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Diante de crise hídrica, uso de usinas termelétricas deverá encarecer conta de luz até 2025

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 27/09/2021 às 14:10
Termelétricas – usina – conta de luz
Usina termelétrica/ Fonte: Terciotti

As usinas termelétricas irão custar cerca de R$ 13,1 bilhões até novembro, segundo previsões do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico)

O uso de usinas termelétricas, que poluem mais e geram energia mais cara, para evitar um apagão diante da crise hídrica em que o Brasil vive gerou um gasto maior com geração de energia no Brasil. Esse gasto é repassado para consumidores, o que deve fazer com que a conta de luz fique mais cara até 2025, pelo menos. Leia ainda esta notícia: MME prevê investimento de R$ 20 bilhões com programa que prorroga uso de termelétricas movidas a carvão

Estão previstos investimentos de R$ 12 bilhões em usinas termelétricas no país

Em outubro, o MME fará um leilão, em processo simplificado, para compra de adicional de energia, com prazo previsto para abril de 2022 a dezembro de 2025 e possibilidade de entrega antecipada. Isso é necessário para recompor o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Mas o impacto na conta de luz deverá ser ainda maior.

Poderão participar do leilão de usinas termelétricas a gás com custo de até R$ 750 por megawatt-hora (MWh) e a óleo diesel e óleo combustível de até R$ 1 mil/MWh. A fatura sairá mais cara do que os leilões anteriores, mas o governo argumenta que o “prazo desafiador” para entrada em operação resulta em custo mais alto. E aposta que ampliar a concorrência possa segurar os preços.

Gastos com usinas termelétricas sobem de R$ 9 bi para R$ 13 bi segundo MME, decorrente de crise hídrica

De acordo com uma estimativa feita pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com base em simulações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o aumento do uso das usinas termelétricas, provocado pelo cenário de crise hídrica, custará neste ano R$ 13,1 bilhões para os consumidores, ante estimativa anterior, informada em junho, que previa custo de R$ 9 bilhões.

Tal cálculo utilizado na estimativa do MME é baseado em simulações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), considerando o uso adicional das usinas termelétricas entre os meses de janeiro e novembro deste ano. O aumento no custo da geração de energia é repassado aos consumidores por meio da bandeira tarifária, taxa extra aplicada à conta de luz.

O MME e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informaram ao G1 que tais ações adotadas pelo governo são para preservar a água dos reservatórios das hidrelétricas, levando ao acionamento de mais usinas termelétricas, garantindo o fornecimento de energia. Com o acionamento, a previsão de custo do uso da energia térmica ao longo deste ano passou de R$ 9 bilhões para R$ 13,1 bilhões, aumento de 45%.

Ativação das térmicas diante da crise hídrica no país

O governo publicou no dia 7 de junho uma medida que autoriza, em caráter excepcional e temporário, condições regulatórias diferenciadas para permitir o acionamento de usinas termelétricas sem contrato por um período de até seis meses, que ainda poderá ser prorrogado. A iniciativa, divulgada pelo MME no Diário Oficial da União, vem em meio à seca histórica que tem pressionado o nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração no país, e levantado preocupações sobre a oferta de energia.

A autorização, que já havia sido sinalizada diante das condições das usinas hidrelétricas, mas que teria foco apenas nas unidades a gás, foi oficializada pelo Governo, de maneira que o suporte do setor térmico à crise hídrica fique mais amplo, convocando usinas termelétricas de outras fontes e mais caras.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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