Você já deve ter notado que algumas lojas das Casas Bahia andam fechando as portas. O último balanço da Via, a empresa por trás dessa e de outras grandes marcas como Extra.com e Ponto, acendeu o sinal de alerta no mercado.
Vamos mergulhar fundo na crise dessa gigante do varejo brasileiro e entender o que está acontecendo.
Juros e inflação
O ambiente econômico do Brasil está longe de ser favorável para o setor de varejo. Com taxas de juros que chegaram a bater 13,75% neste ano e uma inflação galopante, o cenário é preocupante.
Claudio Felisoni, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, comenta que esses fatores afetam diretamente o crédito e o poder de compra das famílias.
Endividamento
A Via não é exceção à regra. O endividamento da empresa começou ainda na pandemia, com empréstimos a juros de 2% ao ano.
Entretanto, de janeiro de 2021 a agosto de 2022, essas taxas escalaram de forma drástica, chegando ao patamar atual de 15,85% ao ano. Sim, você leu certo: isso representa uma despesa de R$ 871 milhões só para manter a dívida.
Plano de recuperação
Para evitar o pior, a Via anunciou um audacioso plano de recuperação. Este plano inclui corte de 11% no quadro de funcionários, fechamento de até 100 lojas e uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques.
Lidiane Bastos, especialista em gestão varejista, considera que estas medidas podem, a longo prazo, salvar a empresa da bancarrota.
Diversificação e tecnologia
Mesmo em meio à crise, a Via está apostando em inovação. Cerca de 60% das lojas físicas das Casas Bahia já contam com o App 2.0, uma plataforma que visa melhorar a experiência do cliente na loja. Além disso, uma busca por voz foi implementada, auxiliando em mais de 200 mil consultas online.
Conheça a Casas Bahia
Fundada em 1957 por Samuel Klein, um imigrante polonês, as Casas Bahia sempre tiveram a venda a prazo em seu DNA. De vendedor de porta em porta a dono de uma das maiores redes de varejo do país, Klein trouxe inovação ao mercado e foco nas classes C e D.