Uma misteriosa ilha de 400 metros foi capturada por um satélite da NASA antes de desaparecer sem deixar vestígios. Um fenômeno intrigante que desafia a ciência.
A ideia de uma ilha fantasma pode parecer saída de um filme de aventura, mas, no Mar Cáspio, ela se tornou realidade. Uma massa de terra enigmática surgiu e desapareceu em questão de meses, capturando a atenção de cientistas e curiosos ao redor do mundo. A NASA registrou o fenômeno, documentando cada detalhe dessa aparição fugaz.
A ilha emergiu após a erupção de um vulcão de lama conhecido como Kumani Bank, na costa do Azerbaijão, no início de 2023.
No entanto, ao final de 2024, ela já havia desaparecido quase completamente. Os satélites Landsat 8 e 9 captaram imagens em várias etapas, mostrando a ilha crescendo, diminuindo e, por fim, desaparecendo como se nunca tivesse existido.
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O histórico do vulcão
Segundo o Observatório Terrestre da NASA, o vulcão Kumani Bank é famoso por suas manifestações transitórias.
Desde a primeira erupção registrada, em 1861, ele já criou ilhas efêmeras em diversas ocasiões. “Essas ilhas são formadas por poderosas erupções de lama e sedimentos, mas são rapidamente erodidas pelas forças naturais, deixando pouco ou nenhum vestígio“, explicou a agência.
No caso mais recente, a ilha foi visível pela primeira vez em fevereiro de 2023, medindo cerca de 400 metros de diâmetro, de acordo com o geólogo Mark Tingay, da Universidade de Adelaide. Ele descreve os vulcões de lama como “fenômenos fascinantes e pouco compreendidos“.
No entanto, Tingay destaca que essas estruturas naturais podem ser bastante perigosas, com potencial para lançar grandes quantidades de sedimentos e até chamas em alturas impressionantes.
As oito erupções registradas anteriormente no Kumani Bank variaram em intensidade e resultados. Em 1861, por exemplo, uma erupção formou uma pequena ilha de apenas 87 metros de diâmetro, que desapareceu no ano seguinte.
Já em 1950, a maior erupção registrada produziu uma ilha de 700 metros de largura, que também foi erodida em pouco tempo.
Azerbaijão
O Azerbaijão, com mais de 300 vulcões de lama registrados em sua região leste e na costa do Mar Cáspio, é considerado uma área única para esses eventos geológicos.
Essa alta concentração está associada à convergência das placas tectônicas da Arábia e da Eurásia, que cria condições ideais para as erupções.
Embora a recente aparição da ilha tenha sido breve, ela reacendeu o interesse pela compreensão desses vulcões pouco estudados. Especialistas como Tingay alertam para os perigos que essas formações podem apresentar.
“Erupções de lama podem ser intensas e imprevisíveis, lançando chamas e materiais a centenas de metros de altura em questão de segundos“, explicou o geólogo.
O desaparecimento da ilha Kumani é mais uma prova do poder dinâmico da natureza, lembrando-nos de que ainda há muito a aprender sobre as forças que moldam o planeta.