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Embrapa anuncia primeiro açúcar mascavo rastreado por blockchain no mundo. Tecnologia inédita consegue armazenar todos os registros do produto por meio de QR Code e consumidores podem obter todas as informações da cadeia produtiva

Escrito por Sabrina Moreira Paes
Publicado em 05/07/2022 às 22:45
Atualizado em 21/07/2022 às 12:42
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Açúcar vai ser rastreável por meio de QR Code na embalagem | Foto: Embrapa
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Brasil fica no radar do mundo com nova tecnologia capaz de rastrear toda a cadeia produtiva do açúcar mascavo, criada pela Embrapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou agora em julho de 2022, a criação de um novo tipo de açúcar mascavo, totalmente rastreável por meio de um QR Code na embalagem. A leitura desse código acessa uma rede de informações de toda a cadeia produtiva do açúcar, desde o plantio até o processamento, armazenadas pela tecnologia blockchain, uma grande inovação no mercado.

Você pode se perguntar: mas por que colocar essa tecnologia de rastreamento em um alimento? Simples, porque o blockchain permite maior transparência no registro de informações, de forma que elas não podem ser retiradas do sistema, apenas adicionadas em uma ordem fixa, em blocos consecutivos. Isso consegue atestar a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor. Quer entender melhor? Então prossiga a leitura.

Entenda um pouco mais sobre a tecnologia Blockchain no vídeo abaixo

O Blockchain é uma tecnologia de armazenamento de informações em blocos interligados | Reprodução — YouTube: UseCripto

Açúcar mascavo ainda é adulterado por algumas empresas, perdendo a qualidade. O Blockchain atesta qualidade e pureza

O Açúcar do tipo mascavo é muito valorizado no setor de alimentos porque passa por menos processos de industrialização, elevando seu preço. No entanto, muitas empresas adulteram esse açúcar no intuito de reduzir custos e obter mais lucros.

Pensando nisso, pesquisadores da Embrapa Agricultura Digital estudaram uma forma de manter a transparência sobre a cadeia produtiva do açúcar mascavo, e desenvolveram um sistema de rastreamento a partir do Blockchain, o Sibraar (Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade) para armazenar o registro da movimentação do açúcar.

O estudo inicial foi realizado e implantado na Usina Granelli, considerando todas as etapas de produção e contou com o apoio da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana). Os primeiros lotes com essa tecnologia saíram para teste em junho e agora em julho serão distribuídos em larga escala com selo de tecnologia Embrapa. O lucro das vendas será revertido em forma de royalties para a Embrapa.

Afinal, como funciona o registro de informações e rastreabilidade do alimento a partir da tecnologia Blockchain?

O Blockchain consiste na construção de um grande armazenamento de informações em bloco, alocadas sequencialmente e de modo imutável. É uma ligação de blocos em sequência que impedem que você movimente algum deles sem afetar os demais. Ou seja, não há como manipular dados registrados, o que consegue atestar a transparência das informações.

A tecnologia Sibraar adota essa metodologia e vai tornar a cadeia produtiva do açúcar mascavo ainda mais transparente. Cada lote do alimento vai conter registro de:

  • Data de produção;
  • Variedade de cana utilizada;
  • Identificação e geolocalização da propriedade rural que forneceu a matéria-prima;
  • Análise microbiológica do produto;
  • Parâmetros físicos e químicos, como teor de sacarose, umidade e cor.

Todas essas informações são armazenadas em um banco Blockchain e podem ser acessadas por meio do QR Code que vai ser impresso nas embalagens. A transparência estimula a compra e a maior movimentação do agronegócio.

“A adoção de ferramentas com tecnologias do tipo blockchain embarcadas surge como alternativa importante para atender esse mercado uma vez que possibilitam que cada lote fabricado receba uma assinatura digital única para criar uma trilha segura de auditabilidade dos dados. Com a blockchain, a assinatura digital de cada novo lote do produto inclui as informações codificadas de todos os lotes anteriores, formando uma sequência imutável. Se houver qualquer alteração no banco de dados, o código QR etiquetado nas embalagens do produto é automaticamente inativado. Esse é o diferencial quando se utilizada códigos de barras bidimensionais associados à tecnologia blockchain“.

Alexandre de Castro, líder do projeto na Embrapa (2022)

Com essa nova tecnologia, a grande Embrapa promete trazer mais competitividade ao mercado no Brasil, estimulando outras grandes empresas a adotarem a medida. Além disso, estudos já apontam que o Blockchain poderá ser adotado também no setor de grãos nos próximos anos junto ao QR Code.

Sabrina Moreira Paes

Moradora da Grande São Paulo, 25 anos, formada pela UFPR com MBA em marketing pela USP. Possui mestrado pela Unicamp e doutorado em andamento na USP. Profissional de marketing, Copy, SEO e Ghost Writer certificada pelas Universidades de Stanford, California, Northwestern e Toronto. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos.

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