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Inteligência Artificial obrigará até 300 MIL trabalhadores mudarem de profissão em estado brasileiro nos próximos anos; veja o motivo

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/11/2024 às 22:28
Até 300 mil trabalhadores no Espírito Santo terão que mudar de profissão devido ao avanço da IA; entenda como isso impacta o Brasil.
Até 300 mil trabalhadores no Espírito Santo terão que mudar de profissão devido ao avanço da IA; entenda como isso impacta o Brasil.

Mercado de trabalho está sendo transformado pela Inteligência Artificial, e 300 mil profissionais precisarão mudar de profissão nos próximos anos. No Brasil, serão 16 milhões. Descubra quais setores estão mais ameaçados e como habilidades humanas podem ser a chave para a sobrevivência nesse novo cenário.

Nos próximos anos, o mercado de trabalho no Brasil e no mundo passará por mudanças profundas e irreversíveis.

Tecnologias inovadoras e o avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) estão reconfigurando o cenário profissional, ameaçando carreiras consolidadas e abrindo caminho para novas demandas.

Contudo, a verdadeira dimensão dessas transformações e quem serão os principais afetados permanecem como questões abertas e desafiadoras.

Um alerta no Espírito Santo: 300 mil trabalhadores afetados

De acordo com um estudo divulgado pelo McKinsey Global Institute, até 300 mil profissionais terão que mudar de profissão no Espírito Santo nos próximos seis anos, resultado direto da evolução da IA e da digitalização.

Em âmbito nacional, o impacto será ainda mais significativo, com cerca de 16 milhões de trabalhadores precisando se requalificar ou buscar novas carreiras, o que representa 14% do total de profissionais no Brasil.

A futurista global Jaqueline Weigel, referência em projeções baseadas em dados, acredita que esse número pode ser ainda maior até 2030.

Para ela, é difícil prever quais profissões escaparão dessa revolução, mas aponta que alguns trabalhadores terão que enfrentar mudanças radicais em suas carreiras.

“Talvez a mudança radical de carreira seja para um grupo um pouco menor, mas o impacto será generalizado”, afirmou em entrevista.

IA: a funcionária do futuro

Ana Carolina Matos, empreendedora e mentora em Marketing Digital, é um exemplo de quem enfrentou essas mudanças de frente.

Após abandonar sua posição como gerente de banco em 2021 devido ao estresse, Ana encontrou na IA uma aliada poderosa para sua nova trajetória profissional.

“Uso a inteligência artificial como se fosse uma funcionária”, disse ao Tribuna Online, destacando como as ferramentas tecnológicas a ajudam na produção de conteúdo para a internet.

Esse movimento de requalificação, em parte forçado pelas transformações tecnológicas, já é uma realidade no país.

Profissões que antes pareciam intocáveis agora enfrentam um futuro incerto, enquanto outras, menos visadas, começam a ganhar destaque por sua resiliência.

Habilidades humanas como diferencial competitivo

Roberta Kato, CEO do Grupo Kato, destacou que, apesar da velocidade das mudanças tecnológicas, habilidades exclusivamente humanas continuarão sendo essenciais.

“Profissionais que combinam competências técnicas com habilidades como empatia, criatividade e inteligência emocional têm maior potencial de prosperar em um cenário onde tecnologia e humanidade coexistem”, afirmou.

Entre as profissões menos impactadas, ela cita aquelas que demandam intuição, imaginação e relacionamento interpessoal, como psicologia, educação, terapia e outras ligadas ao desenvolvimento humano.

Jaqueline Weigel complementa: “Tudo que exige criatividade e originalidade ainda depende muito da ação humana”.

As profissões mais impactadas pela IA

No entanto, setores como serviços financeiros, análise de crédito, consultoria financeira, auditoria, Direito, Contabilidade, Design, Marketing e Comunicação já vivem mudanças drásticas.

A automação e a autonomia oferecidas pela IA estão transformando essas áreas, que antes eram vistas como mais protegidas por demandarem um nível elevado de qualificação.

Liderança em xeque

Outro ponto destacado por Jaqueline é o impacto da IA nas posições de liderança.

Modelos tradicionais de chefia estão sendo substituídos por uma abordagem mais colaborativa, onde a tecnologia assume parte do trabalho estratégico.

Segundo ela, a capacidade de adaptação será crucial para os líderes do futuro, que precisarão aliar inteligência emocional e habilidades interpessoais ao domínio das ferramentas tecnológicas.

IA generativa: uma nova era de criação

O professor Marcos Sanchez, especialista em Inteligência Artificial e diretor de Inovação e Tecnologia da Saint Paul, explica que a IA generativa é um dos avanços mais disruptivos dessa revolução tecnológica.

Essa modalidade permite que a IA crie novos conteúdos, como textos, imagens, músicas e vídeos, a partir de padrões aprendidos.

“O grande diferencial da IA generativa é sua capacidade de inovar, criando algo novo em vez de apenas classificar ou analisar dados existentes”, explicou ao Tribuna Online.

Um mercado em transformação

Apesar das mudanças, nem todas as profissões estão ameaçadas.

Profissionais de saúde, educadores e especialistas em experiência do cliente têm mostrado resistência ao impacto da IA, justamente por desempenharem funções que exigem cuidado, empatia e interação personalizada.

Roberta Kato observa que educadores, por exemplo, estão assumindo um papel de curadores no processo educacional, ajudando os alunos a desenvolverem competências socioemocionais e pensamento crítico.

Falta de mão de obra qualificada

Paradoxalmente, enquanto algumas profissões desaparecem, a escassez de mão de obra qualificada em setores técnicos se agrava, como aponta o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Entre 2025 e 2027, mais de 14 milhões de brasileiros precisarão se qualificar para atender às demandas do setor industrial.

No Espírito Santo, a situação não é diferente. Estima-se que 200 mil trabalhadores precisem de requalificação nesse período para acompanhar o ritmo das transformações.

Sidnei Oliveira, especialista em comportamento humano, alerta que a desconexão entre as necessidades do mercado e a formação oferecida pelas instituições de ensino é um dos grandes desafios.

“Os empresários procuram profissionais engajados e qualificados, mas enfrentam dificuldades para encontrar esse perfil”, afirmou ao Tribuna Online.

Inovação como chave para o futuro

Lucas Calazans, especialista em Marketing Digital, reforça que o segredo para se destacar nesse novo cenário é buscar inovação. “Ao invés de brigar pelo que já existe, brigue pelo que ninguém ainda faz”, aconselhou.

Essa postura proativa, aliada à qualificação contínua, será essencial para quem deseja prosperar no mercado de trabalho nos próximos anos.

O que esperar do futuro profissional?

Com as constantes transformações impulsionadas pela tecnologia, fica claro que o mercado de trabalho nunca mais será o mesmo.

A pergunta que se impõe é: você está preparado para se adaptar a essa nova realidade ou será engolido pelas mudanças?

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Carlos
Carlos
26/11/2024 22:58

Como que a indústria precisa de Técnicos? A culpa está nos setores de RH que priorizam a indicação e não a experiência.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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