridade, especialmente em áreas de grande importância ecológica, como a Foz do Amazonas.

Potencial do pré-sal

O pré-sal brasileiro é um dos maiores depósitos de petróleo do mundo, com vastas reservas que podem gerar enormes lucros para o Brasil.

A descoberta de petróleo na Margem Equatorial é vista como uma extensão desse potencial, e o governo brasileiro acredita que a exploração dessas reservas pode elevar o país a um novo patamar econômico, com uma geração massiva de riqueza e criação de empregos.

Estudos apontam que o Brasil tem grandes chances de se tornar um dos maiores produtores de petróleo do mundo se as reservas da Margem Equatorial forem devidamente exploradas.

No entanto, a liberação para iniciar os estudos na região depende da aprovação do Ibama, que até o momento não autorizou a realização de qualquer atividade na área, devido à sua localização sensível.

Enquanto o governo pressiona o Ibama para acelerar o processo de liberação, a pressão de grupos ambientalistas só aumenta.

A preocupação com os impactos ambientais de uma possível exploração de petróleo na região vai desde os riscos de contaminação da água até o impacto na fauna marinha e nas comunidades locais.

Desafios políticos e ambientais

Este impasse entre o governo e o Ibama reflete um dilema maior que o Brasil enfrenta no cenário atual: como equilibrar o crescimento econômico com a preservação ambiental?

De um lado, há a necessidade de avançar no desenvolvimento econômico, utilizando as reservas de petróleo como uma chave para o crescimento. Do outro, a preservação de ecossistemas únicos e sensíveis é uma responsabilidade que não pode ser ignorada.

O futuro da exploração na Foz do Amazonas e nas áreas do pré-sal dependerá de como esse equilíbrio será alcançado.

Se o governo federal conseguir convencer o Ibama a liberar as pesquisas e iniciar a exploração de petróleo, o Brasil poderá colher os frutos de uma economia mais forte e diversificada.

Porém, esse processo precisa ser cuidadosamente monitorado para garantir que os danos ambientais sejam minimizados.

O que vem pela frente?

O governo fixou um prazo até junho de 2025 para que o Ibama libere os estudos necessários, mas os próximos meses serão cruciais para definir os rumos da exploração na Margem Equatorial.

Se o Ibama continuar a se opor à exploração, o governo pode recorrer a novas estratégias para pressionar o órgão ou até mesmo buscar alternativas legais para garantir o início das atividades.

No entanto, qualquer movimento nesse sentido pode gerar novos conflitos políticos e jurídicos, além de intensificar o debate sobre a sustentabilidade ambiental.

Em resumo, o Brasil se vê em um momento decisivo, onde o futuro de sua economia e sua capacidade de gerar riqueza através do petróleo podem estar atrelados a uma disputa que envolve não apenas os interesses econômicos, mas também os desafios ambientais que a exploração de recursos naturais em áreas sensíveis impõe.

Agora, resta aguardar as decisões que serão tomadas nas próximas semanas e meses.

A questão da exploração de petróleo na Foz do Amazonas não será resolvida facilmente, e as tensões entre o governo e o Ibama devem continuar a agitar o cenário político brasileiro.

O impacto dessa decisão será sentido por gerações, pois determinará não apenas o rumo da economia nacional, mas também o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a preservação de seu meio ambiente.

Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x