O desafio de descarbonizar a matriz energética é um dos principais temas a serem abordados durante a transição energética.
O Brasil já possui uma matriz limpa, com 85% da capacidade de geração de energia proveniente de fontes renováveis. O aumento da participação de fontes limpas não hídricas deve continuar, visto que a fonte hidrelétrica pode esgotar em um futuro próximo. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está analisando novos papéis para a termoeletricidade, que deve ser mantida como uma fonte complementar.
Christiano Vieira da Silva, Diretor de Operações do ONS, participou do segundo dia do Seminário de Gás Natural, que ocorreu no Rio de Janeiro, e afirmou que a termoeletricidade poderá dar suporte para o atendimento de ponta no futuro próximo.
Somente com termoelétricas, mais de 22 mil MW foram gerados, sendo que essas usinas podem ficar ligadas por 8h ou 12h em funcionamento, dando suporte às outras fontes de energia.
O gás natural tem se destacado como uma fonte de energia importante para a geração elétrica, através das Usinas Térmicas (UTEs). Durante a crise hídrica no Brasil em 2021, as centrais térmicas foram responsáveis por quase 29% da energia elétrica gerada naquele ano.
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No entanto, a utilização do gás natural na geração elétrica demanda uma discussão acerca da estrutura de mercado, uma vez que há 25 anos a predominância era de Usinas Hidrelétricas (UHEs), com uma pequena participação de termelétricas. Hoje, além das hidrelétricas, há termelétricas, parques eólicos e usinas solares, mas a sazonalidade dessas fontes traz desafios que precisam ser equilibrados.
O ONS já vem olhando para o papel futuro das térmicas, mas que estas continuarão a ser complementares no Brasil. Além disso, o uso do gás natural para geração elétrica é importante para a transição energética rumo a uma economia de baixo carbono. O Brasil teve aproximadamente 90% do atendimento elétrico proveniente de fontes renováveis em 2022, mas isso não significa que o país não precise ficar atento às condições de integração que envolvem o gás natural.
De acordo com Alessandro Cantarino, superintendente da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a penetração das fontes renováveis tem demandado no setor elétrico novas habilidades, sendo a capacidade e a flexibilidade as mais importantes.
Enquanto a capacidade se refere à necessidade de atender potências, a flexibilidade é a capacidade da produção seguir a carga, seja em grandes movimentos sazonais ou em variações dentro do dia.
Para Tiago de Barros Correia, CEO da RegE Consultoria, a necessidade de despacho das UTEs ainda permanecerá no futuro, apesar de se esperar que sejam despachadas em prazos mais curtos e com maior flexibilidade para atender à demanda. Ele defende a adoção de soluções criativas, e que as decisões para o uso do gás natural em UTEs daqui a 10 anos precisam ser tomadas hoje.
O desafio de descarbonizar a matriz energética é uma questão global, e a adoção do gás natural para a geração elétrica é uma alternativa importante para a transição rumo a uma economia de baixo carbono. No entanto, é fundamental que sejam adotadas soluções criativas e equilibradas que permitam a distribuição de energia de forma eficiente e sustentável.